quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Estou sem tempo!

Já não tenho mais tempo!
Não tenho tempo para continuar a ver o meu País a definhar!
Estou sem tempo para ver jovens Portugueses a emigrar por não terem trabalho no País que é o deles!
Não tenho mais tempo para a exploração e o empobrecimento dos Portugueses!
Não tenho tempo para ver uns incompetentes, hipócritas e mentirosos sentados na cadeira do poder apenas a safarem-se e deixando o Povo a mendigar!
Não tenho mais tempo para pagar mais impostos!
Estou sem tempo para ver a pobreza em Portugal a aumentar a olhos vistos enquanto uns quantos se enchem sem qualquer pudor ao que se passa à sua volta!
Não tenho mais tempo para ouvir notícias em que crianças ficam sem comer na escola porque os pais não pagaram a mensalidade de 30 euros!
Estou sem tempo para continuar a pagar os combustíveis e a electricidade mais caras da Europa!
E não tenho tempo para ver os administradores da GALP e da EDP a enriquecerem desmesuradamente!
Estou sem tempo para permitir que me continuem a roubar e não fazer nada contra isso!
Enfim, fiquei sem tempo para continuar a permitir este tipo de situações! Tem que ser agora!

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Sempre a mesma coisa...

É recorrente na Democracia Portuguesa este tipo de situações.
Quando algo corre mal na governação de um partido, logo as sondagens apresentam o outro partido como vencedor.
Hoje, a RTP apresentou uma sondagem da Universidade Católica, em que apresenta o PS com tantos votos como o PSD e o CDS juntos.
O que me apraz dizer sobre estes resultados é que o Povo Português anda distraido.
Não podemos esquecer que a situação a que chegámos tem sido causada pelas sucessivas politicas de quem nos (des)governa de há 36 anos para cá. E esses têm nome. PS, PSD e CDS...
O que tenho vindo a assistir é a uma alternância, que se diferencia de alternativa, no rumo do País, entre PS e PSD que quando precisam se juntam ao CDS, para prosseguirem numa politica de definhamento do País. E, perdoem-me a imodéstia, não há dúvida sobre isto.
Ora PS, ora PSD, com ou sem CDS, trouxeram-nos a este ponto que muitos consideram sem retorno.
Mas há!
E para haver retrocesso neste caminho, tem que forçosamente haver uma "alternância" de politica. Não basta mudar as moscas...

Paulo "sopas" Amaral

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Sobre o terrorismo financeiro


"Um canhão pelo cú" é o título de um texto de Juan José Millás publicado na semana passada no El País


Aviso: contém linguagem que pode ser considerada ofensiva.


 


 

Um canhão pelo cú

Se percebemos bem - e não é fácil, porque somos um bocado tontos -, a economia financeira é a economia real do senhor feudal sobre o servo, do amo sobre o escravo, da metrópole sobre a colónia, do capitalista manchesteriano sobre o trabalhador explorado. A economia financeira é o inimigo da classe da economia real, com a qual brinca como um porco ocidental com corpo de criança num bordel asiático.

Esse porco filho da puta pode, por exemplo, fazer com que a tua produção de trigo se valorize ou desvalorize dois anos antes de sequer ser semeada. Na verdade, pode comprar-te, sem que tu saibas da operação, uma colheita inexistente e vendê-la a um terceiro, que a venderá a um quarto e este a um quinto, e pode conseguir, de acordo com os seus interesses, que durante esse processo delirante o preço desse trigo quimérico dispare ou se afunde sem que tu ganhes mais caso suba, apesar de te deixar na merda se descer.

Se o preço baixar demasiado, talvez não te compense semear, mas ficarás endividado sem ter o que comer ou beber para o resto da tua vida e podes até ser preso ou condenado à forca por isso, dependendo da região geográfica em que estejas - e não há nenhuma segura. É disso que trata a economia financeira.

Para exemplificar, estamos a falar da colheita de um indivíduo, mas o que o porco filho da puta compra geralmente é um país inteiro e ao preço da chuva, um país com todos os cidadãos dentro, digamos que com gente real que se levanta realmente às seis da manhã e se deita à meia-noite. Um país que, da perspetiva do terrorista financeiro, não é mais do que um jogo de tabuleiro no qual um conjunto de bonecos Playmobil andam de um lado para o outro como se movem os peões no Jogo da Glória.

