quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

BPN e BPP = falência

António Borges, vice-presidente do PSD e uma das personalidades que a comunicação social mais gosta de divulgar as suas opiniões, afirmou esta semana ao Expresso que em relação ao BPN e BPP houve "um falhanço tremendo dos supervisores", chegando mesmo a dizer que estes são casos de polícia que nada têm a ver com a crise.
Este "reputado economista", defende que as duas instituições bancárias deviam ter ido à falência e que só não foram porque havia importantes interesses a defender, interesses de pessoas que tinham feito grandes negócios com o BPN e o BPP e que o governo entendeu proteger.
Estas palavras, proferidas por tão "ilustre personalidade", deixarão certamente o PS e o PSD furiosos.
Primeiro o "...falhanço tremendo dos supervisores", implica directamente o governador do BdP, e o PS e o PSD que têm mantido tão estranha figura na instituição que deveria supervisionar as instituições financeiras cá do burgo.
Vítor Constâncio, que de constante não tem nada, é directamente visado nestas palavras do economista vice-presidente do PSD e por arrasto o PS e o PSD.
Em segundo lugar, não podemos olvidar que quem criou o BPN foram gradas figuras do PSD. Inclusivamente, Dias Loureiro um cavaquista dos "três costados" foi apanhado em diversas contradições e mentiras, algumas delas ditas na casa representativa da democracia, a Assembleia da República, e salvo erro, está constituído arguido no processo.
Sendo assim, quando António Borges afirma que o BPN não foi à falência porque havia importantes interesses de pessoas que o governo de Sócrates pretendeu defender, devo concluir que se estava a referir a pessoas oriundas da área política do PS e do PSD.
Além do mais, a opinião deste "conceituado economista" não difere em nada daquilo que o Partido Comunista Português preconiza desde o início desta crise financeira, que abalou o BPN e o BPP.
Por isto, entendo que a democracia avançada no limiar do séc. XXI, defendida pelo PCP, contém as políticas correctas para nos fazer sair desta crise originada pelo capitalismo desenfreado.

Paulo «sopas» Amaral

Ano novo, novos aumentos

Ficámos hoje a saber que a ERSE autorizou a EDP a aumentar a tarifa eléctrica em 2,9% em 2010.
Nada de novo, pois já todos sabemos que assim que se inicia um ano há uma panóplia de aumentos de bens e serviços para os Portugueses suportarem. Só que ainda não percebi bem o porquê de se escolher sempre o início de cada ano para o fazerem, quando anos houve em que a meio sofríamos aumentos e, como é da praxe, no início do ano seguinte mais aumentos.
Bom mas vamos a este aumento.
A EDP, como todos sabem, tem lucros de milhões de euros todos os anos. A EDP é das empresas que mais e melhor paga aos seus administradores, o mesmo não se pode dizer dos seus empregados. A EDP é uma empresa que fornece um bem essencial, por isso dever ser público.
Ora, mas os nababos pertencentes à administração da empresa que fornece um bem essencial, acham que devem ainda ter mais lucros, para assim poderem reforçar ainda mais as suas chorudas contas bancárias e aqui vai disto, propõem um aumento de 2,9% para o Continente, porque para a Madeira e para os Açores os aumentos são menores, para os consumidores privados.
A ERSE, entidade que deveria regular o sector energético, autoriza esse aumento, aludindo ao facto de que o consumo baixou e que os encargos com a produção aumentaram.
Bom aqui há uma coisa que não entendo.
Então enchem-nos a cabeça com paradigmas de poupança, e depois dizem que o preço da electricidade tem que aumentar porque houve um abaixamento do consumo? Em que é que ficamos?
Senhores responsáveis do nosso País, para os salários os aumentos não podem ultrapassar o valor da inflação, que por acaso este anos até dizem que vai ser negativa, ou seja ainda vamos ter que pagar ao Estado para receber o vencimento, mas para tudo o resto os aumentos podem e são muito superiores aquele valor.
Então senhor Vítor Constâncio, onde pára o senhor agora? Apenas serve para vir para a televisão dizer que os impostos devem aumentar e que os salários nem por isso, e agora com este aumento e com os que se seguirão, não vem dizer que eles vêm sobrecarregar, ainda mais, os parcos orçamentos familiares de quem trabalha?
Fale agora ou cale-se para sempre!
Repartição da riqueza, já!

