sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Abertura do ano lectivo

Pelo que se disse nos meios de comunicação social abriu ontem oficialmente o ano lectivo 2009/2010.
Também pelo que ouvi dos responsáveis do Ministério da Educação (ME), nomeadamente pelo Secretário de Estado da Educação Jorge Pedreira de seu nome, este ano lectivo começou em pleno.
Nunca houve um início de ano lectivo tão excelente como este, todos os professores colocados, as escolas públicas e privadas que são vários milhares, com as suas portas abertas, todo o programa de contenção da Gripe A em funcionamento, os auxiliares de educação todos a trabalhar e em número suficiente, enfim uma panóplia de boas notícias que até me deixaram a pensar se de facto de um ano para o outro, no nosso País os problemas de que a educação padecia tivessem sido ultrapassados. Cheguei até a pensar que a panaceia para o nosso sistema da educação, não estaria nas mãos destes responsáveis do ME.
Et voilá! Quando perguntei à minha filha quando é que a escola dela começava, ela responde que não sabe. Que quando foi à Escola, Gil Vicente no centro de Lisboa, onde irá frequentar o 10º ano, os professores com quem ela se cruzou e na secretaria da escola lhe responderam "não sabemos!".
Este "não sabemos!" também tem como razão, óbvia, o facto de a escola estar a atravessar um processo de qualificação a nível de infra-estruturas, como os burocratas do ME gostam de lhe chamar mas para mim são obras, e estar tornada em estaleiro de construção civil, com gruas, buracos andaimes, etc.
Este exemplo, das infra-estruturas, é apenas um. Agora, existem professores por colocar, existem escolas, nomeadamente no pólo da Póvoa de Varzim, em que a direcção dessa escola contactou por escrito os pais dos alunos a informá-los de que a escola não poderia abrir quando estipulado em virtude da falta de professores, etc, etc.
Por isso quando ouvi o referido secretário de estado dizer, que as escolas estavam com todas as condições para se proceder ao início do ano lectivo fiquei com pele de galinha, ainda para mais quando se afirma que todas, repito todas, as escolas irão abrir até ao dia 15 de Setembro.
Ora, assim como os marinheiros que estando numa acção de salvamento ao não conseguirem resgatar todos os náufragos do mar deixando morrer um, ficam desiludidos, tristes e até zangados com eles próprios, também quem presta serviço público, principalmente numa área tão especial como a educação, não se pode dar como realizado, muito menos satisfeito, ao saber que apenas uma escola, UMA, não abriu, ou abrirá, no prazo estabelecido. E para que o início do ano lectivo não possa ser considerado um sucesso!
A educação, como o meio para formar os jovens de hoje, não deve ser sistematicamente tratada na comunicação social como um custo. Aborrece-me que quando se fala em investimentos na educação se diga que irá ter um custo de x para o Estado.
O Estado deve suportar todos os custos com a educação, com o ensino obrigatório. E não estes custos não devem ser considerados um encargo, outrossim um investimento na formação dos jovens.

Paulo «sopas» Amaral

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