A primeira operação do terrorista financeiro sobre a sua vítima é a do terrorista convencional: o tiro na nuca. Ou seja, retira-lhe todo o caráter de pessoa, coisifica-a. Uma vez convertida em coisa, pouco importa se tem filhos ou pais, se acordou com febre, se está a divorciar-se ou se não dormiu porque está a preparar-se para uma competição. Nada disso conta para a economia financeira ou para o terrorista económico que acaba de pôr o dedo sobre o mapa, sobre um país - este, por acaso -, e diz "compro" ou "vendo" com a impunidade com que se joga Monopólio e se compra ou vende propriedades imobiliárias a fingir.

Quando o terrorista financeiro compra ou vende, converte em irreal o trabalho genuíno dos milhares ou milhões de pessoas que antes de irem trabalhar deixaram na creche pública - onde estas ainda existem - os filhos, também eles produto de consumo desse exército de cabrões protegidos pelos governos de meio mundo mas sobreprotegidos, desde logo, por essa coisa a que chamamos Europa ou União Europeia ou, mais simplesmente, Alemanha, para cujos cofres estão a ser desviados neste preciso momento, enquanto lê estas linhas, milhares de milhões de euros que estavam nos nossos cofres.
E não são desviados num movimento racional, justo ou legítimo, são-no num movimento especulativo promovido por Merkel com a cumplicidade de todos os governos da chamada zona euro.

Tu e eu, com a nossa febre, os nossos filhos sem creche ou sem trabalho, o nosso pai doente e sem ajudas, com os nossos sofrimentos morais ou as nossas alegrias sentimentais, tu e eu já fomos coisificados por Draghi, por Lagarde, por Merkel, já não temos as qualidades humanas que nos tornam dignos da empatia dos nossos semelhantes. Somos simples mercadoria que pode ser expulsa do lar de idosos, do hospital, da escola pública, tornámo-nos algo desprezível, como esse pobre tipo a quem o terrorista, por antonomásia, está prestes a dar um tiro na nuca em nome de Deus ou da pátria.

A ti e a mim, estão a pôr nos carris do comboio uma bomba diária chamada prémio de risco, por exemplo, ou juros a sete anos, em nome da economia financeira. Avançamos com ruturas diárias, massacres diários, e há autores materiais desses atentados e responsáveis intelectuais dessas ações terroristas que passam impunes entre outras razões porque os terroristas vão a eleições e até ganham, e porque há atrás deles importantes grupos mediáticos que legitimam os movimentos especulativos de que somos vítimas.

A economia financeira, se começamos a perceber, significa que quem te comprou aquela colheita inexistente era um cabrão com os documentos certos. Terias tu liberdade para não vender? De forma alguma. Tê-la-ia comprado ao teu vizinho ou ao vizinho deste. A atividade principal da economia financeira consiste em alterar o preço das coisas, crime proibido quando acontece em pequena escala, mas encorajado pelas autoridades quando os valores são tamanhos que transbordam dos gráficos.

Aqui se modifica o preço das nossas vidas todos os dias sem que ninguém resolva o problema, ou mais, enviando as autoridades para cima de quem tenta fazê-lo. E, por Deus, as autoridades empenham-se a fundo para proteger esse filho da puta que te vendeu, recorrendo a um esquema legalmente permitido, um produto financeiro, ou seja, um objeto irreal no qual tu investiste, na melhor das hipóteses, toda a poupança real da tua vida. Vendeu fumaça, o grande porco, apoiado pelas leis do Estado que são as leis da economia financeira, já que estão ao seu serviço.

Na economia real, para que uma alface nasça, há que semeá-la e cuidar dela e dar-lhe o tempo necessário para se desenvolver. Depois, há que a colher, claro, e embalar e distribuir e faturar a 30, 60 ou 90 dias. Uma quantidade imensa de tempo e de energia para obter uns cêntimos que terás de dividir com o Estado, através dos impostos, para pagar os serviços comuns que agora nos são retirados porque a economia financeira tropeçou e há que tirá-la do buraco. A economia financeira não se contenta com a mais-valia do capitalismo clássico, precisa também do nosso sangue e está nele, por isso brinca com a nossa saúde pública e com a nossa educação e com a nossa justiça da mesma forma que um terrorista doentio, passo a redundância, brinca enfiando o cano da sua pistola no rabo do sequestrado.

Há já quatro anos que nos metem esse cano pelo rabo. E com a cumplicidade dos nossos.

Juan José Millás

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

A "ajuda".


