sábado, 20 de maio de 2023

O essencial e o acessório

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) à TAP, devia passar a chamar-se CPI-Ministério das Infraestruturas, pois o que os partidos têm discutido, à exceção do PCP, é se não foi roubo ou foi roubo do computador do ex-adjunto do ministro,  se houve ou não bicicleta mandada contra uma janela, quantos minutos ou horas a chefe de gabinete e outras senhoras estiveram fechadas na casa de banho, se a chefe de gabinete agarrou a mochila do ex-adjunto para que ele não saísse do edifício com o computador e se o ex-adjunto agrediu ou apenas se tentou desenvencilhar das mãos da chefe de gabinete e, penso que já  chega, quem é  que chamou o SIS, a PJ e a PSP.
Fastidioso este enumerar de situações.
Contudo, o que se deveria estar a discutir na CPI-TAP era os pormenores em que a companhia aérea irá ser reprivatizada, o porquê da indemnização milionária à ex-administradora Alexandra Reis e o porquê do despedimento em direto por dois ministros da ex-CEO da TAP, porque são estes os assuntos que interessam aos Portugueses que pela sua mão enterraram mais de 3 mil milhões de euros na TAP, para os desmandos destes e de outros senhores e senhoras que não cuidam dos dinheiros públicos.
Como diz o Povo na sua imensa sabedoria, " Com papas e bolos se enganam os tolos".

quarta-feira, 17 de maio de 2023

Esta cidade já não é para os Lisboetas!

Pois não!

A cidade de Lisboa deixou de ser dos e para os Lisboetas.

O turismo em massa que está a acontecer na cidade é extremamente negativo para todos aqueles que escolheram viver e trabalhar na cidade.

Não sou contra o turismo.

Sou contra ESTE turismo.

Tudo o que era edifício de habitação é reconvertido em hotel, hostel ou alojamento local.

Tudo é reconvertido em favor do turismo e para os turistas.

Nada se aprendeu com o que aconteceu quando a COVID-19 nos invadiu...

Quem mora em Lisboa, principalmente no centro de Lisboa, sofre na pele o aumento do custo de vida, exponencial, que está a ocorrer até nas lojas ocupadas por cidadãos da Ásia, levando a que sejamos todos considerados turistas.

São trotinetes e bicicletas a circular nos passeios, onde deviam circular apenas os peões.

Ele é os tuck-tucks estacionados em todo o lado, nas passadeiras para peões, em cima dos passeios e na via pública, além de circularem a 10 à hora e até pararem na via pública para que os turistas possam ver e fotografar uma cidade desorganizada, com lixo fora dos contentores porque estes estão cheios, obras e mais obras, ruas sujas com cócó dos cães...

Aqueles que vêm visitar os bairros históricos, deparam-se com franceses, ingleses, espanhóis, alemães, chineses, japoneses, italianos, brasileiros, etc., etc., etc.

Aquilo que era um cartão de visita no centro de Lisboa, nos Bairros Históricos, os Homens e Mulheres autóctones, deixou de existir.

Minha pobre Cidade de Lisboa!

Meu pobre Bairro de Alfama!

O que vos fizeram.

sexta-feira, 21 de abril de 2023

Trabalhadores versus Gestores

No Expresso da passada semana, foram revelados dados sobre vencimentos dos líderes das empresas cotadas em bolsa que são obscenos.

Então veja-se que, por exemplo, o vencimento do CEO da Jerónimo Martins (JM) dona do Pingo Doce aufere um salário equivalente ao de 186 trabalhadores. CENTO E OITENTA E SEIS!

Em segundo lugar a CEO da Sonae, dona do Continente, que aufere o equivalente ao salário de 82 trabalhadores.

Ou seja, o CEO da Jerónimo Martins aproveita-se de 186 Homens e Mulheres para levar como vencimento 3.720.833 euros/ano...

Estes gestores, quando se trata de resolver as questões das suas empresas, quando estas não dão os lucros que pretendem, a principal razão, dizem eles, é os custos com os trabalhadores e, toca a despedir. Sim, porque tudo é responsabilidade dos salários miseráveis que os trabalhadores auferem. Nunca dos chorudos e obscenos salários dos gestores dessas empresas.

Pelas contas efetuadas pelo Expresso, no ano de 2022 o aumento que os líderes das empresas cotadas em bolsa tiveram em relação ao ano de 2012, foi na ordem dos 47%.

No mesmo período, a média dos salários dos trabalhadores apresenta um redução de 0,7%.

Outro dado que considero importante: o CEO da JM, apenas com as componentes fixa e variável do seu salário, retirado 740 mil euros pagos a título de contribuição para o plano de reforma, que totalizam 3 milhões de euros/ano, contrasta significativamente com os 16.042 euros/anos que ele próprio paga aos seus trabalhadores.

É INDECOROSO!

