quarta-feira, 30 de setembro de 2009

O resultado das eleições legislativas I (PS)

Mais uma eleição que passou. E vão duas, num ano repleto de sufrágios e de esmiuçados.
Esta eleição que servia para os eleitores escolherem os 230 deputados à Assembleia da República, e não o primeiro-ministro como erradamente os meios de comunicação social, os fazedores de opinião e até alguns políticos, fizeram passar, trouxe ao panorama político nacional umas quantas novidades e uma nova arrumação no hemiciclo.
Por partes.
O Partido Socialista perdeu nestas eleições. É certo que ficou à frente em percentagem, em mandatos e em número de votos, mas para quem usufruía de uma confortável maioria obtida em 2005 e com ela governando de forma autoritária e prepotente, este resultado não deixa de poder ser considerado uma derrota.
O PS perdeu cerca de 8 por cento dos votos e 25 deputados além de ter perdido cerca de 500 mil eleitores.
Se juntarmos a isto a derrota, esta sim uma derrota em todos os parâmetros e ficando atrás do PSD, penso que no Largo do Rato o ambiente não deve estar muito saudável.
Quanto ao discurso de Sócrates na noite eleitoral, ele diz tudo sobre o carácter e a forma de fazer política do senhor. Quando ele falou em «vitória extraordinária», deve ser irresponsável ou então estava a mandar areia para os olhos dos Portugueses. Aliás, foi isso que Sócrates fez nesta campanha eleitoral, mandar areia para os olhos dos Portugueses, pois a partir do momento em mudou o seu discurso e o tom, passando a ser um cordeirinho, não foi mais do que se tornar num pantomineiro de primeira classe. E o povo acreditou!
Mas não foi só Sócrates a contemplar-nos com dislates deste calibre.
O presidente do grupo parlamentar do PS e seu alto e destacado dirigente Alberto Martins, disse num canal de televisão na noite eleitoral, que este resultado do PS tinha sido muito bom em comparação com o resultado obtido na Alemanha por Angela Merkell...
Quanto ao resultado do PS, acho que deve ficar na história política de Portugal.
Um primeiro-ministro que se recandidata a umas eleições, depois de ter governado com uma maioria confortável e perdê-la da forma como Sócrates perdeu e com os números que foram, devia ser caso para ele vir agora dizer "ainda está para nascer o primeiro-ministro que destrua uma maioria absoluta, transformando-a num resultado abaixo dos 37%".
Bom, agora vamos ver como é que o animal feroz ou o cordeiro, irá governar.
Para obter uma maioria parlamentar com um só partido, ela terá que ser feita à direita com o CDS-PP, partindo do pressuposto que com o PSD não haverá entendimento. A coligação à direita seria contra-natura, embora não fosse a primeira vez que PS e CDS se entenderiam.
Para fazer maioria parlamentar à esquerda, que para mim seria o mais razoável para o País, apenas com a CDU e o BE conjuntamente. Mas coloco muitas dúvidas acerca deste casamento a três.
Resta ao PS e a Sócrates governar com a minoria que ainda assim os Portugueses lhe deram, que povo sem memória, e fazer acordos pontuais e política a política. Mas será que Sócrates tem ainda credibilidade e poder de negociação para o fazer?
Vamos ver.

Paulo «sopas» Amaral

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