terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Portugal e o FMI.

Todos sabemos que o capitalismo cria crises sistémicas, para depois sair delas ainda mais forte e com mais poder.
Quem se dê ao trabalho de ler um pouco sobre o capitalismo e as suas crises, por si criadas, sabe que após uma crise capitalista, os ricos ficam mais ricos e os pobres mais pobres.
Nada de novo.
Ultimamente temos andando a ser bombardeados com notícias e comentários que é irreversível a entrada do FMI em Portugal, pois as medidas draconianas com que Sócrates nos implementou não são suficientes para que possamos sair da crise em que nos colocaram. Dizem os entendidos.
Pergunto eu, mas estas medidas que irão colocar no desemprego e na pobreza milhares de Portugueses não chegam?
Então o que falta fazer? Matar-nos à fome? Colocar os trabalhadores a pedir na rua? E quem é que lhes poderá dar uma esmola?
Estes senhores, serventuários do capitalismo e seus seguidores como Cavaco Silva, Durão Barroso, Guterres, Santana Lopes, Paulo Portas e Mário Soares «the last but not the least», foram os causadores da situação a que chegámos.
Venderam todo o nosso sector produtivo para que os grandes da Europa pudessem exportar para os mais pequenos como nós, permitiram que um país como Portugal com uma orla marítima como a nossa e com uma zona económica exclusiva tão grande, vendesse a sua frota pesqueira e deixasse de pescar, por outros interesses.
Ao contrário dos nossos vizinhos espanhóis, que ajudavam quem cultivasse as terras, os nossos governantes receberam dinheiro das instituições europeias para pagarem aos agricultores portugueses para não cultivarem as terras!
Assim como hoje, quando o FMI entrou em Portugal no final da década de 70 início da de 80, o desígnio que se coloca a Portugal é colocar o sector produtivo a funcionar. Colocar o sector produtivo com capacidade para satisfazer as necessidades dos portugueses, tanto em bens como em serviços.
Nenhuma economia consegue ser forte e imune aos ataques do exterior, se não tiver um sector produtivo forte!
Quando vemos o sector financeiro a sobrepor-se ao sector económico isso pressupõe custos elevados para o crescimento económico e para o emprego.
Parafraseando um discurso de Álvaro Cunhal de 1946, e substituindo a referência ao regime fascista que então se viva para os nossos dias, «Não é Portugal que é pobre. São os sucessivos governos desde o 25 de Abril, que têm sido incapazes de aproveitar as riquezas nacionais, e de encaminhar a economia nacional no sentido do progresso técnico, do aumento da produção, do maior bem estar das classes trabalhadoras».
Por isso, considero que o Socialismo é o caminho!
A construção do Socialismo permite que exista uma alternativa ao capitalismo. Que é possível, e imperioso, construir uma sociedade diferente que não se baseie na exploração da maioria do povo por classes exploradoras minoritárias.
Que sem grandes capitalistas, barões da finança, tubarões dos «mercados», um país pode desenvolver-se, tornar-se uma potência económica e ao mesmo tempo resolver os principais problemas da sociedade humana.
Foi o que aconteceu com a Revolução de Outubro na URSS. Os factos comprovam-no.

Paulo «sopas» Amaral

Porque não se calam!

O Presidente da República (PR) veio corroborar e até dar alvíssaras às palavras do fugitivo Durão Barroso, quando este disse que os estados deveriam estar calados perante a ofensiva dos "mercados" às dívidas soberanas desses mesmos Estados.
Ora, temos aqui a versão neoliberal do «por qué não te callas» do rei de Espanha a Hugo Chávez.
Segundo as palavras do PR e do seu benjamim, ou já ninguém se lembra que Cavaco Silva apelidou de seu seguidor o fugitivo e agora presidente da comissão europeia, todos devemos ficar impávidos, serenos e calados a ver os "mercados" a subtrair o nosso dinheiro!
Dizem estas sumidades do capitalismo, que devemos ficar calados, e bem caladinhos, perante o surripiar dos nossos salários, das nossas poupanças por parte de meia dúzia de nababos do capitalismo, perdoem-me a redundância, e nada fazer. Deixar roubar, e roubar e ficarmos calados.
Diz Cavaco Silva e o fugitivo seu seguidor, que é contra producente Portugal por interposta voz dos seus trabalhadores, falarem contra «os nossos credores que são as companhias de seguros, fundos soberanos, bancos internancionais e cidadãos espalhados por esse mundo fora», seja lá o que isso for, mas com isto também dizem que temos que nos calar perante o enriquecimento descomunal dos grandes grupos económicos e dos bancos enquanto a maioria dos trabalhadores vêm os seus ordenados baixarem.
Os Europeus deviam assumir como sua palavra de ordem, contra estes governantes que nada fazem a não ser encher os seus bolsos, a frase tão proclamada pelo rei de Espanha: "Por qué não se callam!"
Que sistema é este, que permite que poucos tenham muito e muitos tenham muito pouco?
Deixem-nos viver com dignidade!
Permitam que possamos dar aos nossos filhos, o mínimo de condições para que possam crescer naturalmente!

Paulo «sopas» Amaral

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Que raio!

Que moralidade existe nestes governantes?
Que coragem é que um primeiro-ministro tem quando retira à maioria das famílias o abono de família, até às que menos auferem, e depois se diz incapaz de impedir que um representante da República como é o Presidente do Governo Regional dos Açores, não cumpra uma lei da mesma República?
Será isto o governo e as políticas que precisamos?
Será isto um PM com capacidade para governar Portugal e os Portugueses?
NÃO! Nem este PM nem estas políticas são as necessárias para que possamos evoluir e aumentar a nossa produtividade!
Com governantes deste calibre, que olvidam o sector produtivo do nosso País, não iremos a lado nenhum.
Por isto, penso que apenas um partido poderá ajudar Portugal a sair deste marasmo em que nos encontramos.
Um partido coerente com os seus valores e princípios. Um partido que tenha como valor principal a defesa dos trabalhadores, e que não olvide os nossos agricultores, pescadores e industriais como têm sido esquecidos ao longo de 30 anos.
Um partido que coloque os interesses nacionais acima dos interesses da UE e dos seus seguidores que apenas olham para o seu umbigo e esquecem os outros Países.
Um partido que tenha em vista apenas um considerando: que Portugal produza, como já produziu, que os agricultores voltem a ter terras para cultivarem, que os pescadores voltem a ter barcos de pesca para irem ao mar e que os pequenos e médios industriais possam ter meios para fazer o que melhor sabem e querem!
Vamos dar uma oportunidade a um partido que sempre defendeu os valores de Abril, que sempre defendeu e lutou pelos que menos têm e podem!
Esse partido é o Partido Comunista Português!

Paulo «sopas» Amaral

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

O OE e os mercados

Quando não havia certezas acerca da aprovação do OE para 2011, para alguns pois para mim a aprovação com voto favorável ou abstenção do PSD estava mais do que certa, os comentadores e opinadores oficiais do regime afirmavam todos os dias e em todas as situações que isso nos prejudicaria perante os mercados.
Foram efectuadas várias tentativas para dramatizar a situação ao máximo. Que o FMI vinha aí, que o BCE iria entrar em Portugal com toda a força, que as taxas de juro não baixariam e iríamos sofrer as consequências como a Grécia e mais recentemente como a Irlanda e que saíriamos todos ainda mais prejudicados, etc, etc, etc.
Teceram loas ao OE e colocaram no topo do mundo o líder do PSD porque ele iria salvar o País com a abstenção do seu partido na votação do OE.
Enfim, balelas e mais balelas!
O que se viu no fim de tudo foi que após a divulgação das medidas preconizadas no OE, as mais duras de sempre para a classe trabalhadora, e após o PSD ter dito que viabilizaria o OE os mercados, seja lá isso o que for, não deixaram Portugal em paz como tanto foi apregoado pelos opinadores e paineleiros do regime.
Agora, dizem os nababos da Europa, os mercados não descansam enquanto não tiverem a certeza que a execução orçamental seja efectuada como está estipulado no OE!
Então em que é que ficamos?
Quando é que estas incertezas dos mercados em relação a Portugal acabam?
Quando é que nós, trabalhadores, que em nada contribuímos para este tipo de situação, podemos ficar descansados e nos permitem alguma qualidade vida?
Eu respondo!
Quando tivermos a força suficiente para mudar completamente de políticas!
Quando conseguirmos colocar Portugal a funcionar como determina a CRP, em que o poder económico tem que estar sujeito às determinações do poder político e não ao contrário!
Quando permitirmos que deixe de haver uma sociedade sem exploradores e sem explorados!

