quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

BPN e BPP = falência

António Borges, vice-presidente do PSD e uma das personalidades que a comunicação social mais gosta de divulgar as suas opiniões, afirmou esta semana ao Expresso que em relação ao BPN e BPP houve "um falhanço tremendo dos supervisores", chegando mesmo a dizer que estes são casos de polícia que nada têm a ver com a crise.
Este "reputado economista", defende que as duas instituições bancárias deviam ter ido à falência e que só não foram porque havia importantes interesses a defender, interesses de pessoas que tinham feito grandes negócios com o BPN e o BPP e que o governo entendeu proteger.
Estas palavras, proferidas por tão "ilustre personalidade", deixarão certamente o PS e o PSD furiosos.
Primeiro o "...falhanço tremendo dos supervisores", implica directamente o governador do BdP, e o PS e o PSD que têm mantido tão estranha figura na instituição que deveria supervisionar as instituições financeiras cá do burgo.
Vítor Constâncio, que de constante não tem nada, é directamente visado nestas palavras do economista vice-presidente do PSD e por arrasto o PS e o PSD.
Em segundo lugar, não podemos olvidar que quem criou o BPN foram gradas figuras do PSD. Inclusivamente, Dias Loureiro um cavaquista dos "três costados" foi apanhado em diversas contradições e mentiras, algumas delas ditas na casa representativa da democracia, a Assembleia da República, e salvo erro, está constituído arguido no processo.
Sendo assim, quando António Borges afirma que o BPN não foi à falência porque havia importantes interesses de pessoas que o governo de Sócrates pretendeu defender, devo concluir que se estava a referir a pessoas oriundas da área política do PS e do PSD.
Além do mais, a opinião deste "conceituado economista" não difere em nada daquilo que o Partido Comunista Português preconiza desde o início desta crise financeira, que abalou o BPN e o BPP.
Por isto, entendo que a democracia avançada no limiar do séc. XXI, defendida pelo PCP, contém as políticas correctas para nos fazer sair desta crise originada pelo capitalismo desenfreado.

Paulo «sopas» Amaral

Ano novo, novos aumentos

Ficámos hoje a saber que a ERSE autorizou a EDP a aumentar a tarifa eléctrica em 2,9% em 2010.
Nada de novo, pois já todos sabemos que assim que se inicia um ano há uma panóplia de aumentos de bens e serviços para os Portugueses suportarem. Só que ainda não percebi bem o porquê de se escolher sempre o início de cada ano para o fazerem, quando anos houve em que a meio sofríamos aumentos e, como é da praxe, no início do ano seguinte mais aumentos.
Bom mas vamos a este aumento.
A EDP, como todos sabem, tem lucros de milhões de euros todos os anos. A EDP é das empresas que mais e melhor paga aos seus administradores, o mesmo não se pode dizer dos seus empregados. A EDP é uma empresa que fornece um bem essencial, por isso dever ser público.
Ora, mas os nababos pertencentes à administração da empresa que fornece um bem essencial, acham que devem ainda ter mais lucros, para assim poderem reforçar ainda mais as suas chorudas contas bancárias e aqui vai disto, propõem um aumento de 2,9% para o Continente, porque para a Madeira e para os Açores os aumentos são menores, para os consumidores privados.
A ERSE, entidade que deveria regular o sector energético, autoriza esse aumento, aludindo ao facto de que o consumo baixou e que os encargos com a produção aumentaram.
Bom aqui há uma coisa que não entendo.
Então enchem-nos a cabeça com paradigmas de poupança, e depois dizem que o preço da electricidade tem que aumentar porque houve um abaixamento do consumo? Em que é que ficamos?
Senhores responsáveis do nosso País, para os salários os aumentos não podem ultrapassar o valor da inflação, que por acaso este anos até dizem que vai ser negativa, ou seja ainda vamos ter que pagar ao Estado para receber o vencimento, mas para tudo o resto os aumentos podem e são muito superiores aquele valor.
Então senhor Vítor Constâncio, onde pára o senhor agora? Apenas serve para vir para a televisão dizer que os impostos devem aumentar e que os salários nem por isso, e agora com este aumento e com os que se seguirão, não vem dizer que eles vêm sobrecarregar, ainda mais, os parcos orçamentos familiares de quem trabalha?
Fale agora ou cale-se para sempre!
Repartição da riqueza, já!

Paulo «sopas» Amaral

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

A "guerra justa" de Obama

Barack Obama disse na ocasião em que recebeu o Prémio Nobel da Paz, que estava a fazer a guerra justa.
Pergunto eu: Quem é que determina, e qual o conceito que se dá à guerra para lhe chamar justa? Existe alguma guerra justa?
Os mortos de uma guerra justa, podem ser apelidados de mortos justiçados?
Quem é que define tudo isto? Os EUA? E quem lhes passou procuração?
A estas perguntas devem ser dadas respostas concretas!
E os estados que se alinharam com os EUA devem responder a isto.
Se não, viveremos para sempre no faz de conta global!

Paulo «sopas» Amaral

Três notícias

Duas notícias marcaram o dia de ontem e uma acordou-me esta manhã.
As de ontem têm a ver com os insultos na comissão parlamentar de saúde entre dois deputados, do PS e do PSD, e a de que 93% dos portugueses consideram que a corrupção é um grande problema do País.
Começo por esta. Pensava, inicialmente, que todos os portugueses considerassem a corrupção o maior dos males do nosso País. Ingenuidade. Os sete por cento que não consideram a corrupção um grave problema de Portugal são os corruptos e os seus acólitos que resguardando-se por baixo do seu chapéu de chuva beneficiam em larga escala dessa corrupção.
Mais a sério. Este valor não me surpreende pois depois de todos os escândalos a envolverem gradas figuras da nossa classe política e empresarial, e no final ninguém ser considerado culpado, deixa qualquer pessoa de bem preocupada.
Estranho que depois de tanto alarido no início de todos os processos mediáticos, no fim ninguém fique com o ónus desses processos, havendo até quem depois peça chorudas indemnizações ao Estado, este já lesado, para pagar supostas violações da sua privacidade, e prejuízos morais (?) e patrimoniais.
Como alguém já disse, é a justiça que (não) temos.
A segunda notícia que ontem foi amplamente difundida pela comunicação social, trata de mais um coro de ofensas entre deputados nas instalações da Assembleia da República.
Poder-se-á pensar que, enfim, já não é a primeira vez, que os deputados estavam cansados de tanto trabalho parlamentar, enfim podia arranjar-se uma panóplia de desculpas para justificar mais esta falta de respeito pelos Portugueses de quem tem a obrigação de os representar. Mas não!
Penso mesmo que esta situação demonstra de forma paradigmática a qualidade de alguns políticos. Fraca!
Este tipo de políticos, que não olham a ideologias e olvidam a coerência intelectual para se manterem em órgãos de poder saltitando de ministério em ministério, de partido em partido com o único objectivo de se "encherem" esquecendo quem neles votou, são os políticos que têm vindo a deteriorar a nossa democracia ao longo destes anos.
A última notícia que quero referir, a mais recente, tem a ver com a ida de Obama a Oslo para receber o seu Nobel da Paz.
Provavelmente, o avião que o levará a Oslo é o avião onde irão alguns dos soldados americanos para o Afeganistão fazendo escala em Oslo. Ou seja, no mesmo meio de transporte teríamos o galardoado com o Nobel da Paz, soldados que vão para um país para fazer a guerra e o mandante desses soldados para a guerra que, por acaso, é o homem que vai receber o Nobel para quem deveria fomentar a PAZ.
Este mundo está virado do avesso.
Quem aumenta o orçamento militar dos EUA, onde apenas 2% desse orçamento daria para erradicar a fome existente em África, é considerado um paladino da Paz, dá que pensar. Quem sistematicamente tem enviado e mantido tropas em países como o Iraque e o Afeganistão, quem tem ameaçado de forma apodíctica países como o Irão e a Coreia do Norte, irá, hoje, receber o Prémio Nobel da Paz.
Que estranho mundo este!

Paulo «sopas» Amaral

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

O Hino Nacional e a Cimeira Ibero-Americana

Decorreu em Portugal a XIX Cimeira Ibero-Americana durante os dias 29, 30 de Novembro e 1 de Dezembro.
Dentro das diversas iniciativas, desde reuniões a passeios com as primeiras damas e a Rainha de Espanha, na 2ª feira decorreu um concerto com jovens dos diferentes países Ibero-Americanos.
Ora, nesse concerto foi tocado o nosso Hino Nacional.
Digo bem, to-ca-do. Apenas tocado. E perante a quase dormência do Presidente da República, e o visível agrado do primeiro-ministro.
Como militar que sou, e tendo aprendido a respeitar os mais altos símbolos da Nação, tenho que considerar que aquele facto foi vergonhoso para o nosso País.
Os símbolos da Nação são a Bandeira nacional e o Hino Nacional. E este tem letra. A mais bonita e a mais significativa letra de todos os hinos.
O nosso Hino canta-se!
E por isso devia ter sido cantado.
Senti-me, e penso que muitos Portugueses, indignado por tal facto.

Paulo «sopas» Amaral

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Presidência da República

Diz a comunicação social de hoje que Fernando Lima, o ex-assessor para a comunicação social de Cavaco Silva que foi demitido por ter influenciado uma notícia gravosa para o governo de Sócrates sobre escutas, foi promovido na hierarquia da Presidência da República para assessor do Chefe da Casa Civil de Cavaco.
Deduzo, que Cavaco Silva achou que o seu ex-assessor de imprensa foi injustamente demitido, pois só assim se compreende esta promoção.
Ou então, o "crime" compensa!


Paulo «sopas» Amaral

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Pensamento

"On matters of style, swim with the current, on matters of principle, stand like a rock."

"Em questões de estilo nada ao sabor da corrente, em questões de princípios ficar como uma rocha."
Thomas Jefferson


Paulo «sopas» Amaral

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Expulsão de 200 militantes do PS

Esta notícia corre nos sítios de informação da Internet.
Cerca de 200 militantes do PS que se "atreveram" a concorrer contra listas patrocinadas pelo partido, poderão ser alvo de expulsão do PS por terem cometido esse "crime".
Segundo a mesma notícia, a punição de expulsão está consagrada nos estatutos do PS. Coisa que até agora os responsáveis do PS ocultaram principalmente quando criticavam o que chamavam de purgas dentro do PCP.
Mas o essencial da notícia é que no PS a democracia foi mandada para as calendas. Um simples militante do PS que se candidatou como independente a uma Câmara Municipal ou a uma Junta de Freguesia está sujeito a ser expulso do partido, enquanto que o Manuel Alegre, ex-deputado, ex-vice-presidente da AR e participante em reuniões, colóquios e não sei mais o quê patrocinados pelo BE que até se candidatou a Presidente da República contra o fundador e pai do PS, continua com toda a sua pose de estadista a debitar opiniões sobre tudo e sobre todos e até é muito considerado pelos altos dirigentes, José Sócrates incluído, do PS.
Temos aqui o velho estilo de bater nos mais fracos e deixar os fortes incólumes.
Apenas uma nota final. Se isto se passasse no PCP, imagino a gritaria que se fazia ouvir e as acusações mais variadas.