Faz mais de um ano que Portugal tem sobre si um plano de ajuda, que de ajuda não tem nada, veja-se os juros agiotas que nos estão a ser cobrados, e a receita da troika aceite pelos partidos do arco do governo não melhorou em nada a vida dos portugueses nem a situação económica do país. Pelo contrário.
Aliás o que está a acontecer em Portugal tem muitas similitudes com o que a Grécia passou há cerca de um ano.
É de todo impossível colocar uma economia a crescer quando o setor produtivo de um país não existe. Quando se escolhe o caminho da financeirização da economia, onde o dinheiro cria mais dinheiro sem passar pelo setor produtivo, o que acontece é um definhamento dessa mesma economia, um PIB que cai e um número de desempregados sempre a subir.
Não se pode pretender que a economia cresça, quando os salários não aumentam, quando os impostos diretos e indiretos cada  vez sufocam mais os trabalhadores e quando o número de desempregados aumenta a cada dia que passa e quando o PIB cai a pique conforme comprovam os dados do INE referentes ao 2º trimestre deste ano.
Não é com políticas como as que estão a ser seguidas que se vai criar emprego e pôr a economia a crescer, como dizem estes senhores que nos estão a desgovernar.
É imperioso, e agora já vários setores e comentadores falam nisso, que se renegoceie os prazos e os juros da dívida que não foi criada pelos trabalhadores portugueses, mas sim pelos nababos da nossa sociedade, que, crise após crise do sistema capitalista, eles ficam mais ricos e os pobres mais pobres.
Este governo vangloriou-se de um facto completamente hipócrita ao afirmar que cobrou uma taxa de imposto na ordem dos 7,5% á fuga de capitais para o estrangeiro. Ora para quem trabalha por conta de outrem, o estado cobra em impostos diretos cerca de 43,5% além de todos os outros impostos, como o iva que temos que pagar. Este governo é o Robin dos Bosques mas ao contrário. Rouba aos pobres para dar aos ricos.
Este governo está a alienar a nossa soberania aos interesses agiotas dos mercados financeiros internacionais. Estes mercados, sejam eles o que forem e quem forem, vivem da miséria e da desgraça dos povos...
Olhem para o que se passou e passa na Grécia.
Como dizia a canção do Zeca Afonso, o povo é quem mais ordena.
Por isto sugiro aos portugueses que acordem!

Acordemos!

Paulo «sopas» Amaral

quarta-feira, 4 de julho de 2012

A fuga.

O PM disse hoje em Braga quando confrontado com uma manifestação de Portugueses que estão contra as medidas de austeridade impostas pela troika e aceite pelos partidos do "arco do governo" que não iria mudar a sua agenda e aparecer nos locais que terá que aparecer para cumprir o foguetório propagandistico, apenas porque há uns "quantos" que se manifestam e "perseguem os membros do governo e o seu primeiro ministro para onde quer que vão".
Faltou a criatura dizer que aparece, mas foge dos que legitimamente se manifestam entrando sempre pela porta das traseiras.
O que se pode aferir destas palavras do PM, é que ele continua a considerar o Povo Português um povo anódino.
Se há alguém neste País que queira ser assim considerado, eu não sou desses.
Não pretendo que a minha filha me diga daqui a uns anos que eu estive cá e nada fiz para lhe poder garantir um futuro melhor.
ACORDAI POVO, ACORDAI!