Paulo «sopas» Amaral

O FMI e a repartição da riqueza

Os responsáveis pelo FMI vieram a terreiro afirmar que a crise económico-financeira que o mundo está a atravessar só será ultrapassada quando houver uma maior repartição da riqueza, quando a diferença entre ricos e pobres não for tão acentuada.
Isto se fosse afirmado por alguém do meu espectro político, não veria nenhuma hipocrisia, não via nestas palavras nenhuma incongruência com a prática.
Agora quando isto é dito de forma apodíctica pelos senhores do dinheiro, pelos responsáveis e até fomentadores das crises cíclicas do capitalismo deixa-me com «a pulga atrás da orelha»!
Vindo de quem vem esta análise ao sistema capitalista, esta análise à situação actual devemos ficar estupefactos perante tanto descaramento, tanta pouca vergonha!
Os responsáveis maiores pela crise que os países ditos periféricos, como Portugal, estão a atravessar vêm agora preconizar soluções que há muito estão identificadas pelos verdadeiros defensores dos trabalhadores e de quem menos tem. Que tudo isto só é ultrapassado quando houver, de facto, uma repartição da riqueza, quando deixar de existir exploradores e explorados e quando existir politicas em defesa dos trabalhadores de todo o mundo, os verdadeiros responsáveis pelo desenvolvimento dos países e os únicos que não têm nenhuma responsabilidade nas crises cíclicas que o mundo tem atravessado!

Paulo «sopas» Amaral

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

NATO,NATO e mais NATO

Desde sempre, a NATO teve como objectivo primordial afirmar o poder do imperialismo, muito particularmente o imperialismo norte-americano.
Inicialmente a NATO tinha como orientação politico/militar o eixo anti-comunista, pois o bloco politico/militar do leste europeu, apelidado de Pacto de Varsóvia, era o grande inimigo do bloco ocidental, a NATO.
Desde a sua fundação a NATO teve como base uma grande presença militar dos EUA. Aliás, a NATO serviu basicamente para fortalecer o poder dos EUA perante a Europa e os restantes países do mundo. Parafraseando um antigo presidente dos EUA, General Eisenhower, fazendo com que várias forças armadas dos países membros participassem na aliança, isso só por si, garantiria lucros fabulosos ao «complexo militar-industrial» dos EUA.
Por aqui podemos constatar qual o interesse dos EUA em manter esta aliança em vigor e cada vez mais activa.
Quer se queira quer não, a Organização do Tratado do Atlântico Norte, não é mais do que uma ferramenta da dominação política, militar e económica dos EUA e dos interesses globais do capitalismo.
Historicamente, a NATO, servia para defender o ocidente do leste, como já referi.
Mas, como explicar que após a queda do mundo socialista, a NATO deixasse de ter essa vertente e esse carácter defensivo e iniciasse a sua grande cavalgada expansionista em direcção aos antigos países de leste e às fronteiras da ex-URSS?
A explicação só pode ser uma.
A NATO com a alteração do seu conceito estratégico, (em 1999), ultrapassou as fronteiras do seu espaço natural, o «euro-atlantismo», para se projectar como força bélica vocacionada para intervir no plano global.
Existe um dogma em relação à NATO que não pode passar em claro.
A aliança atlântica tem mantido sempre acesa a chama da sua utilidade. Desde a «ameaça comunista», à «defesa da democracia», passando pela «intervenção humanitária» ao já estafado «combate à Al-Qaeda» e ao «terrorismo», é extenso o rol de pretextos que ao longo do tempo se sucederam para justificar o papel belicista da NATO.

Paulo «sopas» Amaral

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

O BCE o BdP e os salários

No jornal de negócios online está uma notícia que diz que o Banco Central Europeu (BCE) tece duras criticas ao governo português pela intromissão deste na política salarial do Banco de Portugal (BdP).
Ficámos a saber que para os senhores do BCE existem duas politicas salariais e dois métodos de baixar os défices.
Um, restritivo com baixa de salários, de apoios sociais, de reformas e pensões em que a qualidade e o nível de vida dos trabalhadores podem ser postos em causa sem qualquer tipo de problema, e outra política de bolsa aberta, em que poderão ser os próprios gestores, neste caso o governador do BdP, a decidir se aumenta o seu próprio salário ou não. Com o risco de, se não for ele próprio a decidir do seu aumento salarial, colocar em causa a autonomia da instituição bem como o seu desempenho nas funções que lhe estão cometidas. Como se o BdP fosse o paradigma de bom desempenho das funções que lhe estão confiadas.
Veja-se o exemplo do BCP, do BPN e do BPP...
Ora, para muitos nada, para poucos tudo.
Mais hipocrisia e descaramento do que este não há!

Paulo «sopas» Amaral

A cimeira da vergonha!

Esta semana é a semana da cimeira da NATO.
Enquanto os Portugueses vêem-se privados do abono de família, enquanto os Portugueses vêem o IVA, o imposto mais cego de todos, aumentar, enquanto os Portugueses vêem os seus ordenados diminuírem, enquanto os Portugueses vêem a electricidade a aumentar pouco importando que a EDP tenha milhões de euros de lucro por ano, enquanto os Portugueses que perderam o seu emprego vêem ser-lhes cortado o seu já curto subsídio, enquanto os Portugueses são bombardeados com medidas e mais medidas restritivas e que colocam em perigo o seu já baixo nível de vida, o governo vai receber em Lisboa os "senhores da guerra" e com isso gastar uns largos milhões de euros em festas e festanças, presentes, carros blindados para a PSP que afinal não irão chegar a tempo da cimeira e irão servir para entrar nos bairros ditos problemáticos. Enquanto os Portugueses vêem o seu nível de vida cada vez mais baixo, enquanto os Portugueses cada vez mais recorrem à cáritas para comerem e darem de comer aos seus filhos, o governo, sim o mesmo governo que nos impõe estas medidas restritivas a nós que trabalhamos e se esquece dos milhões de euros de lucro dos grandes grupos económicos, o governo dizia eu, vai gastar uma pipa de massa num carro blindado para o presidente da comissão europeia passear-se em Lisboa nos dois dias da cimeira. O tal que fugiu de Portugal e foi para o el dorado de Bruxelas para, perdoem-me a expressão, cagar sentenças contra os trabalhadores.
Chega de ficarmos calados.
Temos que continuar a lutar para corrermos com estes senhores que há mais de trinta anos nos andam a roubar!

Paulo «sopas» Amaral

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Este sistema.

O capitalismo e os seus serventuários apostam na desgraça de milhões de pessoas. Os mercados, seja lá isso o que for, apostam na falência de Portugal!!!
É o capitalismo na sua essência!
Em que mundo é que vivemos?
Que merda de mundo é este que aposta na desgraça e na miséria de muitos para benefício de poucos?

Paulo «sopas» Amaral

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

O Orçamento de Estado.

O OE irá ser aprovado com a abstenção do PSD.
Terminou a pantominice!
Sempre disse que as "birras" que o governo e o PSD tinham não passava disso mesmo, "birras" levadas a cabo pelos maiores pantomineiros da política actual.
Depois de tanto show off em reuniões e mais reuniões, em declarações a roçar a lamechice, lá se resolveram e botaram no papel as suas "importantes" assinaturas. O ministro e o enviado especial do Cavaco.
Só que, após a fotografia em telemóvel de última geração do enviado especial do presidente da República, o outro, o ministro, veio dizer com aquele seu ar de quem tudo sabe e nunca se engana, onde é que já ouvi isto, que o acordo com o PSD iria custar ao País 500 milhões de euros e que teriam que ser tomadas medidas adicionais para compensar essa perda.
Ora está mais que visto que as medidas adicionais a que o ministro se referiu irão carregar, ainda mais, os trabalhadores portugueses, pois nada pode afligir os grandes grupos económicos e a banca nacionais. Esses podem ficar descansados que são intocáveis.
Mais uma vez eles entendem-se e quem paga é o povo!