Paulo «sopas» Amaral

Socrates e as escutas telefónicas

José Sócrates (JS), o primeiro ministro de Portugal afirmou hoje nos jornais da hora de almoço que se sente insultado por um semanário que o acusa de ter mentido na Assembleia da República acerca do negócio da compra da TVI.
E quer saber se as escutas de que foi alvo, ou continua a ser, são legais e desde quando estão a ser feitas.
Bom, duas coisas me apraz dizer sobre isto.
Se de facto JS se sente insultado é porque as notícias são falsas. Se as notícias são falsas é porque as escutas telefónicas não têm nada de relevante. E se as escutas são irrelevantes, deve JS permitir que a Nação fique a saber quais as conversas, mesmo privadas, que um dos mais altos representantes da Nação teve com um dos seus amigos. Que por acaso é arguido num processo de corrupção.
A Nação agradeceria a JS e este poderia vir a tirar dividendos no futuro desta sua boa acção, coisa que não tem feito com a frequência necessária.
Claro que todos nós temos direito às nossas conversas privadas. Claro que podemos dizer alguns palavrões ao telefone quando estamos a falar com amigos. Mas quando essas conversas não têm nada mais a não ser isso mesmo, conversa, e na posição de alto representante da Nação era de bom tom e de um grande significado patriótico a permissão para que essas escutas fossem do conhecimento de todos.

Paulo «sopas» Amaral

Vitor Constâncio

Ficámos a saber hoje que o governador do Bando de Portugal (BdP) está nomeado para se candidatar ao cargo de vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE).
Nada mau para quem não cumpriu com uma das suas obrigações enquanto governador do BdP, que era supervisionar a banca para que não acontecessem situações como as do BCP, BPN e BPP.
Ao fim de tantos anos como governador do BdP, eis que o senhor vai para mais um el dorado para que no fim saia de lá com mais uma reforma choruda.
Para quem sistematicamente afirma que deve haver contenção salarial para os trabalhadores Portugueses, não lhe ficava nada mal prescindir de uma das reformas a que terá direito, ou não aceitar o cargo para que está a ser convidado.
Dar a vez a outros!

Paulo «sopas» Amaral

Os empregos de Belmiro de Azevedo

O patrão da SONAE, à margem de uma cerimónia de entrega de diplomas afirmou que a candidatura de Vítor Constâncio para Vice-presidente do BCE era irrelevante para Portugal. Estou plenamente de acordo, pois o governador do BdP que tem como uma das incumbências supervisionar o mercado bancário em Portugal não o fez e permitiu que acontecesse a alguns bancos o que aconteceu, não tem credibilidade nem competência para ascender a um alto cargo em instituições europeias.
Mas, o homem que já foi o m ais rico de Portugal disse mais. Disse que os problemas de Portugal não se resolvem com nomeações para instituições europeias ou mundiais, outrossim os problemas de Portugal resolvem-se com a necessidade de Portugal precisar de "ter empregos razoáveis e baratos", e "coesão salarial".
Aqui está demonstrado o pensamento e a praxis de um dos maiores paladinos do capitalismo e do liberalismo. O pormenor da adjectivação em relação ao emprego: "barato"!
É isto o que o senhor preconiza para Portugal: mão de obra barata, trabalhadores 12 horas no local de trabalho, perda de direitos, aumentos salariais nulos, tudo isto para que os lucros da empresa do senhor aumentem exponencialmente.
É verdade que a empresa da criatura é uma das maiores empregadoras do País. Mas emprego precário, sem direitos muitos deles consagrados na Constituição da República Portuguesa o que consagra uma ilegalidade a quem os sucessivos governos fecham os olhos e baixos salários.
É por isto que cada vez mais penso que a ideologia que eu preconizo, bem como milhões de outros trabalhadores e trabalhadoras pelo mundo inteiro, é a mais adequada para combater este tipo de injustiças.
Ninguém, mas mesmo ninguém, poderá concordar com o que um dos mais altos representantes do capitalismo em Portugal defende. Quem gostaria de estar a trabalhar numa empresa da criatura sabendo que o seu patrão defende mão de obra barata?
Quem, seja do PSD, do CDS ou do PS, gostava de ser considerado "escravo"? Sim porque é o que se depreende das palavras da criatura.

Paulo «sopas» Amaral

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

O envelhecimento em Portugal

O Instituto de Política Familiar do Parlamento Europeu apresentou um relatório segundo o qual Portugal é o País da União Europeia em que a população está a envelhecer mais depressa.
O mesmo estudo refere que as pessoas com mais de 65 anos passaram de 11,2 por cento em 1980 para 17,4 por cento em 2008.
No mesmo estudo, Portugal aparece como o País que oferece menos assistência às famílias.
Pergunto: O que se esperaria de um País onde a carga fiscal é cega para as famílias com mais de um filho, onde não existe nenhum benefício fiscal a nível do IRS para as famílias numerosas, etc.
E o que dizer do número de anos que um trabalhador tem que fazer para chegar à reforma? Quando lá chegado, esse homem ou mulher já não têm condições suficientes para viver uma boa vida e desfrutar da reforma. Estão é prontos, e perdoem-me a expressão, para morrer!
Quanto aos nababos que nos governam de há mais de trinta anos para cá, a esses nada lhes acontece. A não ser que todos nós entremos na reforma e deixemos de descontar para esses especialistas em esmiuçar os trabalhadores!
Aí, poderá ser que eles, os mui nobres legisladores, façam leis para aumentar ainda mais a idade de reforma, para que nunca lhes acabe a "mama"!
E ainda se fazem notícias destas.

Paulo «sopas» Amaral

Coerência ou teimosia?

Em conversa tida com uma pessoa muito minha amiga, e eu dela, acabámos a discutir a coerência e a teimosia.
A divergência entre ambos consistia em que ela dizia que a minha coerência se transformava em teimosia e que esse facto fazia com que eu obrigava todos com quem discutia qualquer assunto a corroborarem da minha opinião. Do estilo "ou és por mim ou estás contra mim".
Ora, conhecendo-me como me conheço acho esta crítica injusta e espúria.
Segundo o dicionário, coerência é a qualidade de quem defende sempre os mesmos valores, as mesmas soluções para os mesmos problemas. Uma pessoa coerente é quem tem uma similitude entre o que se diz e o que se faz. Ser coerente é ser lógico, congruente, é ter método.
No mesmo dicionário, uma pessoa teimosa é uma pessoa inflexível, é um indivíduo que teima persistentemente, sem qualquer método ou congruência.
Estou muito mais moldado no primeiro conceito do que neste último.
Sendo assim, disse a essa minha amiga que estava completamente enganada e que ao considerar-me uma pessoa coerente, defendo valores e princípios que penso serem os correctos, de forma apodíctica.
Se defeito não me pode ser aplicado é o de ser uma pessoa obstinada!

Paulo «sopas» Amaral

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Serviço público de televisão?

O programa da RTP Prós e Contras já não me surpreende. E quando no genérico de apresentação de cada programa se anuncia que é o "maior debate da televisão portuguesa" aqui a direcção de informação da televisão do Estado está a fazer publicidade enganadora.
Há cerca de dois anos a RTP decidiu fazer um programa acerca do estado da esquerda, política bem entenda-se, em Portugal. Este pretenso debate tinha como objectivo que os convidados do programa falassem e analisassem a esquerda no País.
Só que os convidados que a direcção de informação da RTP convidou para tal programa muito pouco tinham a ver com a referida esquerda. Et voilá, o Partido Comunista Português não foi convidado para o tal debate.
Este assunto não foi alvo de nenhum comunicado da parte da administração da RTP, que relembro é paga com o dinheiro dos contribuintes, e na sua pose autista como sempre nada disse acerca da ausência do maior partido da esquerda em Portugal naquele debate.
Ontem o mesmo programa, o maior programa de debate na televisão portuguesa, promoveu um debate acerca do programa de governo recentemente aprovado na Assembleia da República.
Convidados: O ministro da Presidência, o clone do José Sócrates, Pedro Silva Pereira, o representante do PSD seu vice-presidente Aguiar Branco, Basílio Horta que penso estava no programa como presidente da agência de investimento externo portuguesa, penso que é assim que se chama, e o novel líder parlamentar do bloco de esquerda José Pureza que de pureza não deve ter nada outrossim de ex-qualquer coisa.
Representantes do PCP nada!
Para um serviço público de televisão, para uma administração que é paga com o nosso dinheiro esta ostracização de um partido político não fica nada bem. Pelo contrário, indicia um claro favorecimento de uns em detrimento de outros partidos políticos.
Não estranharei a presença de um representante do omnisciente Louçã e ninguém do PCP pois este tratamento vem no caminho do que tem sido o tratamento dado às diversas iniciativas levadas a cabo pelo PCP e pelo BE, em que os acontecimentos destes eram sempre sobre valorizados e os do PCP eram sempre colocados em fim de reportagem ou apenas passava uma pequena informação em rodapé, e nas campanhas eleitorais onde o PCP era sempre prejudicado nas sondagens e nos estudos de opinião por parte da televisão pública, em relação ao BE.
Penso que é hora dos responsáveis pela RTP reverem os seus critérios editoriais e darem igual tratamento a todos os partidos políticos, principalmente os representados na AR.

