terça-feira, 23 de maio de 2017

Ao Presidente da CML


Exmo. Senhor Presidente da Câmara Municipal de Lisboa
No passado dia 6 de maio, enderecei-lhe uma reclamação através de um outro endereço de correio eletrónico (ssopas@sapo.pt) da qual não obtive nenhuma resposta.
No entanto, fiquei a saber pela comunicação social que V. Ex.ª se encontrou com uma cantora estrangeira, a pedido desta, suponho.
Calculo que a sua agenda seja tremendamente dinâmica e preenchida.
Também sei que não sou nenhuma vedeta do pop, nem ando pelo mundo a adotar crianças e não tenho a comunicação social atrás de mim a tirar fotografias, graças a deus...
O que sei é que sou habitante nesta minha Cidade há 49 anos e que deveria merecer da parte de V. Ex.ª a atenção inerente a cidadão nascido, criado e a habitar em Lisboa que preferiu continuar a viver no centro histórico da cidade em lugar de se entregar e ir viver para outro qualquer local, desertificando os bairros históricos, como V. Ex.ª tão bem sabe fazer com as medidas que tem andado a tomar desde que o poder lhe caiu no colo.
Com os melhores cumprimentos.
 
 
Paulo Jorge Sopinha de Amaral

sexta-feira, 12 de maio de 2017

Francisco

Quem me conhece sabe que sou laico.
Que sou ateu!
Não creio!
Mas, por paradoxal que possa parecer, já fui algumas vezes a Fátima e senti-me bem lá.
Agora, por ocasião da visita do Papa Francisco, fiquei com uma certeza: tenho uma grande empatia por esta criatura. (como vês, Raquel, chamo criatura ao Papa porque ouvi dizer que Ele é uma Criatura de Deus...).
Quanto à questão das aparições/visões, penso que tudo deve ser tratado com muito mais razão do que com o coração.
Em 1917, Portugal era um País pobre, iletrado, onde se passava fome. Tudo condições que podiam potenciar situações como aquela que agora se comemora.
Existem vários fatores que podem ter potenciado este fenómeno das aparições/visões. Tanto assim é que a partir de 1930 é que começaram a haver novas narrativas por parte de Lúcia que coincidiram com uma relação de respeito e aproveitamento mútuo entre Fátima e o Estado Novo.
Como escreveu o papa emérito Ratzinger quando ainda era apenas cardeal no seu "Comentário Teológico" quando se tratava de sustentar a decisão de João Paulo II de tornar público o texto da terceira parte do "segredo de Fátima", diz o antigo Cardeal quando se questiona a forma como a igreja compreende fenómenos como o de Fátima, Ratzinger responde da seguinte forma: "como revelações privadas, que podem constituir um válido auxílio para compreender e viver melhor o Evangelho nos diversos tempos, mas cujo uso para a fé não é obrigatório".
Sei que este tipo de questões envolvem muita e muita discussão.
Será isto a Fé?
Tudo isto, devia ser motivo de estudo e reflexão por parte daqueles que estudam estes fenómenos. Não eu.
Apenas pretendo ficar esclarecido.
Faço a minha parte.
Vejo e leio!
E tento compreender.

Paulo «sopas» Amaral

A hipocrisia do capitalismo

Fiquei estarrecido ao ver um anúncio de uma corrida com o slogan "EDP Lisboa, A Mulher e a Vida" com o custo de inscrição de 15 euros que se destinarão à compra de aparelhos para o rastreio do cancro da mama.
Nada tenho contra este tipo de iniciativas que prestam um excelente serviço público para não se esquecer que em cada ano são diagnosticados cerca de 4500 novos casos em Portugal.
Mas o que me causou espanto foi saber quem eram os principais patrocinadores do evento: Vodafone, Santander e EDP.
Não pretendo exagerar na minha análise a este tema, mas seguramente estes três patrocinadores devem ter tido, só no 1º trimestre deste ano, lucros de diversos milhões de euros CADA UM!
Mas mesmo assim, patrocinam um evento em que pedem 15 euros de inscrição a quem se predispõe a ajudar-se e a outras mulheres. Sabe-se lá com que dificuldade irão despender esse valor para uma ação de solidariedade!
E aqui entra o título que escolhi para este texto.
O capitalismo é hipócrita, além de ser predador.
O capitalismo cria pobreza para que possa obter o maior lucro possível.
Não ficaria melhor a estas três empresas predadoras que se predispusessem a elas próprias patrocinarem a aquisição dos aparelhos que tanta falta farão a unidades hospitalares para o rastreio deste mal, que tanto aflige as Mulheres Portuguesas?
Patrocinar uma corrida para um ato tão solidário é uma coisa, e subscrevo por baixo e deve-se dar o devido valor a isso.
Agora, patrocinar uma corrida e exigir tanto a quem tão pouco tem, para ficarem eles com os louros, já considero um abuso despudorado.