Paulo «sopas» Amaral

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Manuel Alegre e o BE

O candidato do BE e do PS, Manuel Alegre, vem afirmando variadíssimas vezes que é necessário que o Orçamento de Estado (OE) para 2011 seja aprovado.
Ao afirmar isto, Manuel Alegre está a subscrever todas as medidas consagradas nesse documento onde se contam os ataques aos trabalhadores e ao Povo Português.
Ao assumir tamanho desiderato, o candidato a PR assume a defesa dos interesses do capital e dos nababos seus representantes. Ao mesmo tempo assume que as medidas que irão ser tomadas continuem a aprofundar a injustiça social que vem assolando o Povo português.
Agora, deixem-me questionar este paradoxo, mais um, da nossa política.
Como é possível que um partido chamado, da "esquerda moderna" consegue ao mesmo tempo estar com Deus e com o Diabo, no mesmo momento que apoia um candidato a PR que dá o seu "ámen" a este OE, afirma peremptoriamente que votará contra o mesmo Orçamento?
Se isto não é hipocrisia, se isto não são as medidas e as resoluções que um "partido" pode tomar e que descridibilizam completamente a classe política, então não sei o que será!

Paulo «sopas» Amaral

terça-feira, 21 de setembro de 2010

A receita e a despesa do Estado

Segundo dados oficiais revelados ontem, a receita fiscal, IRS e IRC, baixaram 7 e 8 por cento respectivamente no primeiro semestre deste ano. Estes valores, segundo a mesma entidade, irão fazer com que a receita este ano não atinga os valores previstos no OE.
Não sendo um especialista em economia e finanças, atrevo-me a fazer uma reflexão sobre estes números.
Quanto ao IRC a quebra das receitas fiscais dever-se-ão ao elevado número de falências de pequenas e médias empresas, as maiores contribuintes para este imposto, que tem acontecido durante este ano. Estas falências, algumas fraudulentas é certo, têm sido originadas pelas políticas errónea que este governo tem levado a cabo para sustentar o tecido económico português, não defendendo com medidas de incentivo à produção, os pequenos e médios empresários que querem produzir e dar emprego em Portugal.
Este governo prefere a protecção ao capital financeiro que permite a financeirização da economia que é um estrangulamento das forças produtivas em Portugal.
Por fim, quanto à quebra das receitas do imposto sobre as pessoas singulares, ela é uma consequência das falências das pequenas e médias empresas, pois se estas fecham portas colocam no despedimento milhares de trabalhadores que por conseguinte deixam de contribuir com o imposto sobre o seu trabalho.
Se esta análise não estiver correcta, agradeço que me expliquem porque é que as receitas fiscais referentes ao IRS e IRC têm caído durante este ano.

Paulo «sopas» Amaral

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

A coragem dos Moçambiquanos!

Porque não seguirmos o exemplo dos homens e mulheres que lutam em Moçambique?
Porque razão nós, Portugueses, não temos a coragem que os Moçambiquanos demonstram?
Revoltam-se para defender os seus direitos, e por uma melhor qualidade de vida!
E reparem que não estamos melhores do que eles. A nós também nos arrombam a carteira com aumentos em cima de aumentos.
À semelhança de Moçambique, que viu os bens essenciais aumentarem cerca de 20%, e dou como exemplo a electricidade que foi aumentada quando têm Cahora Bassa a produzir energia em grande escala, nós também fomos aumentados em todos os bens essenciais, incluindo a energia e verificamos que a EDP apresenta milhões de euros de lucro por ano.
É vergonhoso!
E nós, Portugueses, calados, resignados, como se isso fosse uma inevitabilidade!

Paulo «sopas»Amaral

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

O Estado Social do Sócrates

Ontem fomos contemplados com a notícia que o primeiro ministro (PM) inaugurou uma creche onde as crianças poderão permanecer até à meia noite e meia hora.
Esta creche, que foi anunciada pelo PM como um exemplo do "Estado Social" existente em Portugal, custou alguns milhares de euros e foi paga por um grande grupo económico, o grupo Auchan.
Ficámos a saber, pela inauguração com pompa e circunstância com direito a discurso e tudo, que o paradigma de "Estado Social" que o PM preconiza contempla crianças longe dos pais até altas horas da noite, e mais caricato, que o PM idealiza um "Estado Social" com dinheiros privados. Como diz o povo «com o casaco do meu pai também sou um homem».
Ora, como se sabe, a administração do grupo Auchan não está minimamente preocupada com o bem estar das crianças, nem com o facto de ir arranjar mais 20 postos de trabalho com a nova creche.
O que os administradores do grupo pretendem é a precarização do emprego, é poder ter os trabalhadores mais horas a laborar sem a devida retribuição monetária, e agora até já os filhos dos trabalhadores servem para ajudar a precarizar os postos de trabalho.
Com isto, os patrões cada vez mais põem e dispõem da vida pessoal e familiar dos trabalhadores.
O que o PM fez com aquela inauguração, foi nem mais nem menos que colocar os mecanismos do Código do Trabalho que ele fez aprovar na Assembleia da República, e que não é mais do que um documento que apenas obedece aos interesses das empresas e dos grandes grupos económicos.
Esta creche que permitirá aos filhos dos trabalhadores do grupo Auchan estarem acompanhados de educadoras de infância, será?, apenas é mais um mecanismo para a desregulamentação do horário de trabalho que tem implicações directas na vida pessoal e familiar.
Uma última nota acerca da notícia a que me estou a referir. Quando interpelado pelo jornalista acerca do números do desemprego que o Eurostat divulgou e que colocam Portugal com mais de 600 mil desempregados numa taxa de 11%, o PM pura e simplesmente ignorou a questão. Convém lembrar que em meados de Junho, quando o INE divulgou que a taxa de desemprego tinha caído duas décimas, é verdade, duas décimas, o PM teceu logo loas à sua política de emprego.
Temos uma personagem como PM que fala aos Portugueses quando duas décimas do número de desempregados baixa, mas que quando estamos perante uma crise social como é o facto de existirem mais de 600 mil Portugueses desempregados remete-se ao silêncio. Nem sequer respeita esses Portugueses, que muitas deles até terão votado nele.

Paulo «sopas» Amaral

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Eu estive lá!

Eu estive no comício que o PCP realizou ontem na Voz do Operário.
Eu vi e ouvi. Vi um salão cheio de homens e mulheres com ganas para dar a volta a esta situação, e ouvi o Secretário-geral do PCP desfiar um rol de medidas para que os Portugueses possam viver melhor, para a defesa dos postos de trabalho, para emprego com direitos, para se irradiar de vez com a precariedade no mercado do trabalho, para combater verdadeiramente o desemprego, enfim para que possamos viver numa sociedade mais justa, sem a exploração do homem pelo homem, ou seja, sem capitalismo esse sistema cego que não olha a meios para obter os seus fins e que cria crises sistémicas e que depois de resolvidas com o esforço e empenho dos mesmos de sempre, os trabalhadores, os ricos ficam mais ricos e os pobres mais pobres.
Eu vi homens e mulheres que enchendo o salão da Voz do Operário, muitos deles estavam fora do salão ouvindo apenas o discurso de Jerónimo de Sousa, dizia, homens e mulheres que após um dia de trabalho se deslocaram ao comício com o fervor que os comunistas demonstram e com a vontade de ajudarem a construir um mundo melhor.
Eu ouvi aqueles homens e mulheres cantarem o "Avante Camarada" com todas as suas forças querendo demonstrar a todo o Portugal que é com esta força que conseguiremos mudar para uma vida melhor.
Ouvi cantarem o Hino Nacional como «mandam as regras» com amor pela pátria, esta que acolhe uns quantos nababos que apenas se aproveitam da força do trabalho de outros para enriquecerem.
Eu vi e ouvi!
E o que eu vi e o que ouvi deu-me mais força para me empenhar nas lutas necessárias para que esta geração e as vindouras possam viver num mundo mais igual.
Eu estive lá!
Avante por um mundo melhor.

Paulo «sopas» Amaral

sábado, 15 de maio de 2010

Inevitabilidades.