Paulo «sopas» Amaral

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

O bloqueio a Cuba

Já vão em 18 os anos consecutivos em que a Assembleia Geral da ONU aprova resoluções contra o bloqueio a Cuba.
Na última votação, acontecida há cerca de 2 semanas, a Assembleia Geral da ONU congregou o maior apoio de sempre contra o bloqueio a Cuba: 187 Estados votaram a favor do fim do bloqueio económico, comercial e financeiro a Cuba que os EUA teimam em manter, há cerca de 50 anos.
Em 192 países, apenas houve três que votaram contra: os EUA, Israel pelas razões que se sabe, e Palau (uma ilha no Pacífico), com o pormenor de esta ilha ser representada na Assembleia Geral da ONU por um advogado Norte-Americano de ascendência israelita.
Esta votação configura um isolamento dos EUA e dos seu imperialismo, que há muito não se via.
Mas, representa também, o desrespeito que os EUA têm pelas resolução da Assembleia Geral da ONU quando estas lhes são desfavoráveis.
A forma como Cuba tem sabido resistir e em certos casos superado, o bloqueio de que tem sido vítima representa uma das mais brilhantes páginas de resistência da parte de um Povo que abnegadamente tem lutado pela sua independência, pelos seus direitos e pelas suas opções. Porque quer se queira quer não, este é um bloqueio político e ideológico que demonstra o ódio e a intolerância de classe contra um poder revolucionário que ousou afirmar e defender a soberania e dignidade nacionais, como também assumir o objectivo do Socialismo.
E aqui convém lembrar aos mais incautos ou distraídos, o que tem sucedido a Cuba e ao seu Povo nestes 50 anos em que têm sido vítimas de um bloqueio a todos os níveis desumanos. Para os que pensavam que com a eleição de Barack Obama, o último galardoado com o prémio Nobel da Paz(?), a política dos EUA para com Cuba se alteraria, ficaram decepcionados. Nada mudou. O bloqueio comercial, económico e financeiro a Cuba, mantém-se inalterado.
O bloqueio a Cuba é absurdo, provoca escassez e sofrimento. Viola sistematicamente os direitos humanos. É eticamente inaceitável. É um crime. Digo mais, é um acto arrogante e praticado por ignorantes.
As crianças cubanas que sofrem de leucemia e rejeitam a medicação padrão, não podem ser tratadas com um medicamento norte-americano, o "Elspar" criado especificamente para os casos de intolerância a medicamentos. O resultado é uma expectativa de vida reduzida para estas crianças e o seu sofrimento aumenta. Isto porque o governo dos EUA proíbe a empresa Merck & Co. que produz o medicamento, de fornecer Cuba.
Outra empresa, a Applied Biosystems, está proibida de vender a Cuba um equipamento analisador de genes, essencial para o estudo da origem do cancro da mama, do cólon e da próstata.
O bloqueio restringe a banda larga e a conectividade em Cuba. Proíbe a conexão aos cabos submarinos de fibra óptica que passam ao lado da costa da ilha de Cuba.
A Hitachi não pode vender a Cuba um microscópio electrónico de transmissão que é essencial em estudos de anatomia patológica.
A Toshiba, diz o mesmo sobre a câmara-gama de equipamentos de ressonância magnética e ultra-som de alta precisão. Estas empresas, com sede no Japão, estão proibidas pelos EUA de negociarem com Cuba.
Esta ordem aplica-se a milhares de empresas dos mais diversos sectores, da alimentação à medicina, e com sede em vários países para que embarguem bens a Cuba.
E os que se atrevem a fazer negócios com Cuba sofrem pesadas multas como foi o caso do Nova Zelândia Bank Group (ANZ) com sede na Austrália que pagou uma multa milionária por isso.
Nos tempos que correm, de profunda crise económica e financeira, os empresários norte-americanos estão proibidos de utilizar o mercado cubano para os seus negócios. Estão proibidos de investir em Cuba.
Que mal faria ao mundo, e aos norte-americanos em particular, se estes tivessem acesso aos produtos cubanos?
Ninguém minimamente sério pode dizer que Cuba representa uma ameaça à segurança nacional dos EUA. Toda a força de Cuba é a do direito, da verdade e da razão!
E isto comprova-se pelo facto de Cuba ter aberto o seu espaço aéreo à aeronaves norte-americanas aquando do 11 de Setembro de 2001, oferecendo o seu pessoal de saúde, antibióticos e equipamentos contra o Antrax.
Aquando do furacão Katrina, Cuba voltou a fazer uma generosa oferta de pessoal médico.
Ao contrário de outras nações que exportam material de guerra e militares, Cuba gosta de exportar médicos, enfermeiros e material de saúde para os países necessitados.
Cuba é um País hospitaleiro.
Um País que clama pela cooperação a todos os níveis. Com TODOS!

Paulo «sopas» Amaral

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

A demissão de Vara

Tenha sido por pressões, tenha sido pelo facto de o Banco de Portugal pretender ouvi-lo no âmbito do processo Face Oculta ou até pela frase, para mim assassina, do presidente do BCP tenho que me congratular pela suspensão do cargo de vice-presidente do BCP, tomada por Armando Vara.
Espero pelo desfecho deste processo, para que se possa tirar tudo a limpo.
Quem corrompeu e quem foi corrompido. Quem recebeu prendas e dinheiro para meter cunhas e quem as meteu.
Já agora, também acho que o cargo que Armando Vara ainda tem na CGD seja esclarecido com a rapidez com que foi no maior banco privado.

Paulo «sopas» Amaral

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Programa de Governo

José Sócrates apresentou o seu programa de governo.
Para quem já o leu, este programa é uma cópia fiel do programa eleitoral.
Aqui coloca-se uma questão.
- José Sócrates não percebeu que após os Portugueses terem tido conhecimento do seu programa eleitoral retiraram-lhe a maioria absoluta por acharem que seria um programa com tiques de autoritarismo e com políticas que agravariam o ambiente social e económico do País.
Assim, penso que ao governo não lhe chamo de novo porque de facto não o é, coloca-se a necessidade de seguir um de dois caminhos:
1. Insistir na política de capitalismo desenfreado e de favorecimento dos grandes grupos económicos e financeiros em detrimento do sector produtivo que levou o País ao declínio económico, ao aumento das desigualdades, das injustiças sociais, do aumento do desemprego;
2. Ou o caminho da ruptura com estas políticas de forma a que esta assente no desenvolvimento económico, no combate às injustiças e na afirmação dos direitos sociais.
Parece-me, pelo que li, que Sócrates irá escolher o primeiro caminho e é aqui que residirá a força dos trabalhadores porque será necessário intensificar a luta para o combate a estas políticas de direita.
Esta política de José Sócrates, apenas para dar um exemplo, colocou no desemprego 510.356 desempregados, números de Setembro deste ano mais 115 mil do que no mesmo mês do ano passado.
Será uma política destas que os Portugueses pretendem?

Paulo «sopas» Amaral

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

A Face Oculta

Parece o nome de um filme de suspense, mas na realidade não passa de mais um episódio de uns quantos "senhores", as aspas serve apenas para não ofender os verdadeiros Senhores, orquestraram um esquema de favores e de pagamentos desses mesmos favores para um sucateiro ganhar concursos atrás de concursos para o tratamento de lixo das mais variadas proveniências e encher os bolsos e parece que também as garagens de uns quantos nababos.
Um dos principais arguidos, e permitam que o adjective de maior nababo neste caso, notável do PS onde já foi secretário de Estado e até ministro tendo deixado esta função também envolto em suspeitas de corrupção, embora se tenha "provado" que estava inocente, quando fundou a fundação para a prevenção e segurança que obtinha dinheiro do estado com origem no ministério em que o próprio Vara era o máximo responsável.
Ora esta mesma criatura, após um breve repouso fora da vida política, é nomeado pelo seu grande amigo de longa data para a administração da CGD, onde já tinha sido um simples funcionário numa dependência em Trás-os-Montes. Que ascensão meteórica!
Pena que este tipo de promoções apenas aconteçam sempre aos mesmos e pela mão dos mesmos de sempre.
Se houvesse vergonha, se este tipo de gente se regesse por princípios morais, por valores de igualdade esta gentinha demitiria-se dos cargos que ocupa até se apurar toda a verdade. Se de facto após o apuramento da verdade se provasse que Vara não tinha nada a ver com este assunto e não tinha sido corrompido nem corruptor então voltaria para as funções que desempenhava e voltaria, seguramente, pela porta grande.
A CGD é uma instituição bancária do Estado, e por consequência quem deve estar à frente de uma instituição destas deve ser impoluto, ou seja, como se diz em bom português não ter telhados de vidro.
No que toca ao cargo que neste momento Vara desempenha no BCP a questão aqui coloca-se de outra forma. Devem ser os accionistas a decidirem se pretendem ter um administrador que foi constituído arguido num caso de corrupção, a gerir os seus dinheiros.
Por mim, se tivesse algum dinheiro no BCP retiraria-o imediatamente pois não queria estar a pactuar com uma situação que vai contra todos os meus princípios.

Paulo «sopas» Amaral

Sem razão

Tinha decidido não escrever mais acerca de futebol neste blogue. Abro uma excepção para condenar uma situação que acho completamente aberrante e irracional.
A tentativa de invasão de um espaço no Estádio Alvalade XXI deve ser condenada e os seus autores devem ser eliminados de sócios do Sporting Clube de Portugal. Esta não é a forma de fazermos valer as nossas razões.
Tanto mais que após o jogo de ontem não vejo razão nenhuma para contestação. O SCP até jogou bem, o jogo foi um bom jogo, aberto e com várias ocasiões de golo para ambas as equipas, o SCP marcou um golo consequência de uma intensa pressão sobre os defesas do marítimo que os obrigou a cometer um erro, e o golo do empate é daqueles golos que costumo dizer que só acontecem ao Sporting. O jogador do marítimo seguramente nunca mais vai marcar um golo daqueles. Além de que depois o Filipe em frente ao guarda-redes do marítimo mandou a bola ao poste. Não foi ao lado nem por cima, foi ao poste!
Infelicidade.
É que este jogo não teve nada de parecido com o de Guimarães, em que o SCP também teve em vantagem e deixou-se empatar, mas nesse jogo o SCP foi uma equipa apática e com pouca crença.
Por isto acho absurdo o que se passou nas instalações do SCP. Não é esta a cultura dos SPORTINGUISTAS!

Paulo «sopas» Amaral

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Dívida pública

A agência de notação internacional Moody's alterou a avaliação feita à dívida pública Portuguesa. Esta, e segundo a referida agência, passou de "estável" para "negativa".
Seguramente que esta avaliação não se resume a dados referentes a último mês, outrossim a alguns meses atrás.
Ora, tirando todas as análises económicas que se possam fazer, nomeadamente o facto de as medidas que têm sido aplicadas ao longo dos anos serem ou não as melhores, devemos reter o simbolismo do aparecimento destes dados na comunicação social. Demonstração de que o governo de José Sócrates escondeu informação durante a campanha eleitoral.
É revelador da má-fé com que o PS e o seu secretário-geral imprimiram na campanha eleitoral, escamoteando informação e dados muito importantes para a economia nacional e que deveria ser do conhecimento de todos os intervenientes políticos.

Paulo «sopas» Amaral

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

CARTA ABERTA AO PRESIDENTE DO SPORTING CLUBE DE PORTUGAL

Caro Presidente

Sou adepto do Sporting Clube de Portugal desde sempre.
Já fui sócio, a primeira vez que me inscrevi como tal tinha apenas 11 anos, depois desisti por dificuldades financeiras e após 19 anos voltei a inscrever-me como associado do Sporting Clube de Portugal. Neste momento sou um simples adepto do meu Sporting Clube de Portugal!
Por isto pode constatar o meu SPORTINGUISMO.
Sofro quando o clube perde, sofro com os desaires, que ultimamente têm sido frequentes e até por vezes ganho mau humor quando as coisas não correm de feição para o meu/nosso Clube.
Ainda me lembro, e não foi há muito tempo, do respeito que o Sporting Clube de Portugal incutia aos adversários. Este ano…
Devo dizer que também jogos há que nem sequer dá para ficar aborrecido quando mais a sofrer. Jogos em que o Sporting Clube de Portugal não jogando como deve e já demonstrou saber em épocas anteriores, os perde e aí nada a dizer.
Agora o que mais me preocupa é o facto de o meu/nosso Clube estar a definhar, a cada jogo vê-se o Sporting Clube de Portugal a arrastar-se no campo e acaba por se tornar penoso para os sócios e adeptos ver a forma como os jogadores terminam os jogos.
Posto isto, e como estão as coisas a correr para os nossos adversários na luta pelo título, permita que lhe sugira uma coisa.
Aquando do jogo com o Benfica, reúna o seu staff directivo e decidam pela falta de comparência.
A falta de comparência dita uma derrota por três a zero. Apenas três a zero.
Esta minha sugestão tem a ver com o facto de que para a maioria dos sócios e adeptos do Sporting Clube de Portugal perder com o Benfica é a pior das derrotas e se for por números elevados, então seria uma desgraça.
Leve este meu conselho como muito sério.
SPORTING FOREVER!