Paulo «sopas» Amaral

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

A "guerra justa" de Obama

Barack Obama disse na ocasião em que recebeu o Prémio Nobel da Paz, que estava a fazer a guerra justa.
Pergunto eu: Quem é que determina, e qual o conceito que se dá à guerra para lhe chamar justa? Existe alguma guerra justa?
Os mortos de uma guerra justa, podem ser apelidados de mortos justiçados?
Quem é que define tudo isto? Os EUA? E quem lhes passou procuração?
A estas perguntas devem ser dadas respostas concretas!
E os estados que se alinharam com os EUA devem responder a isto.
Se não, viveremos para sempre no faz de conta global!

Paulo «sopas» Amaral

Três notícias

Duas notícias marcaram o dia de ontem e uma acordou-me esta manhã.
As de ontem têm a ver com os insultos na comissão parlamentar de saúde entre dois deputados, do PS e do PSD, e a de que 93% dos portugueses consideram que a corrupção é um grande problema do País.
Começo por esta. Pensava, inicialmente, que todos os portugueses considerassem a corrupção o maior dos males do nosso País. Ingenuidade. Os sete por cento que não consideram a corrupção um grave problema de Portugal são os corruptos e os seus acólitos que resguardando-se por baixo do seu chapéu de chuva beneficiam em larga escala dessa corrupção.
Mais a sério. Este valor não me surpreende pois depois de todos os escândalos a envolverem gradas figuras da nossa classe política e empresarial, e no final ninguém ser considerado culpado, deixa qualquer pessoa de bem preocupada.
Estranho que depois de tanto alarido no início de todos os processos mediáticos, no fim ninguém fique com o ónus desses processos, havendo até quem depois peça chorudas indemnizações ao Estado, este já lesado, para pagar supostas violações da sua privacidade, e prejuízos morais (?) e patrimoniais.
Como alguém já disse, é a justiça que (não) temos.
A segunda notícia que ontem foi amplamente difundida pela comunicação social, trata de mais um coro de ofensas entre deputados nas instalações da Assembleia da República.
Poder-se-á pensar que, enfim, já não é a primeira vez, que os deputados estavam cansados de tanto trabalho parlamentar, enfim podia arranjar-se uma panóplia de desculpas para justificar mais esta falta de respeito pelos Portugueses de quem tem a obrigação de os representar. Mas não!
Penso mesmo que esta situação demonstra de forma paradigmática a qualidade de alguns políticos. Fraca!
Este tipo de políticos, que não olham a ideologias e olvidam a coerência intelectual para se manterem em órgãos de poder saltitando de ministério em ministério, de partido em partido com o único objectivo de se "encherem" esquecendo quem neles votou, são os políticos que têm vindo a deteriorar a nossa democracia ao longo destes anos.
A última notícia que quero referir, a mais recente, tem a ver com a ida de Obama a Oslo para receber o seu Nobel da Paz.
Provavelmente, o avião que o levará a Oslo é o avião onde irão alguns dos soldados americanos para o Afeganistão fazendo escala em Oslo. Ou seja, no mesmo meio de transporte teríamos o galardoado com o Nobel da Paz, soldados que vão para um país para fazer a guerra e o mandante desses soldados para a guerra que, por acaso, é o homem que vai receber o Nobel para quem deveria fomentar a PAZ.
Este mundo está virado do avesso.
Quem aumenta o orçamento militar dos EUA, onde apenas 2% desse orçamento daria para erradicar a fome existente em África, é considerado um paladino da Paz, dá que pensar. Quem sistematicamente tem enviado e mantido tropas em países como o Iraque e o Afeganistão, quem tem ameaçado de forma apodíctica países como o Irão e a Coreia do Norte, irá, hoje, receber o Prémio Nobel da Paz.
Que estranho mundo este!

Paulo «sopas» Amaral

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

O Hino Nacional e a Cimeira Ibero-Americana

Decorreu em Portugal a XIX Cimeira Ibero-Americana durante os dias 29, 30 de Novembro e 1 de Dezembro.
Dentro das diversas iniciativas, desde reuniões a passeios com as primeiras damas e a Rainha de Espanha, na 2ª feira decorreu um concerto com jovens dos diferentes países Ibero-Americanos.
Ora, nesse concerto foi tocado o nosso Hino Nacional.
Digo bem, to-ca-do. Apenas tocado. E perante a quase dormência do Presidente da República, e o visível agrado do primeiro-ministro.
Como militar que sou, e tendo aprendido a respeitar os mais altos símbolos da Nação, tenho que considerar que aquele facto foi vergonhoso para o nosso País.
Os símbolos da Nação são a Bandeira nacional e o Hino Nacional. E este tem letra. A mais bonita e a mais significativa letra de todos os hinos.
O nosso Hino canta-se!
E por isso devia ter sido cantado.
Senti-me, e penso que muitos Portugueses, indignado por tal facto.

Paulo «sopas» Amaral