O povo português, tudo com letra pequena, é sui generis.
Temos os Portugueses que trabalham, aqueles que não contribuíram em nada para a crise que estamos a atravessar e temos os outros, aqueles que se servem do Estado que contribuem, e de que maneira!, para este estado de coisas e que passam pelas situações como se nada fosse com eles.
A semana que acaba foi paradigmática.
Tivemos o fim do campeonato com o benfica campeão, tivemos a presença do Papa durante quatro dias a encher os canais televisivos à exaustão e apenas nos ficou a faltar um «festival de Fado» para que tudo se parecesse com o antes do 25 de Abril de 1974. Fado, Futebol e Fátima. Benza-nos sua santidade o Papa!
No meio disto tudo, o nosso primeiro ministro, nosso salvo seja, já que tivemos cá o Papa posso dizer isto, o nosso PM dizia eu, anunciou um pacote de medidas que visam sobretudo os trabalhadores e os pensionistas, que irão agravar ainda mais as condições de vida destes portugueses.
E, como estávamos em clima de «festa», parece que ninguém se importou com isto!
Aliás, o engenheiro (?) Sócrates é especialista em criar estes faits divers para que as pessoas não reparem muito bem nas «malandrices» que ele vai fazendo.
E as «malandrices» são o aumento do IVA em todas as taxas, o aumento do IRS em 1% para os escalões mais baixos e vamos aguardar para o que aí virá a seguir.
A isto, os comentadores de serviço nada disseram! Já estamos habituados.
Acho que os Portugueses devem pensar seriamente nisto.
O líder do PSD veio pedir desculpa. Desculpa devemos pedir nós por ter tão fracos políticos na nossa praça. O senhor Pedro pede desculpa de quê?
De ser incompetente?
De não ser coerente?
De ser um fraco político?
De não ter capacidade para se distanciar das políticas seguidas pelo PS?
Se ele pediu desculpa por isto, é melhor arrumar as botas e ir já para casa!
Se não foi por isto que acabei de elencar então pode arrumar as botas e ir-se embora, também!
O Povo Português, e agora é tudo com letra grande, começa a estar farto destes «políticos» de algibeira que hoje dizem uma coisa e amanhã dizem outra completamente diferente!
Até o omnipresente Louçã num dos últimos debates na AR onde se estava a tratar do espúrio empréstimo à Grécia, que tem por hábito estar sentado na primeira fila da sua bancada parlamentar, nesse dia do referido debate estava sentado na segunda fila e acerca de um tema tão delicado nem palavra botou no Parlamento.
É caso para dizer que estão bem uns para os outros! Sendo os «uns» o PS e o PSD e os «outros» o CDS e o BE!
O que de facto é necessário, é uma ruptura total e completa com esta política e seguirmos uma política de verdadeira esquerda onde os trabalhadores e os pensionistas sejam de facto os beneficiários dessa mesma política!
Para a LUTA!

Paulo «sopas» Amaral

sexta-feira, 30 de abril de 2010

O subsídio de férias!

A SIC, a esta hora, está a transmitir uma reportagem sobre o que os Portugueses, os emigrantes incluídos, pensam acerca de "darem" o subsídio de férias para ajudar a combater a crise e principalmente este novo desígnio nacional que tem a ver com o facto de contradizermos o que as agências de rating dizem sobre a economia do nosso País.
Ora essas agências, que na sua maioria são dirigidas por grandes accionistas dos maiores bancos mundiais, têm todo o interesse que países como Portugal entrem em parafuso quando elas dizem algo. E, quer queiramos quer não, é o que está a acontecer neste momento. Portugal foi alvo do ataque dos maiores especuladores mundiais. E esse ataque tem por objectivo apenas uma coisa. O lucro!
Custe o que custar. Mesmo que seja à custa da sobrevivência de milhares, ou milhões, de trabalhadores. O que os especuladores pretendem, com a conivência da maioria dos Estados, é obter lucros sem olhar a meios.
Ora, a questão de os Portugueses poderem dispensar o seu subsídio de férias para ajudar Portugal a sair da crise, além de conter uma certa falácia significa que será um princípio para retrocedermos ao século XIX, onde os trabalhadores não tinham qualquer tipo de direitos.
Não podemos olvidar que na actual conjuntura, existem gestores de empresas públicas, ou semi-públicas, a ganhar vários milhões de euros por ano. Não podemos esquecer que existem empresas públicas ou semi-públicas que dão vários milhões de euros de lucro por ano. Inclusivamente, não podemos assobiar para o ar quando lemos nos jornais e ouvimos nos noticiários da rádio e da televisão, que a banca tem milhões de euros de lucro, trimestre após trimestre, e paga de IRC taxas inferiores a 15 por cento!
E vêm agora os nouvelle politiques da nossa praça, exigir ou sugerir que o comum do trabalhador, aquele que nada contribuiu para esta situação, voltar a pagar os devaneios intelecto-financeiros desta cambada de nababos da nossa sociedade.
É tempo de mudar!
E é tempo de mudar com a luta, sempre a luta, de quem trabalha!

Paulo «sopas» Amaral

quarta-feira, 28 de abril de 2010

O Sistema

Que raio de sistema é este que nos impuseram?
Quem se permite conviver com um sistema gerador de guerras e de abissais desigualdades e que olha o ser humano como fonte de lucro?
Como é possível que nos queiram impingir um sistema que os paladinos do mercado consideram a panaceia para tudo e que apenas cria mais desempregados, crises cíclicas e que após estas os ricos ficam mais ricos e os pobres mais pobres?
Como é possível que vejamos os especuladores financeiros de todo o mundo «atacarem» a nossa economia e apenas se exige esforços aos reformados e aos trabalhadores portugueses, que são os únicos que nunca contribuíram para esta situação?
Como é que os nossos governantes permitem que convivamos «paredes meias» com especuladores que apenas pretendem que a dívida pública portuguesa chega a níveis tão baixos que depois eles possam tirar dividendos com isso? Como é possível, isto? Quem nos salva destes nababos que apenas pretendem o seu bem, deixando na miséria o povo que trabalha?
Só existe uma resposta para isto.
A mudança de políticas, o caminho para o Socialismo, o verdadeiro, não este socialismo encapotado que não é mais que uma verdadeira afronta a todos os homens e mulheres de esquerda que lutaram para que a ditadura fosse derrubada e que pudéssemos viver em democracia.

Paulo «sopas» Amaral

terça-feira, 13 de abril de 2010

Mexia e os 3 milhões.

Muito se tem dito e escrito acerca do prémio que António Mexia recebeu pelo "bom desempenho, e altos lucros" como CEO da EDP.
Em resposta, António Mexia disse que o prémio era legal e justo por ter sido decidido e aprovado em assembleia geral de accionistas, logo, ele não se sentia mal com o facto de receber o equivalente ao salário mínimo nacional (SMN) de 500 trabalhadores.
Estes trabalhadores, os que recebem o SMN, ouviram há alguns meses as associações patronais dizerem que um aumento de 20 euros no SMN iria destruir as empresas. Quanto aos 3,3 milhões de euros que mexia recebeu de prémio as mesmas associações nada disseram a não ser que era justo pela aprovação em AG de accionistas da EDP.
Lapidar!
Voltemos ao início.
O prémio de Mexia deve-se ao facto da EDP ter apresentado lucros durante o ano de 2009, lucros esses que foram superiores aos previstos.
Duas considerações.
Qualquer um com «dois palmos de testa» conseguiria obter lucros numa empresa que funciona em monopólio. Para mais, uma empresa que vende um bem essencial como a electricidade e ao preço em que o faz.
A segunda consideração tem a ver com o facto de que para os lucros serem substancialmente ultrapassados basta anunciar os resultados por baixo...
Para finalizar apenas referir que a estes nababos da nossa sociedade pouco importa os mais de 700 mil desempregados, e destes os cerca de 350 mil que não auferem qualquer subsídio de desemprego, pouco se importam com os trabalhadores com ordenados em atraso, com os trabalhadores que exercem as suas funções de forma precária. Não se importam também que o sistema que eles tanto preconizam seja um sistema gerador de abissais desigualdades sociais e que olha o ser humano como fonte de lucro.
Nada disto lhes importa pois sabem que depois de saírem de um «tacho» haverá outro «job for the boy».

Paulo «sopas» Amaral

terça-feira, 23 de março de 2010

Brandos costumes.

Existe um frase, tradicional, que é sinónimo de Portugal, segundo a qual somos um País de brandos costumes.
Temos sido, de facto, um País de brandos costumes!
Penso que chegou a altura de mudarmos este «estado de espírito».
Já pensámos que temos sido nós, os dos brandos costumes, sempre a pagar a factura que os nababos que nos têm governado nestes 34 anos, nos passam?
Temos sido nós, Portugueses que trabalham sempre e de brandos costumes, que sistematicamente temos aguentado este barco!
Que temos suportado, e pago, todos os devaneios dos políticos que ao longo destes anos no têm (mal) governado e que após deixarem o «el dorado» governativo entram no «el platina(do)» do sector privado que tutelaram enquanto governantes. Veja-se o caso do ex-ministro "jamais", que acabou de ser convidado para um lugar de topo na Cimpor. O caso mais recente.
Ficámos hoje a saber, se é que já não o soubéssemos, pela boca do omnisciente ministro das finanças deste país de brandos costumes, que são os mais ricos quem mais beneficiava das deduções fiscais . Estes beneficiavam em média 1600 euros, enquanto os contribuintes dos escalões mais baixos apenas tinham um benefício fiscal de 37 euros. Disse bem, TRINTA E SETE EUROS!
Aqui reside, na sua essência, o conceito de equidade fiscal que andamos a "gramar" há cinco anos.
E o que dizer dos prémios de produtividade (?) que têm sido pagos aos gestores públicos, enquanto que a maioria dos Portugueses, os tais dos brandos costumes, anda a apertar o cinto?
Chega de sermos uns bananas!
Basta de BRANDOS COSTUMES!