Paulo «sopas» Amaral

sábado, 6 de maio de 2017

Reclamação a S. Ex.ª o Presidente da Câmara da Minha Cidade

Assunto Reclamação
De Paulo Amaral
Para 'gab.presidente@cm-lisboa.pt'
Enviado sábado, 6 de maio de 2017 15:52
Anexos

Senhor Presidente da Câmara da Minha Cidade
Em 12 de abril deste ano, escrevi numa página da internet da Câmara Municipal de Lisboa o texto que a seguir está transcrito, pensando que teria uma resposta de V. Ex.ª.
No entanto, passado quase um mês, verifico que um cidadão de pleno direito nascido e criado em Lisboa, perdoe-me a imodéstia, a minha Cidade, não obtive qualquer reposta da parte de V. Ex.ª.
Partindo do princípio que o canal de comunicação que escolhi não foi o adequado, partindo do princípio, resolvi passado este tempo escrever-lhe para a sua página que encontrei no sítio da Câmara Municipal de Lisboa esperando deste modo obter uma qualquer resposta de V. Ex.ª.
Como na altura no sítio da Câmara Municipal de Lisboa não permitiu carregar fotos com mais do que uma certa capacidade, tendo ficado o texto que enviei a V. Ex.ª coarctado de informação importante para a percepção da minha reclamação, hoje junto as fotos que penso serem de extrema importância para que V. Ex.ª perceba a minha indignação.
“Exmo. Sr. Presidente da Câmara Municipal de Lisboa.
Estou a endereçar-lhe esta mensagem para demonstrar a minha indignação em relação ao que se está a passar na minha Cidade.
Antes de mais referir que nasci e moro há 49 anos no Bairro de Alfama. Trabalho a cerca de 100 metros do edifício da CML na Praça do Município.
Por isto, o meu percurso de casa para o trabalho e vice-versa é feito sempre a pé, umas vezes pelo Campo das Cebolas e Chafariz de Dentro, outras vou pela Rua da Conceição, Sé e Portas do Sol.
Conforme pode comprovar facilmente, a qualidade de vida que nós Lisboetas tínhamos, está a perder-se.
O Sr. Presidente não pode, apenas e só por motivos económicos, olvidar quem preferiu viver no centro de Lisboa. Não pode colocar os seus objetivos mercantilistas em detrimento dos Lisboetas que QUEREM continuar a ter uma cidade ordenada, limpa, sem qualquer descaracterização.
Quando vi o Sr. Presidente na televisão muito constrangido com a situação ocorrida em Carnide, que por mim os moradores estiveram bem pois os parquímetros e o estacionamento condicionado nos Bairros históricos deveria merecer um debate mais alargado, não o vejo da mesma forma com a forma desordenada como os tuk-tuk's circulam e estacionam no centro da Cidade, prejudicando quem cá vive e quem cá trabalha.
Sr. Presidente, sugiro que ande pelo centro de Lisboa a meio da tarde, para aquilatar da desordem existente nos tuk-tuk's e na forma como as criaturas que os conduzem se comportam no trânsito.
Para não falar na forma como está a ser conduzido todo o processo do alojamento local, e do arrendamento temporário a turistas, por exemplo no Bairro de Alfama, que tem criado bastantes constrangimentos a quem cá vive.
Repare, Sr. Presidente:
Não são os turistas que votam nas eleições autárquicas;
O turismo é uma situação volátil, hoje está aqui mas amanhã transfere-se para outro país.
Sr. Presidente,
Tudo farei, mas mesmo tudo, para que esta minha indignação não fique por aqui.
Com os melhores cumprimentos.”
Ficando a aguardar uma resposta de Vossa Excelência, despeço-me com os melhores cumprimentos Alfacinhas.