quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Forma ou Conteúdo

Ontem ouvi, mais uma vez, o Presidente Trump a afirmar que iria correr dos EUA com os traficantes de droga, com os criminosos e com os ladrões, não necessariamente por esta ordem.
Penso que qualquer pessoa de bom senso, assinaria uma decisão destas em qualquer parte do mundo.
Mas as opiniões que se ouvem é de repúdio por este tipo de decisão.
Há quem diga que o Trump é um "cromo" e que só diz disparates…
E há quem diga que não é o conteúdo da mensagem mas sim a forma como ela é transmitida. Concluo que se estas palavras fossem ditas, por exemplo, pelo anterior presidente, que seriam pináculos de um qualquer discurso por ele proferido. Já que referi o anterior presidente dos EUA, lembrei-me da forma como ele se dirigia à nação quando existiram os tiroteios em que eram mortas várias pessoas, algumas delas muito jovens. A forma compungida como ele afirmava que se deveria acabar com a legalização das armas em vários estados norte americanos, deve ter deixado em lágrimas vários milhões de pessoas. Mas o resultado final de tão angustiados discursos, o conteúdo de tanta prosa, foi nulo.
Ora aqui é que eu acho que está a grande crise de valores e onde se nota a enorme incultura política do povo português.
Dá-se mais importância à forma do que ao conteúdo.
Valoriza-se a aparência em detrimento do que se afirma.

Acordai Povo, Acordai!


Paulo «sopas» Amaral

sábado, 7 de janeiro de 2017

Três palavras

Tenho reparado, e não é de agora, que a sociedade portuguesa enferma de alguns males que tem feito com que quem nos governa aos mais variados níveis, fiquem impunes e não lhes seja assacada toda a responsabilidade por atos danosos para o erário público.
Eles são governantes, políticos, banqueiros, autarcas, administradores de empresas públicas...
A três palavras são:
1. Habituação.
Habituámo-nos a ver, a ouvir e a ler que os "nossos" responsáveis são alvos de processos judiciais por corrupção. No final do processo que os levou a tribunal, a sentença é de absolvição quando os processos chegam ao fim, porque algumas vezes, esses "responsáveis" têm advogados pagos a peso de ouro porque podem e esses não estão acessíveis ao comum dos cidadãos, e esses advogados arranjam artimanhas para que os processos prescrevam.
Nada nem ninguém se insurge contra estas manigâncias arquitetadas por quem tem poder e dinheiro.
2. Dormência.
"Estado de quem dorme ou sofre um torpor."
in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa
Estas situações são tão recorrentes que leva a que grande parte da população, aqueles que com o poder do seu voto e da sua indignação, se deixam levar por aquilo que deveria ser a exceção mas que se tornou a regra.
Chegámos a uma dormência tal, que apenas nos importa que chegue o final do mês para voltarmos a ter dinheiro na conta, que chegue depressa o verão para voltarmos a andar de calções e chinelos a caminho da praia e que o nosso clube seja campeão de futebol...
Ou seja, a negação de pensar, a inação do espírito, a indiferença.
3. Sonolência.
Ou seja, Apatia.
O estado em que nada nos importa, tudo o que seja fora do "meu mundo" não me diz respeito.
A língua portuguesa tem alguns provérbios que espelham bem este estado.
"Sacudir a água do capote", é um bom exemplo.
Se pretendemos que o futuro seja aquilo porque passámos e estamos a passar, devemos continuar habituados, dormentes e apáticos.
Se pretendemos outro futuro...

ACORDAI POVO, ACORDAI!

Paulo «sopas» Amaral