Paulo «sopas» Amaral

quarta-feira, 10 de março de 2010

Leandro, descansa em Paz.

Poucas notícias me deixam transtornado.
A do pequeno Leandro que se suicidou por ser vitima de bullying, fez com que eu ficasse bastante transtornado e a pensar com o sucedido.
Que sociedade esta.
Os pais quando deixam os seus filhos na escola, entregam nas mãos do conselho directivo, dos professores, das auxiliares, dos porteiros, a vida dos seus filhos durante o período em que eles têm aulas.
Passamos a responsabilidade de tomar conta dos nossos filhos para a esfera escolar onde, supostamente, todos os intervenientes têm uma responsabilidade acrescida pelo facto de as crianças e os jovens passarem bastante tempo dentro do recinto escolar.
Ora, neste caso, como em muitos outros, não foi isso que sucedeu.
Que podemos nós, pais, pensar sobre o que sucedeu ao pequeno Leandro?
O que terá levado uma criança de 12 anos a tomar a decisão de se suicidar? Porquê?
Porque razão acho que estamos a criar e a educar crianças e jovens que querem tornar-se criminosos? Sim porque a prática de bullying é um crime! É crime quem reiteradamente agride outrem. E foi isso que sucedeu, segundo as últimas versões dos colegas e familiares do pequeno Leandro.
Deveríamos reflectir sobre a educação que damos aos nossos filhos. Deveríamos pensar que tempo e mais do que isso, qual a qualidade desse tempo, que dispensamos aos nossos filhos.
Neste espaço, tenho sucessivamente chamado ao Leandro de pequeno. Mas o que de facto acho que o Leandro foi, foi um GRANDE HOMEM.
Paz à tua alma Leandro, onde quer que estejas.
Já que aqui não a tiveste.

Paulo «sopas» Amaral

Pensamento ideológico

«A revolução virá, quando e em que circunstâncias, isso não depende da vontade de qualquer classe, mas o trabalho revolucionário entre as massas nunca é em vão. Esse trabalho é a única actividade que prepara as massas para a vitória do socialismo.»

V.I. Lénine dixit.

terça-feira, 9 de março de 2010

PEC III

No plano de estabilidade e crescimento (?) está consagrada a possibilidade de o Estado vir a privatizar várias empresas.
Empresas de sectores estratégicos, empresas que têm dado bastantes lucros aos seus administradores e accionistas, enfim as empresas que ainda nos restam para que possamos dizer que ainda possuímos activos públicos.
Ora têm sido estes activos públicos que os sucessivos governos têm vendido ao sector privado, na maioria dos casos ao desbarato, que deveriam ter o efeito de reduzir a dívida pública. Chama-se a isto vender os anéis.
Ora como todos constatamos, isso não é líquido. Por isso estamos na situação que todos sabemos.
Mas o essencial destas privatizações têm a ver com o simples facto de que se estão a acabar os anéis.
O que o Estado vai fazer é dar início à venda dos dedos!
Como qualquer pessoa constata facilmente, as vendas só se dão enquanto houver matéria para vender. Ou seja, enquanto houver activos para se vender tudo bem, ou não!
Quando estes acabarem resta-nos dar início à venda dos dedos e aí, meus amigos, é a bancarrota!

Paulo «sopas» Amaral

PEC II

O governo através do plano de estabilidade e crescimento (?), vem reduzir o grau de protecção do subsídio de desemprego. Nem mais. Não basta estar desempregado, ainda vemos o valor subsidiado pelo Estado reduzir.
Assim, o governo pretende que o subsídio diminua à medida que aumenta a permanência na situação de desempregado.
Ao reduzir o valor do subsídio, a segurança social está também a aumentar a pressão sobre o desempregado de modo a que este se torne menos exigente e criterioso relativamente ao futuro emprego.
Ou seja, um licenciado que se veja na situação de desempregado, e o que não falta para aí é situações destas, terá que se despachar a arranjar emprego, pois se não vê a prestação social baixar até valores incomportáveis para um mínimo de decência social. E este «despachar» significa até arranjar um emprego como trolha (com o devido respeito pelos Portugueses que têm esta profissão), independentemente de se ser licenciado, independentemente de os pais desse jovem terem gasto imenso dinheiro na formação do seu filho! O que conta é tirar essa unidade das estatísticas e por conseguinte menos um encargo para o Estado, do fundo de desemprego.
Olvidando toda e qualquer responsabilidade que o Estado, por inerência todos os governos que nos têm (des)governado de há 35 anos para cá, na situação em que nos encontramos.
É a política da precariedade, do emprego sem direitos e do falso emprego que este governo nos quer impingir!

Paulo «sopas» Amaral

PEC

À boleia do combate ao défice, aqui vem mais uma pazada de privatizações.
Por menos de metade do valor que se pretende baixar o défice, 6 mil milhões de euros, este governo dispõe-se a vender sectores estratégicos da nossa sociedade.
Empresas que deveriam estar ao serviço dos Portugueses, irão passar para mãos estrangeiras, apenas com um fito: obter lucros chorudos em prejuízo dos mesmos de sempre.
Assim, por muito que digam que não, o nosso futuro, o dos nossos filhos e o dos nossos netos será seguramente mais difícil.

Paulo «sopas» Amaral

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

O estilo Sócrates.

A declaração proferida ontem pelo PM é paradigmática do estilo de José Sócrates.
Nada diz, nada esclarece, veste o fato de vítima até á exaustão e deixa todos que o ouviram a pensar "mas o que é que a criatura quis dizer?".
O PM, porque é dele que se trata, não se trata do Zé Manel dos Anzóis, como uma amiga minha costuma dizer, falou ao telefone com amigos suspeitos acerca de temas que dizem respeito ao País e a todos os Portugueses?
Falou!
Podia fazê-lo?
Claro que não!
Um PM deve-se conter acerca dos assuntos que fala em privado. Não é o referido Zé Manel dos Anzóis, que pode chegar ao café e dizer umas patacoadas em relação ao que lhe aprouver.
O PM foi apanhado a falar com os mesmos amigos acerca de assuntos de Estado.
Sim!
Pode fazê-lo?
Penso que não!
O PM, ao discursar num congresso do PS, fez afirmações pouco abonatórias acerca de uma jornalista e do jornal que ela apresentava numa estação privada?
Fez!
Essa jornalista acabou por sair da televisão privada e o referido serviço noticioso acabou?
Sim!
O PM, numa conversa em off, disse a uma outra pessoa que se encontrava no mesmo restaurante, por sinal ouvido por outros, que o jornalista Mário Crespo era um problema que tinha que ser solucionado?
Disse!
Mário Crespo depois desta conversa viu uma crónica sua censurada num jornal para onde escrevia há muito tempo?
Viu!
O PM, não o Zé Manel dos Anzóis, homem que deve ter uma espinha dorsal muito mais direita do que muitos gestores e administradores de empresas, viu o seu nome metido no meio do caso Freeport, nome que foi referido algumas vezes pelos arguidos no mesmo processo?
Sim, ele foi citado várias vezes por essas pessoas!
Então o que é que se pretende com todo este foguetório?
Faz-me lembrar aquele episódio onde numa marcha militar com 800 tropas, a ordem é esquerdo-direito, esquerdo-direito e há um tropa que faz direito-esquerda, direito-esquerda e a mãe desse rapaz afirma: "coitado do meu filho, é o único que está bem!".

Paulo «sopas» Amaral

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Constâcio no BCE

Ainda agora a figura foi eleita para vice-presidente do BCE com a área da supervisão financeira, veja-se bem que em Portugal um País pequeno limítrofe da Europa, o mesmo senhor não conseguiu supervisionar nada e vai agora para a Europa fazê-lo?, e cá no burgo já se anda a falar de quem irá suceder tamanha criatura no BdP.
Quase de certeza que será um boy do socratismo. Em relação à capacidade e qualidade técnica para o cargo, fica seguramente para segundo plano.
Eu aposto no ministro dos "corninhos".
Logo vejo.