Paulo «sopas» Amaral

terça-feira, 27 de outubro de 2009

A pobreza continua

A acrescentar ao aumento de 18% de novos pobres no último semestre deste ano, ficámos a saber através de um estudo realizado pela DECO que cerca de 40 mil idosos não têm dinheiro para comer.
E este número é tão mais preocupante, quando no mesmo dia o Estado(?) Português anuncia que irá emprestar através da Caixa Geral de Depósitos até MIL MILHÕES DE EUROS ao BPN, um sorvedouro de dinheiros públicos.
Vergonha nacional, não encontro outro termo para caracterizar estes números.
Para uns quantos nababos o dinheiro não falta e aos milhões, enquanto que para quem mais necessita de ajuda cada vez sente mais dificuldades pois o que os governos costumam aumentar os reformados e pensionistas é tão pouco que distribuídos pelos dias do mês não chega nem para beber um café!
Aqui está o Estado Social defendido pelo PS no seu esplendor...

Paulo «sopas» Amaral

Dois pesos e duas medidas

A notícia de que o Estado Português, através da Caixa Geral de Depósitos, irá emprestar até mil milhões de euros ao BPN causa alguma perplexidade.
A rapidez com que o governo português descobre MIL MILHÕES DE EUROS nas suas contas para emprestar a um grupo financeiro que apenas é suportado, ou foi suportado, pelas grandes fortunas em Portugal, contrasta com a ausência de medidas para combater o fecho de empresas que colocam milhares de portugueses no desemprego, bem como muitas famílias na miséria e a terem que recorrer a ajudas de organizações não governamentais.
Temos aqui, dois pesos e duas medidas de um governo que se diz ir combater as desigualdades existentes no País.

Paulo «sopas» Amaral

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Novo governo = mais do mesmo.

Temos, dizem os especialistas, um "governo de combate".
Digo eu: "governo de combate" para os trabalhadores, para os reformados e pensionistas e para todos aqueles que no dia-a-dia se debatem com muitas dificuldades económicas.
Andámos cerca de 10 dias a discutir o sexo dos anjos. Quem serão as caras novas do novo governo, quem será ministro (a) da educação e da economia, etc.
Mas faltou dizer o essencial neste espaço temporal em que se discutiu os nomes dos novos (?) governantes, foi que por muito que Sócrates mudasse os seus ministros do anterior governo para este, o que não mudaria e não mudará são as políticas de direita que o anterior governo levou a cabo.
Tanto mais, que o núcleo duro do anterior governo está lá todo. Isto não deixa margem para dúvidas acerca do tipo de políticas que irão ser seguidas.
Apenas um exemplo das políticas seguidas por Sócrates nos últimos 4 anos e meio.
A pobreza aumentou em Portugal 18%. DEZOITO POR CENTO. Apenas no primeiro semestre deste ano inscreveram-se para apoio social prestado pela AMI 1836 pessoas.
Em contraponto a este exemplo e também em contra ciclo com a economia, os grandes grupos económicos e financeiros, no mesmo período temporal, obtiveram lucros muito volumosos.
Por aqui se pode ver a ânsia e a falta de decoro do presidente da CIP quando afirmou há tempos que Sócrates deveria manter o ministro da economia e o do trabalho para esta legislatura. Pudera, serviu tão bem os seus interesses!
Apenas uma breve nota sobre a nova ministra da educação.Para quem irá comandar o ministério da educação, não lhe ficou muito bem que Isabel Alçada ontem de manhã afirmasse perante as câmaras de televisão que não tinha sido convidada por Sócrates para o governo. Não lhe ficou
bem ter mentido perante o País. Pelo menos calava-se.
É preferível a omissão à mentira!

Paulo «sopas» Amaral

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Pobreza em portugal

José Sócrates (JS) desfaz-se em reuniões, pseudo convites e muito diálogo para arranjar quem queira fazer parte de um governo por si presidido.
A única condição que JS propõe é que para haver coligação, essa coligação terá que partir do principio de que o programa para executar nesta legislatura é o do PS. Para quem defende o diálogo pode-se dizer que nada melhor do que uma condição sine-qua-non como esta para que esse mesmo diálogo possa existir e que dê frutos.
A somar a isto temos que JS afirmou na noite em que venceu as legislativas que o rumo para os próximos quatro anos seria o mesmo dos anteriores. Ou seja, as mesmas políticas prejudicando os trabalhadores portugueses de forma a que nunca se tenha visto manifestações e reivindicações de parte de camadas da sociedade portuguesa como as que aconteceram nos dois últimos anos.
Dos professores aos enfermeiros, dos militares aos agentes da segurança, passando pelo aumento do número de desempregados originado pelo fecho e pela falência, muitas delas fraudulentas de inúmeras fábricas e empresas, etc.
Ora sabendo nós com o que podemos contar do próximo governo chefiado por JS, ficámos a saber hoje que o número de pobres em Portugal aumentou para 18%. DEZOITO POR CENTO.
Apenas no primeiro semestre deste ano foram 1836 as pessoas que recorreram pela primeira vez ao apoio social da AMI, ou seja, mais 24 por cento do que no mesmo período no ano anterior, segundo dados da AMI.
Ainda segundo a AMI o serviço que registou mais procura entre as mais de cinco mil pessoas que, nos primeiros seis meses de 2009, pediram ajuda, foi o da distribuição de géneros alimentares, roupa e medicamentos.
Temos aqui a negação do ser humano.
Dos requisitos necessários para que possamos viver com dignidade é possuir meios de subsistência que sejam suficientes para comer, vestir e conseguirmos aceder à saúde.
Nada disto está a contecer.
No consulado de JS, a pobreza aumentou em Portugal, este é um facto indesmentível.
Posso concluir que se JS diz que as políticas irão ser as mesmas, que se o rumo que ele traçou para esta legislatura é o mesmo que cumpriu nos últimos 4 anos e meio, então em 2013, o número de pobres em Portugal estará perto dos 30%.

Paulo «sopas» Amaral

Aumento da electricidade

A ERSE, Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos, emitiu um comunicado em que afirma que o custo das tarifas eléctricas irão subir 2,9% para todos os consumidores em 2010.
Bom, nada de novo pois assim que começa um novo ano os Portugueses já estão habituados a novos preços, principalmente nos bens essenciais.
No referido comunicado a ERSE diz que este aumento tem a ver com a redução no consumo em 2009 e que esta quebra implicou, vejam só o pormenor do comunicado escrito pelos responsáveis da ERSE que auferem alguns milhares de euros por ano, passo a citar "a descida dos proveitos previstos para todo o sector eléctrico em 2010, que passam de 5400 milhões de euros (2009) para 5189 milhões de euros, menos 3,9%".
O pormenor é que os proveitos ainda se mantém acima dos 5 milhões de euros, e por isso é necessário um aumento de 2,9% para reestabelecer os valores dos proveitos para serem distribuídos por uns quantos nababos.
Dizem ainda os elementos da ERSE que para um consumidor particular que pague em média 39 euros mensais na electricidade o impacto do aumento proposto é de apenas 1,07 €, ou seja, como dizem os "iluminados" da ERSE é um aumento de "pouco mais de um euro". Neste grupo, convém referir estão incluídos mais de cinco milhões de consumidores particulares.
Ora, podem os responsáveis da ERSE dizer que os custos de produção aumentaram, que existiu uma quebra no consumo, etc., mas uma coisa eles não podem esquecer, é que mesmo com todos estes impedimentos ao aumento dos lucros e dos proveitos, de um ano para o outro esses proveitos não deixarão de ser superiores a CINCO MILHÕES DE EUROS.
E o Zé Povinho que pague.

Paulo «sopas» Amaral

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Deus Pinheiro e a renúncia

É assim que se denigre, ainda mais, a classe política.
Com políticos (?) assim é normal que os níveis de abstenção nas eleições venha a aumentar, pois as pessoas, aqueles que trabalham e que querem ter voz activa na sociedade, quanto mais não seja através do seu voto, vêm nestas atitudes toda a hipocrisia e desonestidade da classe política.Deus Pinheiro, pelos vistos, apenas entrou nas listas a deputado por Braga para que o PSD pudesse ter mais alguns votos.
E, segundo as notícias, se a decisão se centrou em questões de saúde que eu muito prezo, certamente que o futuro-ex-que nunca foi-deputado Deus Pinheiro já teria tempo para renunciar ao cargo e não aguardar pela tomada de posse na Assembleia da República, a casa da DEMOCRACIA.
Já existia um recorde de casamento mais rápido, segundo as notícias foram apenas 24 horas, mas agora temos um recorde que pode muito bem entrar no guinness, o de um político com menos tempo de deputado numa legislatura...
Se era isto que Manuela Ferreira Leite falava de "política de verdade", quero dizer que a verdade anda muito arredada destas lides.
Decoro nas atitudes e nas decisões, é o que a sociedade Portuguesa necessita.

Paulo «sopas» Amaral

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Guerra e Paz

Li na Internet que Gordon Brown, o putativo seguidor dos EUA vai anunciar que o Reino Unido irá enviar mais 500 soldados para o Afeganistão.
Desde já sugiro à Academia Sueca que inscreva Brown na lista de candidatos para o próximo Nobel da Paz.
Assim como Obama, teríamos um governante que envia tropas para cenários de guerra galardoado com o prémio que apenas deveria ser atribuído a quem fomente a Paz e não a guerra.

Paulo «sopas» Amaral

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Eleições Autárquicas

E assim se passou o período eleitoral de 2009.
As últimas eleições foram as autárquicas, que também decorreram num ritmo agradável, salvo o acontecimento em Mondim de Basto em que um elemento pertencente a uma assembleia de voto foi assassinado por um candidato do PS e também devo referir o elevado nível de abstenção que, penso, surpreendeu até os analistas mais conceituados.
Nestas eleições autárquicas também fui candidato na lista à Assembleia de Freguesia de Santo Estêvão, onde nasci e ainda resido, em lugar não legível devido às minhas funções profissionais que não o permitem, mas onde dei o melhor de mim. Do que sei e do que consigo fazer.
Destas eleições, e reportando-me ao Concelho de Lisboa, apenas quero fazer um breve comentário.
Na Freguesia que referi, apenas concorreram 4 forças partidárias. A CDU, lista em que eu constava como independente, o PS, o PSD/CDS/PPM/MPT e o BE.
Todas as forças partidárias fizeram campanha, informaram a população da freguesia do seu programa e mostraram as caras que representavam cada um dos partidos.
Todos á excepção do Bloco de Esquerda.
Penso, e aqui devo referir que é apenas uma suposição minha sujeita a desmentidos, que no restante das freguesias da cidade o BE tenha feito o mesmo.
Mas, assim como na freguesia em que eu constava na lista, o BE teve sempre votação em urna e em alguns casos até elegeu deputados ás assembleias de freguesia.
Isto demonstra claramente a pouca clarividência e, também porque não, a pouca cultura política do povo português.
Como é possível que numa freguesia como aquela em que resido, uma força partidária que aparecer nos boletins de voto, concorre mas não faz campanha, não mostra as caras dos seus candidatos nem sequer apresenta um programa por minimalista que fosse.
Demonstra bem, também, o valor que os responsáveis do Bloco de Esquerda, e aqui devo referir a responsabilidade maior do omnisciente Louçã, acerca do que é o poder autárquico.
E mesmo assim, sem apresentar programa, consegue arrebatar 5% dos votos, num universo de 1106 votantes, na freguesia a que me estou a referir.
Estou a falar de uma eleição que directamente tem a ver com o bem estar das populações, e onde deve existir um elevado nível de exigência nos partidos e/ou pessoas que elegemos para defender os interesses da nossa freguesia.
Penso que é paradigmático da pouca cultura política que grassa em algumas franjas da nossa sociedade.