sábado, 14 de abril de 2012

Há um ano

Está a fazer agora um ano, mais coisa menos coisa, que foi criado no facebook um grupo com o título "Vamos votar em todos os partidos menos no PS e no PSD!" em que participei com entusiasmo.
No entanto, adverti os criadores desse grupo que deveria ser colocado no nome do grupo também o CDS-PP, ficando "Vamos votar em todos os partidos menos no PS, PSD e CDS-PP!".
Esta minha pretensão foi muito mal considerada, chegando ao ponto de ser confrontado por um elemento pertencendo à distrital do CDS-PP de Viseu, se não me engano e do qual não me recordo o nome e por isso peço que me desculpem, de que o CDS-PP não deveria entrar nesse rol, porque era um partido diferente e que se pautava por políticas diferentes. Se não me engano, foram mais ou menos estas as palavras de tal criatura.
Ora, o que se comprova é que eu não estava enganado.
Quando na altura eu sugeri e achei que o CDS-PP deveria estar metido no «mesmo saco» que o PS e o PSD era porque já há um ano, o CDS-PP tinha responsabilidades nas políticas que nos tinham arrastado para esta situação, seja por ter pertencido a governos conjuntamente com o PS, seja por ter feito coligações com o PSD ao longo destes 35anos. Mas, mesmo não estando os seus apaniguados sentados nos cadeirões governamentais, foram sempre aprovando orçamentos e PEC's na Assembleia da República que tanto dificultaram a vida de milhões de trabalhadores.
Mas, o que temos neste momento no que respeita ao CDS-PP, partido pertencendo à maioria governamental?
Temos o «Paulinho das feiras» a viajar por esse mundo fora sem querer saber o que se passa dentro de portas.
Temos o «Paulinho dos idosos e reformados» a pactuar com a retirada de benefícios fiscais aos reformados, com a diminuição das reformas e pensões a homens e mulheres que trabalharam durante 40 anos ou mais e que agora se vêem privados de uma vida mais ou menos confortável.
Temos o «Paulinho dos mais novos licenciados» a pactuar com colegas de governo que mandam os jovens emigrar e sair da sua zona de conforto se querem ser alguém na vida.
Temos o «Paulinho dos agricultores», que assina por baixo a fé da ministra da agricultura que ele colocou no ministério, esperando que chovesse para acudir aos pobres agricultores e criadores de gado para remediar os imensos prejuízos que estes tiveram devido à seca.
Por isto, e muito mais, é que penso que o CDS-PP do «Paulinho das feiras» e de muitas outras coisas mais, é o partido político em Portugal mais hipócrita.
Por isto, e muito mais, é que considero que na altura, há cerca de um ano, eu estava certo!
O CDS-PP, é farinha do mesmo saco e tem tantas responsabilidades na situação a que Portugal chegou como os outros dois partidos do «arco do poder».

Paulo «sopas» Amaral

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

O desemprego

Em Portugal dificilmente existirá alguém que não sofra com o flagelo do desemprego.
Seguramente conhecerá um amigo ou terá um familiar nessa situação, ou então conhece alguém que tem um amigo ou familiar que se encontra desempregado.
É um autêntico flagelo!
O que se assiste na nossa sociedade é uma profunda indiferença a este flagelo e à dramática situação social que atinge milhões de portugueses. E aqui incluo este governo, bem como os dos últimos trinta anos.
Neste momento de "troika", onde somos invadidos pelo falso argumento de "sacrificios para todos" e onde se fala de crise a toda a hora e a todo o instante, estes argumentos mais não são do que o reforçar dos mecanismos para a exploração dos tabalhadores. E, em contraponto, assegura-se aos grupos económicos uma acumulação de mais valias e riqueza brutais.
Quer se queira quer não, esta é uma das condições do capitalismo: a criação de desemprego para que o grande patronato consiga enriquecer com  exploração da força de trabalho.
Depois disto, temos o ciclo infernal da chantagem sobre os que ainda têm emprego e sobre aqueles que o procuram. Chegados aqui, obriga-se uns e outros a aceitarem empregos menos qualifiados, a trabalharem mais horas e a terem menos direitos e pior remuneração.
Pode-se concluir que o aumento do desemprego bem como as suas consequências dramáticas para a vida dos trabalhadores é, indubitavelmente, a prova do fracasso do sistema capitalista e das politicas que dele emergem.
Já digo isto há muito tempo. Há tempo suficiente para que possa dizer que está na altura dos Portugueses acordarem.
Concordo que se faça uma revolução.
Comecemos pela revolução das mentalidades.
Eu já faço a minha parte!

Paulo "sopas" Amaral

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Ainda as palavras do MDN

Não pode o Ministro da Defesa Nacional (MDN esquecer que aos militares são exigidas condições que a mais nenhum cidadão se pede.
Desde logo é exigido aos militares disponibilidade total, dizendo a legislação que nos rege que ao militar se exige "permanente disponibilidade para lutar em defesa da Pátria, se necessário com o sacrifício da própria vida". E esta disponibilidade também é exigida no serviço do dia-a-dia "mesmo com sacrifício dos interesses pessoais".
O que o MDN não pode olvidar é que outra das exigências da vida militar passa por estarmos sempre sujeitos aos riscos inerentes ao cumprimento de missões militares, bem como termos de estar sempre disponíveis para a formação, instrução e treino que as mesmas missões exigem quer estejamos em tempo de paz ou de guerra.
O que diferencia também, e de forma apodictica, a função militar de qualquer outra, é que a condição militar implica a "restrição, constitucionalmente prevista, do exercício de alguns direitos e liberdades", consagrados aos restantes cidadãos.
por muito que custe ao MDN e ao governo de que ele faz parte, os militares não irão emigrar.
Os militares manter-se-ão na sua Pátria, defendendo o seu Povo, do qual emanam, e mantendo este País com 900 anos independente.
CUSTE O QUE CUSTAR!