Paulo «sopas» Amaral

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

O nosso fado.

No fim de semana passado, o Expresso publicou uma sondagem em que dá uma clara vitória ao PS, subindo inclusivamente em relação à sondagem do mês anterior. Na apreciação aos líderes políticos, José Sócrates continua com saldo positivo.
Tudo isto numa altura em que as notícias vindas a público dariam tudo menos resultados favoráveis ao PS e ao seu líder.
No entanto faço uma apreciação destes números.
Portugal sempre foi, é e continuará a ser um país de brandos costumes. As suas gentes são humildes, a grande maioria, dadas à desgraça e sempre ajudando os que são ou fingem que estão a ser vítimas.
Ora, como o Sócrates desde que foi eleito pela segunda vez como PM tem feito sempre papel de vítima, e mesmo agora quando tudo indica que mentiu aos Portugueses, e continua a mentir, mas que em frente às câmaras de televisão faz aquela cara de coitadinho e coloca na sua voz o timbre de desgraçado que todos lhe querem fazer mal e destituir do cargo onde está agarrado, qual lapa, os Portugueses continuam a dar uma larga vantagem em relação aos outros partidos.
Estamos mal servidos de PM, a criatura mente com quantos dentes tem na boca, continua a mentir mas nós, portugas, temos pena da figura e deixamos passar.
É o nosso fado.

Paulo «sopas» Amaral

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Carta aberta ao PM

Tenha vergonha e poupe os Portugueses a mais um devaneio seu.
O que é que importa se você diz que as escutas são ilegais e afrontam o Estado de direito, se o que é relevante neste caso é que você disse o que se diz que disse!
Você acabou com um serviço noticioso com grande audiência, de uma estação de televisão privada!
Você fez com que essa mesma estação colocasse na prateleira uma jornalista só porque apresentava esse mesmo serviço noticioso!
Você fez comentários depreciativos em directo na televisão pública, acerca desse mesmo serviço noticioso e dessa jornalista!
Você fez com que o director da TVI, um dos melhores profissionais da televisão em Portugal e reconhecido na Europa, saísse dessa estação!
Você fez comentários depreciativos e ofensivos acerca de um dos melhores jornalistas da nossa praça, num restaurante de Lisboa!
Você e os seus capangas perseguem quem o critica!
Você é o PM que mais processos colocou contra jornalistas!
Você é o PM que tem por hábito telefonar ou mandar telefonar para as redacções, com o intuito de controlar as notícias que vão para o ar!
Por isto tudo, Sr. PM, não venha agora a armar-se em vítima, aliás, papel que faz muito bem a seguir ao de mentiroso, porque o que é relevante neste assunto é que você não sabe lidar com as críticas e que tem a vontade de controlar alguns meios de comunicação social e de calar as vozes que lhe são adversas!
Repare que por muito menos do que isto, Santana Lopes foi demitido pelo PR.
Agora percebo porque é que Cavaco Silva não se pronuncia sobre nada do que lhe diga respeito, sr. PM. O sr. é esperto, atenção que eu disse esperto, não disse inteligente, quando você colocou o Soares contra o Alegre na corrida a PR, sabia de antemão que ao dividir o eleitorado da esquerda daria a vitória de mão beijada ao Cavaco. E ele está-lhe tão grato que não mexe uma palha contra si.

Paulo «sopas» Amaral

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Alisuper Versus Banca

O governo e a CGD, tão lestos a resolver os problemas de dois pequenos bancos injectando largos milhões de euros salvando assim meia dúzia de nababos especuladores, estão a permitir que uma cadeia de supermercados que dá emprego directo e indirecto a cerca de 800 pessoas feche portas por o banco do Estado não pretender injectar um milhão e duzentos mil euros na cadeia de supermercados Ali super, deixando assim aquelas pessoas no desemprego.
Cai assim a máscara por terra dos verdadeiros intentos e das verdadeiras políticas deste governo PS. Uma política de classe, virada para uns poucos em detrimento de muitos.
Quando a CGD injecta em dois pequenos bancos milhões de euros dos contribuintes, muitos deles seus depositantes, para salvar o BPN e o BPP, e rejeita investir uma migalhas numa cadeia de supermercado que dá emprego a cerca de 800 pessoas, deveria deixar todos os portugueses, repito TODOS OS PORTUGUESES revoltados!
O nosso dinheiro serviu para salvar uns banqueiros incompetentes, uns especuladores financeiros que muito ganham e nada produzem, fazendo dinheiro com dinheiro sem este passar pelo sector produtivo, e não serve para defender postos de trabalho?
É isto que o PM defende para o nosso País?
É esta a solidariedade que ele tanto fala? Solidariedade com os banqueiros, especuladores e com quem muito tem, isso sim.
Para os trabalhadores é sempre apertar o cinto, congelamento de salários, salários em atraso, perda de direitos, precariedade no trabalho, etc.

Paulo «sopas» Amaral

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Baixa de salários

Ouvi o ministro das finanças de Portugal, o tal que se surpreendeu com o valor do défice, dizer num canal de televisão que estava disposto a baixar o seu salário, se isso fosse uma medida estipulada pelo governo, ou seja, por si mesmo!
Não duvido das boas intenções da criatura.
Esta decisão, provavelmente, será seguida pelos outros ministros, pelos presidentes de câmara, pelos governadores civis, pelos deputados, pelos directores-gerais dos organismos públicos, pelos chefes de repartição da função pública, enfim, esta decisão seria tomada por aqueles que auferem vencimentos da ordem dos 3 ou 4 mil euros mensais. Segundo a proposta/sugestão, a ideia seria reduzir os salários em 10%.
Ora fazendo as contas rapidamente, para quem aufere vencimentos mensais daquele montante, 300 ou 400 euros a menos no ordenado não se nota de certeza absoluta, ainda para mais tendo eles todas as mordomias que todos sabemos que usufruem.
Agora vamos fazer o mesmo exercício para os outros, para a grande maioria, dos trabalhadores portugueses.
Vamos pegar num exemplo que não é o mais radical.
Um casal trabalhador por conta de outrem que aufere 700 euros mensais cada um, coisa que não é muito usual, sem regalias nenhumas, com empréstimo á habitação, um filho a estudar, e tirarem-lhe 70 euros do vencimento a cada! Como seria a vida destas 3 pessoas a partir dessa data. Perderia alguma da já pouca qualidade de vida que tinham.
É a isto que os nossos governantes devem olhar.

Paulo «sopas» Amaral

Governabilidade

O governo, por intermédio de um ou dois ministros mais dados às coisas dos yes man, tem vindo para a comunicação social afirmar insistentemente que a aprovação da Lei das Finanças Regionais põe em causa a governabilidade do País.
Esta sistemática vitimização por parte dos socialistas já começa a enjoar.
Penso que seja de todo compreensível a oposição não votar a favor das pretensões do governo quando essas pretensões sejam contrárias aos programas dos partidos pertencentes à oposição.
Acho de todo hipócrita que o governo do PS se esteja a vitimizar numa situação destas. O que é que o PS pretendia? Que o PCP, o PSD, o CDS e o BE votassem a favor das sua vontade indo de encontro aos seus princípios e programas?
Quando se ouve o líder parlamentar do PS afirmar que a oposição sofre de "insensibilidade", apetece dizer que insensível ao espírito de democracia está o PS e os seus governantes e parlamentares cheio.
A oposição serve para isto mesmo. Quando não estão de acordo com as medidas do governo, votam contra. Faz parte da democracia de qualquer País!
O que acho que coloca em causa a governabilidade do País, são as medidas que este e os anteriores governos têm levado a cabo. Medidas que destruíram e destroem o sector produtivo nacional, destruíram centenas de milhar de postos de emprego, privatizaram empresas de sectores estratégicos onde essas privatizações constituíram um dos maiores roubos ao Povo Português, políticas que criaram postos de trabalho e trabalhadores precários onde muitos deles não têm quaisquer direitos, etc.
As políticas levadas a cabo nos últimos 33 anos, é que são as causadoras da "ingovernabilidade" que tanto se queixa o PS.

Paulo «sopas» Amaral

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

De novo os economistas!