É REVOLTANTE!

sábado, 22 de outubro de 2022

Televisão portuguesa

Vamos ter um programa na RTP, em que o objetivo é mostrar Portugal, que vai ser apresentado por um ator Brasileiro. 
Nada contra os brasileiros, ou outra nacionalidade trabalharem em Portugal.
Mas, no serviço público de televisão, um programa deste tipo ser apresentado por um brasileiro...
Muito estranho!

sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

Estranho...

Todos, mas mesmo todos aqueles que tiveram responsabilidades governativas ou no arco da governação, no tempo de Sócrates estão indiciados, repito, apenas indiciados, em casos de justiça.
Considero estranho.
Apenas estranho.

terça-feira, 7 de julho de 2020

Para o Medina

Presidenre da CML.
Tenho por si a consideração que alguém pode ter por quem maltrata aqueles que são a sua essência. 
V. Exa. não pertence a essa categoria que tenha algo a ver com a génese bairrista. Aliás, nada fez para contrariar esta condição. Pelo contrário. Tudo fez para cimentar a opinião de que esrava mais preocupado com o turismo, e a falta dele, em detrimento dos Lisboetas.
Deixe de comentários, sem contraditório,  porque isso não traz nada de bom para quem vive na nossa Cidade. 
Diz o poema:
"Vielas de Alfama, 
Quem me dera lá morar,
Para viver junto ao fado...'
Você  não compreende isto. Este não é o seu paradigma.
Estou farto do seu sorriso hipócrita. 
DEMITA-SE!
Um cidadão nascido e criado em Lisboa.
Paulo Sopinha de Amaral 

quarta-feira, 15 de abril de 2020

Confinado

Hoje está um daqueles dias que, numa situação normal, eu dizia: "Está bom é para estar em casa".
Como já passaram 33 dias de confinamento, com muito gosto, mesmo com este temporal, eu sairia para cheirar as ruas com odor a terra molhada, para ver as gotículas a caírem dos beirais dos prédios e desviar-me das poças de água.
Neste mês em que se comemora Abril, está a fazer-me falta a LIBERDADE.
Liberdade de poder sair quando e para onde quiser, Liberdade para ultrapassar estes dois metros de distanciamento social e dar abraços, beijos e apertos de mão.
Liberdade para escolher os meus movimentos!

terça-feira, 14 de abril de 2020

Nada vai ser como antes!


E passaram 32 dias desde que me confinei. Ou me confinaram.
Nestes dias, que por incrível que possa parecer até passaram depressa, tive tempo para muita coisa. Passaram rápido mas os 32 dias tiveram fases. Umas melhores outras piores pois ao início não foi fácil aperceber-me do que aí vinha…
Enfim.
Pensar, ler, escrever, cozinhar, ver Netflix e, mais importante, redescobrir-me foram as coisas que me aprouveram fazer neste 32 dias de cativeiro.
Uma das coisas que mais me incomodou foram as teorias da conspiração que foram sendo difundidas no Facebook.
Ora foram os chineses que espalharam o vírus para depois saírem da crise como potência mundial ultrapassando os EUA, ora foram os americanos que plantaram o vírus em Wuhan, ora o Universo zangado connosco fez-nos esta maldade para que tenhamos que repensar a nossa forma de estar numa sociedade globalizada.
Sinceramente das três viro-me mais para a última.
Porque a partir do momento em que nos virmos livres deste vírus, e não deverá ser tão cedo quanto pretendemos, as nossas vidas não irão ser como eram antes de 13 ou 14 de março de 2020.
Este vírus, ou o Universo, como queiram, está a indicar-nos como viveremos daqui para a frente.
Sem magotes aglomerados em um único espaço, sem transportes públicos à pinha, enfim, sem nada daquilo a que estávamos habituados e que fizeram de nós pessoas sem uma perspetiva da vida (e não de vida) conforme deveríamos ter e que este vírus, ou o Universo, nos quer fazer adotar.
Os Portugueses sempre foram um Povo de extremos. Por um lado obedecendo quando as circunstâncias assim obrigam mas por outro, furamos as regras porque sim.
Somos um povo caloroso.
Custa-nos viver à distância, sem abraços, sem apertos de mão e sem beijinhos. Somos assim; somos latinos.
Por qualquer motivo, fazemos almoços e jantares com amigos ou colegas de trabalho.
Será que vai continuar a ser assim?
Já agora, como já escrevi no meu blogue a 5 de abril, "Após esta crise pandémica, será interessante saber se a nossa economia, ou seja os nossos decisores económicos, continuará a apostar em serviços e turismo ou se colocaremos o enfoque nos setores industriais e produtivos."
Esta pandemia terá que trazer à discussão de quem manda e de quem temo poder económico no nosso País se pretende continuar com a financeirização da nossa economia ou por outro lado apostar mais nos setores primário e secundário que conseguem fazer face a crises, como esta por exemplo, ou ficarmos reféns do turismo e serviços, setores voláteis da economia, que quando se dá uma qualquer gripe desaparecem e deixam milhares no desemprego.
No pós Covid-19 serão necessárias medidas consistentes, corajosas e determinadas a equacionar um outro futuro.