Paulo «sopas» Amaral

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Nobel da Paz

Barack Obama foi galardoado com o Prémio Nobel da Paz.
Uma das condições para que o Comité Nobel norueguês tenha decidido atribuir o Nobel da Paz a Barack Obama foi, e passo a citar, "por causa dos seus esforços extraordinários para reforçar a diplomacia internacional e a cooperação entre os povos".
Esforços extraordinários, direi eu, para manter militares norte-americanos em território afegão e iraquiano.
Esforços extraordinários para instalar bases norte-americanas na Colômbia naquilo que é considerado a maior investida norte-americana na América Latina.
Esforços extraordinários em instalar bases em países da antiga URSS podendo ser considerado uma afronta à Rússia de Putin.
O presidente do comité Nobel também explicou que o "comité deu muita importância à visão e aos esforços de Obama para um mundo sem armas nucleares."
Pois, sem armas nucleares apenas os países que Obama e os Estados Unidos consideram «inimigos», porque quanto a Israel e a eles próprios a coisa fia mais fino, pois são os guardiões do Mundo e logo por isso podem e devem ter armas nucleares.
Prémio Nobel da Paz para Obama, presidente dos EUA. Mais hipocrisia não aguento.

Paulo «sopas» Amaral

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Os apoios

O "apoio" do secretário-geral da CGTP à candidatura do António Costa deixou-me arrepiado. Num primeiro momento até pensei que tivesse sido um lapsus linguae de Carvalho da Silva e amplamente difundido pela comunicação social, mas passadas algumas horas ouvi no telejornal pela boca de Carvalho da Silva o que estava escrito nos sítios noticiosos da Internet.
Por coerência, e princípio considero este apoio público do Carvalho da Silva uma afronta à confederação dos sindicatos representados na CGTP e uma maior afronta ao partido do qual ele é militante.
Não comparo este apoio com o que Saramago nos últimos anos tem dado às candidaturas adversárias do PCP, pois Saramago está fora de Portugal e atingiu uma proveta idade que lhe permite dizer e fazer os maiores disparates. Como os putos.
Quanto a Manuel Carvalho da Silva, o apoio que publicamente demonstrou à candidatura adversária da do partido do qual é militante é extemporânea, errónea, descuidada, hipócrita e demonstra falta de militância política para com o PCP.
Até acredito que Manuel Carvalho da Silva pense que o melhor para Lisboa, a cidade dele e a minha, seja a vitória do António Costa coisa que eu tenho muitas dúvidas, mas limitava-se a estar calado e a não criar mais entropia num partido que já tem que se haver com a omissão na comunicação social das várias iniciativas que leva a cabo, quanto mais ser bombardeado por dentro.
Pensava eu que os Trotskistas já estavam todos filiados no Bloco de Esquerda.
Para quem, como eu, criticou o apoio a Sócrates do Moita Flores enquanto presidente de Câmara eleito como independente pelo PSD, não pode ficar indiferente a este apoio de um militante comunista a um adversário do "seu" partido.
Eu como não sou militante do PCP, não conseguiria fazer pior...
Há apoios que dizem quase tudo sobre a pessoa que o faz.

Paulo «sopas» Amaral

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Cavacadas


Cavaco Silva não quis falar no local emblemático e representativo da República, mas falou no seu local de trabalho, em Belém.
Cavaco Silva não quis interferir na campanha eleitoral, mas falou no primeiro dia da campanha para as autárquicas.
Cavaco Silva não pretendia entrar na luta político-partidária, mas nestas duas situações foi o "anjo da guarda" do PS, pois remetendo-se ao silêncio no caso das escutas ajudou este partido e prejudicou substancialmente o PSD.
É caso para dizer que o Presidente deixou a República encavacada...

Paulo «sopas» Amaral

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Portas, Louçã e os submarinos

Não estou mandatado pelo Paulo Portas (PP) para o defender, nem é o meu intuito, mas sinto que devo dizer algo acerca das palavras de Louçã acerca dos submarinos e do PP.
É grave que um político(?) venha dizer à boca cheia que se a Polícia Judiciária quer encontrar os contratos da assinatura da aquisição dos submarinos, deve procurá-los na casa de PP. É muito grave. Ao afirmar isto, Louçã diz que PP roubou o Estado e que desviou os documentos para os esconder em sua casa.
Se Louçã diz isto tem que ter a certeza, o que duvido bastante, de que é verdade. Se não, deve calar-se!
Já não é a primeira vez que Louçã faz o papel de bonzinho e depois sai-lhe o tiro pela culatra. No caso da Joana Amaral Dias, Louçã veio para as televisões, que o tratam muito bem em relação a outros líderes políticos, dizer que era um escândalo o que o PS estava a fazer com a simpatizante do BE. Só que, a visada veio depois dizer que não achou bem que o líder do BE fizesse desse caso e do seu nome armas de arremesso político. E o Louçã calou-se que nem um rato. E a comunicação social não fez eco deste raspanete que a Joana Amaral Dias deu no Louçã.
O que teria feito a comunicação social se em lugar do Louçã fosse outro qualquer dirigente político, nomeadamente do PCP? Desfazia-o na praça pública.
Mais um episódio que caracteriza bem este trotskista, armado em político do séc. XXI.

Paulo «sopas» Amaral

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

O resultado das eleições legislativas V (CDU)

Facto: Sou simpatizante do PCP.
A CDU passou a ser a 5ª força política no panorama nacional.
Se considerarmos isto um campeonato, é susceptível que esta queda possa ser relacionada com uma derrota.
No entanto o que sucedeu foi que a CDU aumentou a percentagem, aumentou o número de votos e até aumentou os deputados, de 14 para 15.
Ora, o que aconteceu com as outras forças políticas, às quais já me referi, foi que aumentaram o seu score eleitoral à excepção do PS, mas esse aumento não se deu à conta da CDU.
Não se pode fazer extrapolações negativas do resultado da CDU pois o que sucedeu nestas legislativas foi que a CDU consolida e amplia, em votos e em mandatos, o bom resultado alcançado nas eleições anteriores. Quanto a isto nada mais há a acrescentar.
Mas o que acho que os responsáveis do PCP e do PEV podem e devem fazer é explicar aos seus militantes e amigos como é que se perde o élan das eleições europeias onde a CDU obteve um excelente resultado.
As eleições europeias são tradicionalmente as piores eleições para o PCP. Devido à sua temática e até devido à história do PCP no que diz respeito à europa, as eleições para o Parlamento Europeu são sempre consideradas umas eleições atípicas onde o partido não costumava obter bons resultados.
Quanto às legislativas, são umas eleições onde a CDU tem vindo a consolidar o seu eleitorado e ainda a ganhar eleitores descontentes com as políticas praticadas e outros que se abstinham nas eleições anteriores. Tudo isto tem acontecido.
Só que este ano as condições alteraram-se. Muito bom resultado nas europeias e um resultado menos bom nas legislativas. Paradoxo? Talvez. Mas a exigir um estudo aprofundado acerca dos resultados destas eleições, e até ser considerado como um case study.
Quanto ao resultado em si, de ressalvar o facto de a CDU ter ficado a apenas 0,97% o que dá 1953 votos apenas, que seriam necessários para ganhar um deputado em Faro.
O que posso concluir, é que a CDU podia ter ganho votos que supostamente viriam da abstenção, mas o que aconteceu é que até esta aumentou a percentagem em relação às legislativas anteriores.
Portanto, houve vários factores que fizeram com que o resultado da CDU não fosse tão bom quanto todos gostaríamos, mas posso afirmar que ficando um pouco triste na noite eleitoral por considerar que os portugueses têm a memória fraca e por vezes gostam de ser maltratados, agora depois de ter pensado acerca dos resultados e de ter lido vários estudos concluo que, A CDU AVANÇA COM TODA A CONFIANÇA.

Paulo «sopas» Amaral

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

O resultado das eleições legislativas IV (BE)

O BE duplicou o número de deputados e aumentou cerca de 200 mil votos o seu resultado eleitoral. Verdade.
Contudo, e levando em conta o que os dirigentes, perdão, Francisco Louçã o omnisciente, disseram na campanha eleitoral em que pretendiam ser a 3ª força partidária e com isso sujeitar o PS a coligar-se com ele, esta eleição não correu bem. Até porque o número de deputados do BE em conjunto com os do PS não chegam para a maioria parlamentar que tanto Louçã desejava, embora dissesse que não.
No que respeita à noite eleitoral do BE, o que retive foi a prepotência e falta de humildade dos seus dirigentes.
Trinta minutos após as primeiras projecções já um eminente dirigente do BE, um ex qualquer coisa, anunciava que o BE e passo a citar "mais que dobraria o número de deputados".
Falta de modéstia fica mal a qualquer um e em qualquer circunstância, mas mais mal fica quando repetidamente caímos nela, que tem sido o caso dos responsáveis do BE.
Num partido recém formado, partido na verdadeira acepção da palavra pois ideologicamente o BE é uma amálgama de ideologias, por isso na maior parte dos casos apenas o omnisciente Louçã discursa e onde esconderam dois fundadores, um deles o Major Mário Tomé ex-UDP, dos comícios e das sessões do BE sabe-se lá porquê, num partido recém formado dizia eu, fica sempre bem um pouco mais de humildade. Ainda para mais num agrupamento de pessoas que se dizem de "esquerda moderna", só comparável à "esquerda possível" que o também ex-qualquer coisa Manuel Alegre preconizou num comício do PS.
Quanto ao BE, espero ter tempo e paciência para escrever mais umas coisas.

Paulo «sopas» Amaral

O resultado das eleições legislativas III (CDS-PP)

O CDS-PP foi o grande vencedor destas eleições.
Não só chegou aos dois dígitos, como necessita agora de 4 táxis para transportar o seu grupo parlamentar. Vinte e um deputados.
Foi o grande vencedor destas eleições porque, ao contrário do BE que o diz mas não o pratica, empenhou poucos meios e dinheiro na campanha eleitoral, conseguiu cativar eleitorado que tradicionalmente não vota CDS e além disto ainda teve que se ver com as sondagens. Estas deram sempre ao CDS-PP resultados na ordem dos 6 a 8 por cento e até aqui Paulo Portas teve que lutar contra estas empresas.
Por isto, Paulo Portas foi o grande vencedor das eleições legislativas.
Devo convir que o CDS-PP tem, apresentou e preconiza propostas e medidas que não ficariam mal num programa de governo de um partido de esquerda. Entre elas, as medidas defendidas em torno da segurança social e do RSI e da educação, por exemplo.
Por tudo isto, e após os resultados das eleições, Paulo Portas voltou a colocar o CDS-PP como partido do arco de governação. E isto é de facto uma grande vitória.