Ele é o Vítor Constâncio, o Silva Lopes, o César das Neves, o presidente da AEP, o João Salgueiro, enfim, eles são tantos que metade deste post não chegava para os nomear.
Eles, são os economistas da nossa praça que agora advogam uma subida dos impostos para este ano com o fim de, mais uma vez, reduzir o défice.
As medidas para a redução do défice que estas sumidades aprenderam nas faculdades por onde passaram resumem-se apenas a duas: aumento dos impostos e redução ou congelamento dos salários dos funcionários públicos, como se fossem estes os causadores de 30 anos de políticas erradas.
Nunca ouvi nem li estas criaturas defenderem o aumento da taxa de imposto para a banca, por exemplo. Nem os ouvi dizer que prescindiam de algo em favor do combate ao défice. O Silva Lopes, por exemplo, com a proveta idade que tem ainda "mama" vários milhares de euros por mês na EDP-Renováveis, provavelmente para ir lá uma vez por mês dizer de sua justiça. E o Governador do BdP nunca o ouvi dizer que baixaria o seu salário e prescindia de algumas das mordomias que tem como cartão de crédito, por exemplo, para ajudar a combater o défice. Também estas sumidades nunca afirmaram apodicticamente, que combateriam os off-shores e quem para lá envia dinheiro em favor do combate ao défice.
E porque não, acabar com as várias reformas que centenas, para não dizer milhares, de ex-governantes e detentores de cargos públicos auferem? Apenas para moralizar a coisa e ajudar a combater o défice.
Isto digo eu que não estudei como essas sumidades!

Paulo «sopas» Amaral

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Orçamento do Estado 2010

Volto a falar acerca do OE para este ano porque há duas coisas que têm sido ditas e que merecem a maior atenção da parte de todos os Portugueses que parece que andam um pouco distraídos para esta coisa da política, ou fazem para que andemos distraídos para assim não falarmos destas coisas, pois a política é o preço do pão, da electricidade, da água, do arroz, do peixe da carne, etc., e deve merecer da nossa parte a maior atenção e a nossa opinião crítica.
Por isso este meu blogue, que não é mais do que um espaço para dissertar acerca do que penso ser importante para a nossa vida.
Ora bem, voltando ao início deste meu texto, as duas coisas que têm sido repetidas quase até à exaustão são o exemplo da Irlanda que cortou uma parte dos salários dos funcionários públicos e a outra é uma frase que os economistas, aqueles que não conseguiram prever uma crise desta natureza, dizem até à exaustão e passo a citar "andamos a gastar acima das nossas possibilidades".
Vamos ao primeiro caso.
Tem havido muitos bons opinadores, comentadores e economistas dos quadrantes políticos que já conhecemos, que não seria de todo descabido seguirmos o exemplo da Irlanda que para combater a crise reduziu em parte os salários dos funcionários públicos.
Primeiro aparte: então quando a Irlanda era o País da UE que mais crescia, com níveis muito acima da média europeia, tendo sido essa subida motivada por políticas que defendiam o emprego com aumentos salariais para estimular o consumo e assim permitir que as empresas tivessem lucros com os bens que vendiam, pois se os irlandeses tinham dinheiro esse dinheiro servia em parte para consumir, a Irlanda, dizia eu, promoveu o investimento público quando nem sequer se falava em crise permitindo assim que tivesse níveis de crescimento muito superiores aos outros países da UE, dando assim melhor qualidade de vida aos seus habitantes, nessa altura não ouvi nenhum opinador, comentador ou economista afirmar convictamente que deveríamos adoptar as mesmas medidas que a Irlanda adoptou para assim permitir um melhor nível de vida a todos os Portugueses. Agora porque lhes convém, ou seja porque já mexe com os salários dos trabalhadores aqui-d'el Rei vamos a isso copiar o método Irlandês!
É preciso ter lata e descaramento.
O segundo caso do "andamos a gastar acima das nossas possibilidades", pergunto: Mas quem é que anda a gastar acima das possibilidades? Os trabalhadores que ganham o salário mínimo que mal chega para comer? Os mais de 600 mil desempregados? Os reformados e pensionistas cujas pensões nem dão para os medicamentos? Os trabalhadores que têm ordenados em atraso? Os que recebem o vencimento às pinguinhas?
Ou não serão antes os nababos da nossa sociedade que levam os milhões para os off-shores privando o País dos impostos inerentes a esses dinheiros? Ou serão os Belmiros, os Amorins ou os Salgados que gastam milhões e pagam mal aos seus empregados? Ou serão os Berardos da nossa praça, que sem produzirem nada ganham milhões na especulação financeira?
É preciso descaramento para estes omniscientes virem dizer estas mentiras ao povo português e depois ficarem-se a rir na nossa cara. A crise não é para todos!

Paulo «sopas» Amaral

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Os Funcionários Públicos, Portugal e Angola

Diz o Diário de Notícias de hoje na primeira página que os funcionários públicos não vão ter aumentos reais em 2010.
Diz a mesma 1ª página que Portugal vai emprestar 140 milhões de euros, já este ano, a Angola ao abrigo de um acordo com o Brasil e o FMI para ajudar aquela ex-colónia lusitana.
Desde já acho muito estranho que o nosso governo tenha assumido um encargo desta natureza e envergadura, pois este empréstimo a concretizar-se, endividará ainda mais Portugal no estrangeiro. Pois para poder ter aquela verba disponível para emprestar a Angola, o endividamento terá que ser num contexto de aumento das taxas de juro para, assim, Portugal ter dinheiro para emprestar ao governo Angolano, que gere um país rico em diamantes e petróleo!
Em segundo lugar pergunto: Depois de já ter sido dito pelas ominiscientes empresas de rating internacional, que Portugal estava a chegar ao limite do seu endividamento, valerá a pena mais um para emprestar dinheiro a um País como Angola? E porque não o governo português endividar-se para permitir um aumento real dos salários e pensões de reforma aos Portugueses que trabalham e trabalharam para criar riqueza em Portugal?
Já agora, porquê emprestar dinheiro a um País que tem uma empresária, por acaso filha do presidente, que é só uma das maiores investidoras em Portugal? Parece-me que Portugal recebe dinheiro da senhora e depois empresta ao país de que o pai dessa investidora é o presidente. Ou seja, o dinheiro aparenta que entra nos nossos cofres mas afinal nem sequer sai de Angola.
Parece confuso mas é isso que se está a passar.
Que estranho este Portugal, governado há mais de trinta anos por incompetentes e hipócritas...

Paulo «sopas» Amaral

Orçamento do Estado

Estive ontem a ver um fórum acerca do OE para 2010. A meio do fórum, apareceu a líder do PSD a dizer que em nome da estabilidade e do interesse nacional e da defesa das gerações futuras (?) Manuela Ferreira Leite iria propor ao grupo parlamentar do PSD (então MFL também não faz parte desse grupo?) que se abstivesse na votação do OE, permitindo assim a viabilização do documento. Resta saber se a abstenção do PSD é construtiva, destrutiva ou de trazer água no bico.
Bom o que me apraz registar da declaração de MFL é os termos que agora tanto estão em voga. Estabilidade, interesse nacional e defesa das gerações futuras. Da geração actual que tenha algum futuro, conforme as coisas estão, duvido que alguém lá consiga chegar. Quanto à estabilidade é mais uma das mistificações que alguns dos nossos políticos andam a divulgar para safarem os seus lugares.
Quanto às negociações para a viabilização do OE penso que foram tudo menos isso. Foram amenas conversas, em que alguns dos intervenientes como já não se viam a algum tempo aproveitaram para por a conversa em dia, pois segundo a imprensa do fim de semana, o CDS muito antes de se dar início às negociações já tinha decidido pela viabilização do OE.
Quanto ao PSD, as negociações serviram para alguns barões virem mais uma vez dizer mal da líder, e para outros se mostrarem nas grandes salas do poder. Veja-se o caso de António Borges.
O PS, depois de se vitimizar na AR dizendo por diversas vezes que quem tinha que governar era quem tinha ganho as eleições, neste caso limitou-se a fazer o que antes tinha dito que não fazia. Colocar no OE reivindicações (?) dos outros partidos da direita.
E este é de facto um OE virado à direita!
Nas privatizações, uma das bandeiras das políticas de direita, este OE irá continuar a alienar os nossos já parcos recursos, pondo em causa a nossa soberania e agora sim, as gerações futuras.
Quanto aos impostos, segundo o que se sabe e que é pouco, não irá haver aumento dos impostos, mas já há cinco anos também essa era uma das bandeiras do PS e depois foi o que se viu. Sou de acordo que se aumente os impostos mas para a banca pois os lucros astronómicos que têm apenas pagam uma ínfima parte de imposto, e para as grandes empresas que podem pagar um pouco mais de impostos, pois quando se fala em sacrifícios, esses são sempre para os trabalhadores. Como no caso da banca, que defendo um aumento do IRC, também as mais-valias bolsistas deveriam pagar IRC, pois não se compreende que quem viva da especulação bolsista, sem nada produzir ganha milhões e não pague impostos como quem trabalha.
Assim, era provável que aparecessem as verbas necessárias para o desenvolvimento do País e para uma política económica e fiscal mais justa.
Uma última nota.
Enquanto que o PSD e o CDS andaram aos ziguezagues nesta questão do OE no que diz respeito à coerência de princípios e valores vindo agora dizer que é pelo interesse nacional que viabilizarão o OE, o PCP manteve a coerência, os valores e os princípios sempre em nome dos trabalhadores e das pequenas e médias empresas, que são de facto quem tem mais a perder com a continuação desta política que vem sendo seguida há mais de trinta anos.