Paulo «sopas» Amaral

domingo, 5 de fevereiro de 2012

A culpa!

O capitalismo está instalado na sociedade.
Para mal dos nossos pecados, digo eu!
Baseado num sistema neo-feudal, pode-se mesmo dizer que ao feudalismo sucedeu o capitalismo, este divide os homens em burguesia (no sistema feudal senhores) e trabalhadores (os servos no feudalismo), onde predominam as relaçōes servis, relaçōes de exploração e dependência.
Muitos dos opinadores de serviço ao sistema, dizem que o capitalismo é o único capaz de tornar o mundo mais igual...
Os mesmos afirmam que o sistema capitalista melhorou a vida a muitos milhões de pessoas. Mas, ao mesmo tempo, piorou a vida a muitos mais milhōes. Podemos constatar isto mesmo quando cada vez existem mais desigualdades sociais e estas são mais visiveis e significaivas nos países ditos capitalistas.
A crise actual, que teve o seu inicio nos EUA em 2008 é preciso não esquecer, mas que em Portugal já tem cerca de 36 anos, é demonstrativa que o capitalismo cria crises sistemáticas e sempre a nível global. Uma crise marcada pela recessão económica mundial, por quebras acentuadas da produção e consumo, por tendências inflacionárias e pelo rápido aumento do desemprego.
A situação actual exige a canalização de fundos públicos para o apoio social aos trabalhadores e aos outros sectores da economia afectados pela crise que não foram eles que criaram, e também o reforço das funções sociais do Estado.
Mas, o que temos vindo a assistir é a politicas que insistem nos apoios ao sector financeiro. Na canalização do investimento público para o financiamento dos grandes grupos económicos e financeiros, colocando sempre o ónus desta crise em quem menos tem e menos pode. Os pequenos e médios empresáros e os trabalhadores.
Demonstrativo do que acabo de afirmar é o facto de nos processos de reestruturação dos grandes grupos económicos, estes empurram para o desemprego milhōes de trabalhadores a nível global, como se fosse isto a panaceia para a crise, aumentando com isso as desigualdades sociais.
Mesmo recebendo milhões de euros de apoios estatais, muitas empresas denotam grande insensibilidade moral perante a crise ao colocarem no desemprego milhōes de trabalhadores.
Tem sido apanágio dos diversos governos, tanto em Portugal como por esse mundo fora, colocarem a culpa de tudo isto em cima dos trabalhadores.
Todas as medidas restritivas e de austeridade levadas a cabo por esses nababos, atacam ferozmente a classe trabalhadora em todo o mundo, como se fossem estes, de facto os culpados pela situação a que chegámos.
Nunca foi dado o devido enfoque ao que o sector financeiro fez para que a crise se instalasse de "armas e bagagens" a nivel mundial.
A financeirização da economia é uma das vertentes mais demolidoras das crises económicas.
A autonomização dos fluxos financeiros, onde se transforma dinheiro em mais dinheiro, como o desenvolvimento de processos especulativos sem passar pela actividade produtiva tem sido a principal resposta do sistema capitalista para a crise estruturante.
Como não conseguiam obter taxas médias de lucro esperadas, os nababos dos capitalistas fizeram transferir as mais valias geradas para a esfera da especulação financeira em detrimento do investimento produtivo.
Por isso, posso afirmar que as recorrentes crises financeiras são a consequência da progressiva financeirização da economia e do dominio do capital financeiro.
Muitas das instituiçōes que nasceram e floresceram fruto do sistema capitalista foram salvas, e algumas delas estão a sê-lo neste momento,  pelos governos dos seus paises a quem tantas vezes diabolizaram e a quem impuseram que não interferissem nos mercados.
Por outro lado, há quem afirme que num mercado livre existe competição e concorrência entre todos os integrantes do sistema, e quando algum individuo recebe em troca do trabalho menos do que produz, facilmente poderá migrar para outro empregador.
Só que na actual conjuntura esta é uma ideia francamente falsa, pois tendo o desemprego atingido numeros tão elevados com aqueles que nos chegam pelas instâncias internacionais, com a falência, algumas fraudulentas, de inúmeras empresas cada vez é mais dificil um trabalhador sair de um emprego e entrar noutro sem antes passar por um largo periodo de inactividade.
Aqui reside outra das grandes contradiçōes, fraquezas e vulerabilidades do sistema capitalista.
Segundo uns quantos arautos do sistema capitalista, a eliminação da pobreza é um dos paradigmas do capitalismo. Vou tentar desmistificar este devir.
O capitalismo produz riqueza mas não a divide.
O capitalismo produz lucros mas esses lucros não são mais do que o valor criado pela força do trabalho, à qual não se dá o devido valor.
Por isso constato que grandes empresas de sectores estratégicos que foram privatizadas, como a EDP, a GALP, a PT, a Brisa, tenham milhōes de euros de lucro por ano e os bens que essas empresas fornecem à população são cada vez mais caros.
O que é que seria se esses milhōes fossem canalizados para o SNS, para o sistema educativo ou para a habitação, direitos inalienáveis e consagrados na Constituição da República Portuguesa?
Aproveito para responder: viveriamos melhor!
Por isso, para quem diz que o capitalismo é a panaceia para os nossos problemas, eu respondo que não.
Não é isto que preconizo para o futuro da minha filha!