Paulo «sopas» Amaral

O resultado das eleições legislativas II (PSD)

O PSD de Manuela Ferreira Leite (MFL) obteve um resultado praticamente idêntico ao que Santana Lopes obteve em 2005.
Só que Santana Lopes foi a eleições numa conjuntura muito mais desfavorável para si e para o PSD do que a que existia antes destas eleições. Santana Lopes tinha acabado de ser demitido do cargo de primeiro-ministro que exerceu após a fuga de Durão Barroso para o el dorado de Bruxelas que como diz a sabedoria popular, a Santana Lopes o governo, caiu-lhe nos braços sem saber ler nem escrever. A acrescentar a isto Santana Lopes teve que se haver com um artigo de opinião demolidor de Cavaco Silva que destruiria qualquer líder do PSD. Ainda assim, Santana Lopes obteve cerca de 28% dos votos.
Nestas eleições, e como atrás disse numa conjuntura muito favorável o PSD obteve 29% de votação. E o que se ouve da líder do PSD. Esperemos pelos resultados das autárquicas!
O PSD, perdeu estas eleições. Não aproveitou o élan da vitória nas eleições europeias, também não soube tirar partido, eleitoralmente claro está, da crise em que o PS mergulhou o País ainda antes da crise internacional, nem retirou vantagem do profundo descontentamento que reinava em Portugal. Por tudo isto penso que o PSD teve uma pesada derrota eleitoral.
Não tanto pelos valores pois até aumentou o número de deputados, mas pelo que não soube aproveitar da conjuntura que se vivia no país.
MFL não saiu da liderança do PSD, mas posso concluir deste resultado, e também pelo do CDS-PP, que os militantes e simpatizantes do PSD já a demitiram.

Paulo «sopas» Amaral

O resultado das eleições legislativas I (PS)

Mais uma eleição que passou. E vão duas, num ano repleto de sufrágios e de esmiuçados.
Esta eleição que servia para os eleitores escolherem os 230 deputados à Assembleia da República, e não o primeiro-ministro como erradamente os meios de comunicação social, os fazedores de opinião e até alguns políticos, fizeram passar, trouxe ao panorama político nacional umas quantas novidades e uma nova arrumação no hemiciclo.
Por partes.
O Partido Socialista perdeu nestas eleições. É certo que ficou à frente em percentagem, em mandatos e em número de votos, mas para quem usufruía de uma confortável maioria obtida em 2005 e com ela governando de forma autoritária e prepotente, este resultado não deixa de poder ser considerado uma derrota.
O PS perdeu cerca de 8 por cento dos votos e 25 deputados além de ter perdido cerca de 500 mil eleitores.
Se juntarmos a isto a derrota, esta sim uma derrota em todos os parâmetros e ficando atrás do PSD, penso que no Largo do Rato o ambiente não deve estar muito saudável.
Quanto ao discurso de Sócrates na noite eleitoral, ele diz tudo sobre o carácter e a forma de fazer política do senhor. Quando ele falou em «vitória extraordinária», deve ser irresponsável ou então estava a mandar areia para os olhos dos Portugueses. Aliás, foi isso que Sócrates fez nesta campanha eleitoral, mandar areia para os olhos dos Portugueses, pois a partir do momento em mudou o seu discurso e o tom, passando a ser um cordeirinho, não foi mais do que se tornar num pantomineiro de primeira classe. E o povo acreditou!
Mas não foi só Sócrates a contemplar-nos com dislates deste calibre.
O presidente do grupo parlamentar do PS e seu alto e destacado dirigente Alberto Martins, disse num canal de televisão na noite eleitoral, que este resultado do PS tinha sido muito bom em comparação com o resultado obtido na Alemanha por Angela Merkell...
Quanto ao resultado do PS, acho que deve ficar na história política de Portugal.
Um primeiro-ministro que se recandidata a umas eleições, depois de ter governado com uma maioria confortável e perdê-la da forma como Sócrates perdeu e com os números que foram, devia ser caso para ele vir agora dizer "ainda está para nascer o primeiro-ministro que destrua uma maioria absoluta, transformando-a num resultado abaixo dos 37%".
Bom, agora vamos ver como é que o animal feroz ou o cordeiro, irá governar.
Para obter uma maioria parlamentar com um só partido, ela terá que ser feita à direita com o CDS-PP, partindo do pressuposto que com o PSD não haverá entendimento. A coligação à direita seria contra-natura, embora não fosse a primeira vez que PS e CDS se entenderiam.
Para fazer maioria parlamentar à esquerda, que para mim seria o mais razoável para o País, apenas com a CDU e o BE conjuntamente. Mas coloco muitas dúvidas acerca deste casamento a três.
Resta ao PS e a Sócrates governar com a minoria que ainda assim os Portugueses lhe deram, que povo sem memória, e fazer acordos pontuais e política a política. Mas será que Sócrates tem ainda credibilidade e poder de negociação para o fazer?
Vamos ver.

Paulo «sopas» Amaral

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

O Magalhães

Ficámos a saber que o programa de distribuição do computador Magalhães aos alunos que iniciaram o primeiro ciclo foi suspenso pelo governo.
Alegando que deve ser o próximo governo a estabelecer prioridades e a forma como o programa estava a ser seguido. Outra das alegações do actual governo é que devia ser o próximo executivo, que sair das eleições de domingo, a definir se o programa é para continuar ou não. A ministra da educação incluiu nestas esfarrapadas desculpas o facto de não estar orçamentado este encargo.
Ora, vindo de quem vem apetece dizer que estes senhores estão a mandar areia para os olhos de todos nós.
Então o orçamento que estamos a utilizar não foi o orçamento aprovado no final do ano passado e que só no final deste ou início do próximo é que termos novo orçamento?
Então ainda não há 15 dias se vangloriaram que a abertura do ano lectivo tinha sido um sucesso e agora o que temos é alunos no 2º ano do 1º ciclo com computadores Magalhães, que receberam no ano passado, e os que entraram este ano não possuem esta ferramenta para auxílio nos estudos. Os que entraram este ano no 1º ciclo estão em desvantagem perante os seus colegas, pois não possuem um computador, que embora os erros detectados, não deixa de ser um bom auxílio em termos de aprendizagem.
É claro que os alunos apenas necessitam de levar para a escola a sua vontade de aprender, educação e os materiais habituais como canetas lapiseiras e cadernos, mas se houve um tão grande investimento nestes computadores, porque é que agora se cancela o programa logo numa altura em que o ano lectivo está a iniciar?
Não vi uma tão grande preocupação por parte do governo em congelar medidas, aquando do aumento dos manuais escolares em 4,5%, numa altura de crise generalizada que afecta a maioria das famílias. E quanto às obras públicas também não constatei da parte do governo, vontade em suspendê-las, permitindo assim que fosse o próximo executivo a tomar as decisões.
Nunca é de mais recordar a estes senhores que estamos a falar da educação de crianças, que irão ser o futuro do nosso País.
Estão a tratar da educação dos nossos filhos!

Paulo «sopas» Amaral

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Louçã e os PPR's

Desde já quero agradecer ao líder do Bloco de Esquerda (BE) a preocupação que ele tem para com a minha e de mais 998 mil portugueses que possuem PPR's. 998 mil porque ele diz que existem um milhão de portugueses titulares de PPR's e como ele também possui um PPR as contas são fáceis de fazer.
Mas o que eu pretendo com este post é desmascarar um senhor que se diz arauto da defesa dos que menos podem e têm e depois faz o seu contrário. Faz-me lembrar aquela teoria do pai tirano em que diz para o filho "faz o que eu digo e não faças o que eu faço".
Como estava a dizer, agradeço desde já a preocupação do líder do BE quanto ás minhas poupanças, e reparo com estranheza que ele não se preocupe tanto com as dele. Quer dizer, o senhor está preocupado que os PPR's não sejam tão lucrativos "como um qualquer depósito a prazo", as aspas estão aqui porque foi ele mesmo que disse isto, está também constrangido pelo facto de os bancos ficarem com as comissões e de os 999 mil portugueses estarem a perder dinheiro com esta aplicação e não é que a criatura tem aplicado nesta mesma poupança, a malvada da poupança que segundo as contas de Louçã não é poupança outrossim um desperdício de dinheiro, mas dizia eu não é que a criatura tem aplicado em PPR 30 mil euros. TRINTA MIL EUROS, aplicados numa poupança que só dá prejuízo.
Devo convir que este espírito altruísta a roçar o de Madre Teresa de Calcutá, com o devido respeito que a senhora me merece, deixa-me muito sensibilizado.
Este partido, partido na verdadeira acepção da palavra pois é constituído por elementos que foram de outras forças políticas, os ex, pois eles são ex-UDP, ex-PSR, ex-mais não sei o quê, são trotskistas, maoístas, enfim uma amálgama de ideologias e de visões da política que penso não ser fácil conseguirem ter um rumo certo para o País.
Já agora, espanta-me ou talvez não, que na campanha eleitoral do BE apenas se ouça a voz do seu líder. Nos comícios, nos jantares, nas feiras, apenas o omnipresente e omnisciente Louçã discursa.
Será pela razão que atrás aludi, que sendo aquilo uma panóplia de ex-qualquer coisa é necessário que seja apenas um a falar para que não se contradigam?
Já agora, Louçã tem passado por cima daquela polémica da Joana Amaral Dias ter sido convidada para um cargo público pelo PS, após esta ter-se mostrado muito desagradada com Louçã pelo facto de ele se ter aproveitado da sua imagem para fazer propaganda contra Sócrates.
Aqui o omnisciente Louçã espalhou-se ao comprido e nada mais disse acerca disto!

Paulo «sopas» Amaral

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Repartição da riqueza

Esta frase, repetida vezes sem conta nesta campanha eleitoral, pode causar constrangimentos aos menos esclarecidos e receio a quem possui umas economias e pensa que lhe vão ser retiradas.
Os partidos que preconizam esta medida, na qual eu me revejo, são os partidos à esquerda do espectro político, nomeadamente e principalmente o PCP, e por vezes têm alguma dificuldade em fazer-se entender e passar esta mensagem.
Ora o que entendo por "repartição da riqueza" é nem mais nem menos do que colocar ao serviço dos Portugueses, e em seu benefício, os lucros de empresas que devem estar sob a alçada do Estado. Empresas de sectores estratégicos.
Um exemplo.
Quatro administradores executivos da PT, repito apenas QUATRO, tiveram um prémio anual de 2,2 milhões de euros em 2008. A este valor somaram um prémio plurianual de 3,8 milhões de euros. Este último prémio foi dividido também por Henrique Granadeiro, chairman, da PT.
Outro dado. Entre 2006 e 2008, a administração da PT recebeu, de remunerações variáveis, 18,5 milhões de euros. De remunerações variáveis.
Ora, depois destes milhões todos distribuídos por apenas cinco elementos, o que é que os Portugueses obtiveram de melhoria do serviço público que a PT presta. NADA. Pelo contrário, pagamos tarifas de telefone muito caras em relação à média europeia.
É aqui que entra a repartição da riqueza. Esses milhões todos deveriam servir para reduzir o preço das tarifas que os Portugueses pagam, diminuindo os encargos que as famílias suportam com esse serviço e aumentando o rendimento disponível das famílias.
Este é apenas um exemplo, agora podemos transportar este para outros casos de empresas de sectores estratégicos que deveriam estar ao serviço dos Portugueses.