Paulo «sopas»Amaral

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Factura energética

Diz o Expresso de 16 de Janeiro que devido ao início de inverno chuvoso que temos tido as nossas barragens produziram quase quatro vezes mais energia do que no mesmo período do ano passado. Ao mesmo tempo, e ainda segundo a mesma notícia, as torres eólicas produziram duas vezes mais em relação ao mesmo período do ano transacto.
Ou seja, a intempérie permitiu que Portugal passasse de importador a exportador de energia e que conseguíssemos reduzir a nossa factura energética, em virtude de os custos de produção da energia terem diminuído.
Ora, e ainda segundo a mesma notícia, isto tudo somado dará mais lucro para as empresas eléctricas, ou seja para a EDP.
E aqui é que a porca torce o rabo. É certo que 2009 foi um ano com pouca precipitação, tirando os dois últimos meses, mas seria necessário um aumento de 2,9% na factura da electricidade para os consumidores? A EDP refugia-se nos custos de produção, na seca que houve em 2009, no aumento do preço do transporte da electricidade, etc.
Agora, vamos aguardar pelo final de 2010 para vermos o que acontecerá. Ou se continuarmos a ter mais um ou dois meses chuvosos porque não a meio do ano haver um acerto na factura da electricidade para os consumidores? Seria bom que a entidade reguladora fosse tão lesta a baixar o preço da electricidade como o foi a exigir o aumento da tarifa.
Aguardemos!

Paulo «sopas» Amaral

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

As negociações para o OE 2010

Não deixa de ser curioso que o PS, que se diz de esquerda, estar apenas a negociar a aprovação do OE para 2010 com os partidos de direita.
Por mais que o PS diga que com o PCP e o BE não há entendimento possível devido às exigências, mais daquele do que deste, feitas que são "incomportáveis com a actual situação do País", não deixa de ser curioso que o PS se dê ao trabalho de discutir ponto a ponto do OE com os dois partidos à direita do espectro político.
Quando eu digo curioso quero deixar bem claro que para mim de curioso ou de estranho esta posição do PS nada tem. Curioso é ouvir altas individualidades do PS afirmar e afirmarem-se de esquerda, e depois discutir um assunto tão importante par o País e para os Portugueses com os dois partidos de direita.
Afinal, não existem tantas diferenças entre o PS, o PSD e o CDS como alguns quiseram fazer passar para a opinião pública.
Então o Dr. António Vitorino, comentador da RTP sem contraditório, o que dirá disto?
E o prof. Marcelo?
Onde é que estão as diferenças que estas duas sumidades do comentário político tanto têm querido revelar?
Como disse na minha última mensagem no blogue, este é mesmo um País de hipócritas!

Paulo «sopas» Amaral

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Santana Lopes e a condecoração

Deixem que desabafe!
Que triste País o meu!
Santana Lopes, a quem não consegui ainda, discernir nada de relevante na vida política nacional, recebeu das mãos de quem lhe chamou "moeda má" da política nacional, a Grã Cruz da Ordem de Cristo.
Disse o Presidente da República, que esta distinção se deve aos políticos que serviram a República nos seus mais altos cargos de Governo, e que este era um acto de justiça em relação a esses portugueses.
Bom, então essa condecoração deveria ser atribuída a todos os trabalhadores Portugueses pois têm sido eles que têm aguentado a República e os seus altos representantes, com o seu trabalho e honradez.
Sejamos sérios!
Então um político que, não ganhando eleições, chega a primeiro-ministro e ao fim de seis meses se vê destituído do cargo, é uma personagem que serviu o País e a República condignamente ao ponto de se ver condecorado?
Voltem os incompetentes!
E digam ao Cavaco que está na hora de ele se reformar!
De uma vez por todas!
Hipócritas já nós temos que chegue!

Paulo «sopas» Amaral

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

De novo os economistas

Há economistas com propensão para o mediatismo.
São pessoas que, olvidando as responsabilidades que têm na actual situação do País, vêm para os jornais e televisões dizerem de sua justiça. Qualquer alteração dos índices económicos é pretexto para mais uma declaração ou um artigo de jornal.
Esses artigos e essas declarações têm como único objectivo darem uma visão catastrófica do nosso País, para que as medidas que preconizam possam ser justificadas. Mas nessa visão catastrófica do País esses economistas têm uma grande quota de responsabilidades.
Depois de ter ouvido João Salgueiro na televisão após ter sido recebido pelo Presidente da República, dizer que tinha estado no palácio de Belém para dizer ao PR que o País pode chegar ao ponto a que chegou a Grécia, ou seja quase a bancarrota, achei que estava a ver uma comédia.
Então o senhor não foi ministro das finanças num dos governos de Cavaco Silva?
Então este senhor não foi até há pouco tempo presidente da Associação de Bancos, onde defendia e assinava por baixo as regras que os bancos emanavam onde as suas margens de lucro aumentavam, sempre em detrimento dos clientes?
Este senhor não é o mesmo que sempre defendeu que a banca devia ter elevados lucros, mesmo em contraciclo com a economia?
Porque é que não o ouvimos defender que a banca deveria pagar a taxa real de imposto que está na lei desde 2005 e que nunca foi aplicada? A banca deveria pagar 27,5% de imposto em 2005 e apenas o que pagou foi 11,7% de IRC + derrama. A isto o senhor Salgueiro nada disse.
E este é apenas um caso, pois muitos mais há. Daniel Bessa, Ernâni Lopes, Eduardo Catroga, Manuela Ferreira Leite, Bagão Félix, etc.
Todos estes, que tiveram responsabilidades governativas na pasta da economia e responsabilidades na actual situação do País fazem agora o papel de omniscientes na área económica, fazendo ver aos mais incautos que a verdade está com eles e que as medidas que eles preconizam irão salvar o País.
É de lamentar a fraca memória das pessoas!

Paulo «sopas» Amaral

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Os economistas e a crise.

Os economistas que há cerca de dois anos não conseguiram prever a maior crise económica dos últimos 80 anos, voltam agora à carga.
Os mesmos economistas que não conseguem prever uma grave crise, alguns deles até estiveram na génese dela, vêm agora dizer que a retoma ainda não chegou, o que é verdade e que o pior virá este ano.
Para que Portugal não sinta os efeitos da crise como outros estão a sentir, dizem os nossos economistas, é necessário que os salários não aumentem, que o desemprego irá continuar a aumentar para estimular a economia, incentivando até que muitas empresas despeçam trabalhadores chegando ao ponto de dizer que para Portugal sair da crise são necessárias medidas de choque como estas mas que apenas têm um alvo: os trabalhadores.
Outra frase que os nossos economistas, alguns políticos fazem eco dessas mesmas palavras, muito gostam de dizer é que o emprego já não é para toda a vida. Bom aqui, mais uma vez, eles apenas se referem aos trabalhadores portugueses pois no que toca a eles e a uma minoria, o «tacho» é para toda a vida.
No lugar deles deixava-me estar bem caladinho e depois de tudo isto passar é que voltava a «botar discurso».
Por seriedade para comigo próprio, por respeito por todos os Portugueses desempregados e com salários em atraso e também por vergonha. Vergonha por não ter conseguido prever uma crise que prejudicou tantos milhões de pessoas.
Pois assim poderia ser que os Portugueses voltassem a sentir algum respeito e a acreditar no que esses omniscientes apregoam.

Paulo «sopas» Amaral