Paulo «sopas» Amaral

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

O Debate

O debate de Sábado entre José Sócrates (JS) e Manuela Ferreira Leite (MFL) foi esclarecedor.
Esclarecedor no facto de que ambos têm uma visão da sociedade idêntica, fazem (no caso de MFL, fez) políticas viradas para o grande capital olvidando os que mais precisam, prometem (mais JS) medidas que não irão cumprir, no caso de JS pergunto o que é que andou a fazer nestes últimos 4 anos e meio onde agravou as desigualdades sociais e aumentou o número de desempregados e agora vem dizer "agora é que é!", enquanto que MFL tentou e tenta passar uma esponja pelos anos em que ocupou cargos governativos como ministra da educação e das finanças, onde em ambas as áreas houve tantas desigualdades e conflituosidade.
Aliás, ambos perseguem um mesmo objectivo: passarem uma esponja nos 33 anos em que os dois partidos governaram e tanto "maltrataram" os Portugueses, fazendo com que nós acreditemos que a partir de agora irão fazer coisas diferentes.
Nada mais espúrio.
Quanto a JS mais uma vez se apresentou em pose dogmática. Aliás no debate ele foi tudo o que tem sido nestes 4 anos e meio. Fala do que lhe convém, deitando para trás das costas todos os assuntos que lhe causam ou causaram amargos de boca.
Gostei particularmente da fase do debate, e depois no final do mesmo, quando JS afirmou que iria caso ganhasse as eleições, mudar os ministros em todas as pastas. Depois, algumas horas depois diz em frente às câmaras de televisão que não disse o que disse, a rir-se para tudo e todos com aquele ar autocrático, apanágio daqueles que se arvoam com superioridade em relação aos outros.
Uma última nota.
Em mais de uma hora de debate nem JS nem MFL utilizaram uma única vez a palavra "trabalhadores", aqueles que mais sofreram, que mais direitos e poder de compra perderam em nome de políticas aplicadas pelos dois partidos que nos têm governado nestes 33 anos.
Sintomático.

Paulo «sopas» Amaral

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Abertura do ano lectivo

Pelo que se disse nos meios de comunicação social abriu ontem oficialmente o ano lectivo 2009/2010.
Também pelo que ouvi dos responsáveis do Ministério da Educação (ME), nomeadamente pelo Secretário de Estado da Educação Jorge Pedreira de seu nome, este ano lectivo começou em pleno.
Nunca houve um início de ano lectivo tão excelente como este, todos os professores colocados, as escolas públicas e privadas que são vários milhares, com as suas portas abertas, todo o programa de contenção da Gripe A em funcionamento, os auxiliares de educação todos a trabalhar e em número suficiente, enfim uma panóplia de boas notícias que até me deixaram a pensar se de facto de um ano para o outro, no nosso País os problemas de que a educação padecia tivessem sido ultrapassados. Cheguei até a pensar que a panaceia para o nosso sistema da educação, não estaria nas mãos destes responsáveis do ME.
Et voilá! Quando perguntei à minha filha quando é que a escola dela começava, ela responde que não sabe. Que quando foi à Escola, Gil Vicente no centro de Lisboa, onde irá frequentar o 10º ano, os professores com quem ela se cruzou e na secretaria da escola lhe responderam "não sabemos!".
Este "não sabemos!" também tem como razão, óbvia, o facto de a escola estar a atravessar um processo de qualificação a nível de infra-estruturas, como os burocratas do ME gostam de lhe chamar mas para mim são obras, e estar tornada em estaleiro de construção civil, com gruas, buracos andaimes, etc.
Este exemplo, das infra-estruturas, é apenas um. Agora, existem professores por colocar, existem escolas, nomeadamente no pólo da Póvoa de Varzim, em que a direcção dessa escola contactou por escrito os pais dos alunos a informá-los de que a escola não poderia abrir quando estipulado em virtude da falta de professores, etc, etc.
Por isso quando ouvi o referido secretário de estado dizer, que as escolas estavam com todas as condições para se proceder ao início do ano lectivo fiquei com pele de galinha, ainda para mais quando se afirma que todas, repito todas, as escolas irão abrir até ao dia 15 de Setembro.
Ora, assim como os marinheiros que estando numa acção de salvamento ao não conseguirem resgatar todos os náufragos do mar deixando morrer um, ficam desiludidos, tristes e até zangados com eles próprios, também quem presta serviço público, principalmente numa área tão especial como a educação, não se pode dar como realizado, muito menos satisfeito, ao saber que apenas uma escola, UMA, não abriu, ou abrirá, no prazo estabelecido. E para que o início do ano lectivo não possa ser considerado um sucesso!
A educação, como o meio para formar os jovens de hoje, não deve ser sistematicamente tratada na comunicação social como um custo. Aborrece-me que quando se fala em investimentos na educação se diga que irá ter um custo de x para o Estado.
O Estado deve suportar todos os custos com a educação, com o ensino obrigatório. E não estes custos não devem ser considerados um encargo, outrossim um investimento na formação dos jovens.

Paulo «sopas» Amaral

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

O preço dos combustíveis em Portugal

Este é um tema que diz respeito à maioria dos Portugueses, pois sai directamente dos nossos bolsos o dinheiro para encher os cofres das empresas petrolíferas.
Desde o meu último post acerca deste tema, tenho andado a documentar-me sobre a evolução do preço do barril de petróleo e o dos combustíveis e consegui chegar a uma conclusão.
Irei reportar-me ao período de 2008, pois foi nesse ano que rebentou a crise financeira na Europa e foi o ano em que o preço dos combustíveis mais aumentaram no nosso país.
Ao analisar os dados fornecidos pela EIA e DGGE referente ao período de 4 de Janeiro e 5 de Dezembro de 2008, constata-se que o preço do Brent em Londres, que é o nosso mercado, é sempre inferior ao preço da gasolina 95 e gasóleo à excepção do período de 4 a 11 de Julho em que os valores se tocaram.
De referir que os preços dos combustíveis no gráfico incluído neste trabalho são preços sem impostos.


Outro dado que importa referir tem a ver com o facto de que a partir de 12 de Setembro desse ano a queda do preço do Brent foi acentuada, o que não se verificou em relação aos preços dos combustíveis, ou seja, estes não acompanham à mesma velocidade a queda do preço do petróleo, fazendo com que os lucros das empresas petrolíferas aumentassem em detrimento das economias dos Portugueses.
Por exemplo, os preços da gasolina 95 e do gasóleo em Junho de 2008 em comparação com o mesmo mês deste ano e nos preços com imposto e sem imposto e segundo dados da Direcção Geral de Energia do Ministério da Economia, eram os seguintes:

Gasolina 95 - Junho 2008 Gasolina 95 - Junho 2009
S/Imposto C/Imposto S/Imposto C/Imposto
0,657 € 1,500 € 0,497 € 1,295 €

Gasóleo - Junho 2008 Gasóleo - Junho 2009
S/Imposto C/Imposto S/Imposto C/Imposto
0,806 € 1,417 € 0,479 € 1,012 €

A acrescentar a estes valores pode-se dizer que no nosso País a gasolina 95 e o gasóleo são em termos de diferença percentual entre o preço praticado cá e o preço médio da União Europeia a 27, que em Portugal aumentou para mais do dobro naquele período.
Só devido ao facto dos preços dos combustíveis em Portugal serem superiores aos preços médios praticados na União Europeia (27 países), os consumidores portugueses terão de pagar a mais cerca de 436 milhões de euros, pois na gasolina 95 os portugueses pagam a mais em média 0,167 euros por litro e no gasóleo mais 0,028/litro. Ora para um consumo estimado de 1 milhão e setecentos mil litros para a gasolina 95 e de 5 milhões e seiscentos mil litros para o gasóleo (segundo estimativas, com base nos consumos do ano anterior, da Direcção Geral de Energia do Ministério da Economia), chegamos ao valor de 436 milhões de euros que os consumidores pagarão a mais que os seus congéneres europeus.
A juntar a isto ainda veio dizer o presidente da GALP que os preços dos combustíveis terão de aumentar ainda mais para que as petrolíferas possam repor as suas margens de refinação...
A desfaçatez não merece comentários!

Paulo «sopas» Amaral

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Os números do desemprego em Portugal

O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgou que no 2º trimestre deste ano o número de desempregados atingiu os 507,7 mil.
No últimos 30 anos, este é o valor mais alto do desemprego em Portugal.
Para quem pretendia chegar ao fim da legislatura com mais 150 mil novos empregados, devo convir que não é uma notícia muito agradável.
Por isso é que ainda não ouvimos uma palavra do primeiro ministro ou do ministro do trabalho acerca deste assunto. Pudera, é uma notícia muito desagradável para o governo!
Mas outros dados devem ser levados em conta para este valor de mais de 507 mil desempregados. Existem muitos desempregados que estão colocados fora das estatísticas, por uma qualquer engenharia matemática, por estarem em formação ou a trabalharem a tempo parcial, estes mesmo querendo trabalhar mais tempo, já para não falar dos cerca de 200 mil desempregados "oficiais" que não recebem subsídio de desemprego.

Bem pode este governo afirmar que o número de desempregados se deve à crise financeira que o mundo atravessa desde meados de 2008, que esses mesmos números o desmentem.
Desde 2005 que o número de postos de emprego tem vindo a manter um quebra trimestre a trimestre com excepção do período compreendido entre o 2º e o 3º trimestre de 2006, tendo neste momento o desemprego os valores que já referi.
Bem prega Frei Tomás...
Bem pode este governo vir dizer, com falinhas mansas, que fez um esforço tremendo para combater o desemprego, que os portugueses não acreditam. E os números o desmentem.
Paulo «sopas» Amaral








terça-feira, 8 de setembro de 2009

O preço dos combustíveis nas auto-estradas

Quem passa nas auto-estradas (AE's), por necessidade ou por andar a passear, que é o meu caso, já reparou que os preços dos combustíveis são mais caros.
No passado domingo, dia 6 de Setembro, fui passear com a minha família e utilizei a A8. Antes de entrar na auto-estrada existe uma bomba de gasolina que se não estou enganado é da Repsol, onde o preço da gasolina 95 octanas era, digo era porque hoje já pode ser mais caro, era de 1,314 por litro.
Após ter entrado na A8 e passados cerca de 20 Kms. numa bomba da mesma empresa petrolífera, parei para atestar o depósito e constatei que o preço do litro da gasolina 95 era de 1,349, ou seja, mais caro três cêntimos e meio que na bomba localizada 20 kms. atrás.
Claro que poderia ter atestado na bomba localizada ao fim da Calçada de Carriche, mas não o fiz, e o que me sugere dizer é que se já pago tantos impostos, já pago tanto de portagens, apenas como exemplo posso referir que ir e vir à Nazaré paguei doze euros e trinta cêntimos onde nos 127 kms. de distância de Lisboa à Nazaré percorro mais ou menos 90 de AE e desses cerca de 60 estão em obras, porque é que também tenho que pagar os combustíveis mais caros.
E após as gasolineiras começarem a cumprir a lei da afixação de preços dos combustíveis para os utilizadores puderem fazer comparações, o que se constata é que os preços são EXACTAMENTE iguais em todas as empresas petrolíferas nos postos das auto-estradas.
E a Autoridade da Concorrência diz que não existe cartelização!

Paulo «sopas» Amaral

Na Madeira

Muito tenho ouvido acerca da utilização de uma viatura para as deslocações da Manuela Ferreira Leite (MFL) na Madeira.
Dizem as notícias que a MFL utilizou uma viatura do Estado numa visita de carácter partidário na deslocação que fez à Região Autónoma da Madeira.
Isto não passa de mais um fait divers em que esta pré-campanha eleitoral se está a tornar fértil. Tanto alarido para quê se na Madeira o Estado se confunde com o PSD e este com o Estado?
Outro assunto que fez furor ontem, levando até a uma conferência de imprensa pelo «renovado» porta voz do PS, foi o facto de MFL ter dito que na Madeira não existe asfixia democrática...
Bem vindo de uma pessoa que há tempos afirmou peremptoriamente que a democracia devia ser suspensa durante seis meses para que se pudessem tomar certas medidas, não sei porque é que o PS e os seus arautos se incomodaram tanto com esta última gaffe da senhora.
Existem coisas mais importantes para debater, como por exemplo, qual a moral que PS, PSD e CDS-PP têm para virem agora armar-se em paladinos da defesa dos direitos dos trabalhadores, do SNS, da baixa de impostos, dos professores, dos agricultores, quando foram eles que ao longo destes 33 anos, juntos ou separados, têm acabado com esses direitos consagrados na Constituição?

Paulo «sopas» Amaral

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Sondagens...

Acho alguma piada às sondagens.
Depois do descalabro das sondagens para o Parlamento Europeu, em que nenhuma das empresas de sondagens acertou nos resultados, havendo apenas uma que se aproximou do resultado final, este fim-de-semana fomos "bombardeados" com uma sondagem da Marktest para a TSF e Diário e Semanário Económico em que dava a vitória do António Costa para a CML.
Acho irrelevante, nesta altura, saber se o António Costa ganha ao Santana Lopes ou se este ganha ao actual Presidente, se o BE fica em terceiro ou o PCP fica à frente do BE, etc.
Tenho uma teoria em relação a sondagens fora do tempo, como é o caso desta.
Quando alguma coisa corre mal ao partido do Governo, seja ele qual for, lá aparece um ou mais órgãos de comunicação social a solicitarem sondagens a empresas conotadas com este ou aquele partido para amenizarem os estragos que eventualmente possam a estar a ser causados por um ou outro problemazinho na sociedade e que afecta o partido do Governo.
Se não me engano, a Marktest foi a empresa que deu sempre a vitória ao PS nas últimas eleições, nas várias sondagens que efectuou.
Agora, e no meio de uma tempestade para o partido do Governo vem com uma sondagem, parece-me que encomendada, a reforçar a posição do candidato do PS nas eleições autárquicas que apenas terão lugar daqui a mais de um mês.
Será que atrás deste pretenso resultado eleitoral para a CML, se pretenderá influir o povo português para a eleição que se segue daqui a vinte dias, que é para a Assembleia da República?
Dá que pensar!
Por isto, e pelo que referi em relação aos resultados das últimas eleições sou levado a concluir que virão aí muitas sondagens a la carte, para conseguir colocar no poder quem as administrações dessas empresas preferem.
Haverá sondagens para todos os gostos, mas uma coisa é garantida. O resultado eleitoral dos partidos advém da vontade do povo, de como o povo vota e não é com números de inquéritos feitos não se sabe como nem a quem, que haverá um partido a governar os destinos de Portugal nos próximos anos.
Por tudo isto sugiro que estejamos atentos e verificaremos que irão existir sondagens praticamente todos os dias sempre com os mesmos objectivos. Deitar abaixo uns partidos e colocar nos píncaros quem mais interessa às administrações dessas empresas.

Paulo «sopas» Amaral

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

O Serviço Nacional de Saúde

Afinal, o meu spot de 31 de Agosto acerca do conceito do Serviço Nacional de Saúde (SNS) que o primeiro ministro tem, acertou em cheio.
Não sou como um político que todos conhecemos que afirmou em tempos que raramente se engana e nunca tem dúvidas, mas neste caso não me enganei.
Uma medida deste governo que não foi divulgada pela comunicação social, que estranhamente neste tipo de acontecimentos limita-se a omiti-las entregou ao grupo Mellos o grupo privado que tem tomado conta da saúde em Portugal, este governo entregou, dizia eu, o Hospital Central de Braga a esse grupo económico, deixando esse hospital de ser uma unidade do SNS passando a ser um hospital privado.
Ora, o que posso constatar deste anúncio-medida é que esta situação irá ter consequências profundas na prestação dos cuidados de saúde das populações que eram servidas por aquela unidade hospitalar no âmbito do SNS e que agora terão mais dificuldade em aceder à saúde e que esta lhes sairá mais cara.
Reitero a minha revolta: que estranho conceito de SNS, tem este primeiro ministro e este governo!

Paulo «sopas» Amaral

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Sócrates e a direita

Disse o primeiro ministro (PM) na entrevista concedida à RTP, que o PSD está muito à direita em relação ao PSD tradicional.
Esqueceu-se de dizer que também o Partido Socialista está muito mais à direita que nunca, ultrapassando em certas políticas o PSD.
Nunca os grandes grupos económicos tiveram tantos benefícios, nunca a banca teve tantas regalias nomeadamente a nível fiscal e aumentou tanto os seus lucros, mesmo em contraciclo com a economia, como nestes últimos 4 anos e meio.
Em contraponto, nunca os trabalhadores perderam tantos direitos, nunca houve tantos ataques aos direitos dos reformados, dos militares, dos agentes da PSP, dos professores, dos médicos e enfermeiros, como no governo de Sócrates.
Nunca um governo fez publicar uma lei que atacasse tanto os direitos dos trabalhadores, como o código do trabalho, muito mais restritivo nos direitos do que o inicialmente aprovado por Bagão Félix um destacado político de direita, do que este governo.
Nunca um governo atacou tanto os direitos dos militares como este ao aprovar um Regulamento de Disciplina Militar digno do séc. XIX.
Se isto não é governar com políticas de direita, e que direita, então não sei o que será!
Paradigmático das políticas de direita praticadas pelo PS, é o facto das sucessivas crises de liderança que o PSD tem atravessado. Nenhum líder que passou pelo PSD, conseguiu convencer os acólitos seguidores do partido pelo simples facto de não conseguir fazer oposição ao PS por este levar a cabo as políticas que o PSD gostaria de praticar.
Este PS e este PSD são "farinha do mesmo saco", são eles os responsáveis pelas políticas que em 33 anos nos empobreceram, a quem trabalha porque aos outros foram 33 anos a enriquecer, foram eles os responsáveis pelo atraso do País em relação aos restantes países da União Europeia, são eles os responsáveis pela eliminação do nosso sector produtivo, pelo fecho de fábricas como a Lisnave e a Setenave, pela perda de direitos de produção na agricultura e pela perda de milhares de barcos da nossa frota pesqueira, tudo em detrimento dos outros países da UE.
Por isto está na hora de dizermos basta, de correr com estes políticos que são sempre os mesmos e dar força a quem defende de facto os direitos dos trabalhadores e dos pequenos e médios empresários, a CDU!

Paulo «sopas» Amaral

terça-feira, 1 de setembro de 2009

O meu Bairro de Alfama

O Bairro de Alfama é o bairro mais antigo da cidade de Lisboa e um dos mais típicos. O seu nome deriva do árabe Al-Hamma que significa banhos ou fontes.
O Bairro de Alfama que me viu nascer, onde cresci e onde vivo há 41 anos está completamente descaracterizado.
Cresci em Alfama a jogar à bola e a correr nas ruas, a ver homens e mulheres de trabalho a irem para os seus empregos e ao fim do dia quando regressavam a suas casas não iam em passo apressado mas sim a desfrutar dos prazeres que Alfama lhes dava.
Estivadores, fragateiros, empregados e empregadas de bancos e dos despachantes, mulheres da limpeza, enfim uma panóplia de trabalhadores, calcorreavam de manhã e à tarde as ruas do bairro dando vida e alma a Alfama, bairro que se assemelhava a uma antiga aldeia na qual as pessoas se conheciam e cumprimentavam diariamente.
Nos dias que correm, o meu Bairro já não é nada do que atrás referi.
Já não se vêem miúdos a jogar à bola nem a brincar na rua, as pessoas que trabalham no bairro quase que se contam pelos dedos, tornando quase desertas as ruas, escadarias e vielas do bairro. As poucas que ainda trabalham, na maioria empregados da construção civil, entram e saem do bairro em passo apressado.
Onde se via pessoas a passar nas ruas, na azáfama do dia-a-dia, ou para trabalhar ou a fazer compras ou ainda a passear, nos dias que correm o que se nos depara são pessoas que vivem do rendimento mínimo encostadas às esquinas, sentadas nas escadas esperando que as horas do dia passem, qual comboio rápido pelas estações. Certo que há pessoas a receber o rendimento mínimo que tendo sido despedidas não tendo já idade para trabalhar o recebem porque não têm mais nenhum apoio do Estado, mas a maioria são jovens que não querem trabalhar e que se habituaram a este tipo de vida e de lá não querem sair, homens e mulheres que vivem de expedientes denegrindo a imagem do povo trabalhador, sério e honesto que sempre foi o povo de Alfama.
Povo que apenas pretende manter essa velha tradição.
As sistemáticas crises e os governos que têm governado o País são uma quota parte da culpa no que diz respeito a criar empregos e nas sucessivas políticas que dificultam o acesso ao mercado de trabalho.
Mas a maior responsabilidade advém de uma outra crise, uma crise civilizacional, de valores e princípios, que nos está a consumir e que não augura nada de bom para o futuro dos nossos filhos.
Quando vejo adolescentes que não querem estudar e os pais nada fazem para contrariar a vontade dos filhos, penso que está tudo dito em relação à crise civilizacional que referi.
Quando constato que raparigas com 16, 17 ou 18 anos engravidam, e quantos mais filhos têm mais recebem, para receberem o referido rendimento, fico com a ideia de que o futuro destes jovens e destas jovens pode estar hipotecado.
Este meu desabafo foi causa de muitas evidências ao longo dos tempos. E como qualquer evidência, esta também não deve ser mandada para trás das costas.

Paulo «sopas» Amaral