Paulo "sopas" Amaral

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Sobre o que disse o ministro da Defesa

O que disse o ministro da Defesa pode ser considerado grave.
Desde logo porque considero que pode causar constrangimentos na acção das associações socio-profissionais de militares. Não só nos seus dirigentes como na massa de camaradas que se podem "esconder" atrás de medos antigos.
Diz S. Ex. o Ministro da Defesa que aos militares o que é dos militares e à politica o que é da politica. Pois bem sr. ministro, mas o que S. Ex. não pode esquecer é que os militares, bem como o povo do qual eles emanam, sentem na pele as politicas de austeridade que o governo do qual o sr. ministro da Defesa faz parte, tem levado a cabo. Politicas que empobrecem o povo Português e por consequência os militares, e da qual grande parte dos Portugueses estão contra.
Os militares têem sido ao longo dos tempos chamados a contribuir para amenizar as diversas crises que os politicos que nos têem governado conduziram o País. Nunca se negaram a fazê-lo. Nem seria curial.
Devia o ministro da Defesa saber que a politica é a vida...
Politica é o preço do pão, do peixe, da carne, do leite...
Por isso, devem todos os politicos com tiques de autoritarismo saber que aos militares não pode nem deve ser proibido falarmos da vida.
Devem também saber que ser apartidário, que por dever de obrigação para com o EMFAR os militares têem que ser, é diferente de ser apolitico.
Devem ser os militares apartidários mas não têem que ser apoliticos!
Os militares juraram defender a Constituição da República Portuguesa, juraram defender a Pátria, se necessário com o sacrificio da própria vida.
É este valor que deve estar sempre presente na mente de alguns politicos e fazedores de opinião quando se referirem à familia militar.


Paulo "sopas" Amaral

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

É o capitalismo, estúpido!

No dia 23 de Janeiro o FMI numa das suas previsões económicas acentuava um cenário de grande depressão à semelhança dos anos 30 do século passado.
Na semana anterior a esta previsão do FMI, um economista chefe das Nações Unidas fez a apresentação das previsões económicas da ONU e começou por pedir desculpas aos presentes pelas "más noticias". Essas noticias eram o facto de no relatório da ONU estar plasmado que "a economia mundial está à beira de uma outra grande recessão".
Bom, penso que não será novidade para ninguém o que estas instituições disseram. Se calhar apenas para eles próprios.
O que não foi sequer alvitrado foram os responsáveis por esta situação.
Nem sequer sugerido que as crises sistémicas do capitalismo é que nos trouxeram a este beco sem saída. Tem sido nestas crises que os ricos saiem mais ricos e os pobres mais pobres.
É um facto que o capitalismo vive das desgraças das populações, da miséria, do seu empobrecimento, das guerras.
Penso que apenas estes arautos do sistema é que não vêem que tem sido este sistema predador que nos tem levado para o abismo.
Como diz o povo na sua imensa sabedoria, "o maior cego é aquele que não quer ver".

Paulo "sopas" Amaral

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Os tugas.

Ao ouvir as noticias fiquei a saber que este primeiro ministro mandou colocar na página do governo um link para os portugueses darem a sua opinião sobre qual a medida mais premente para  governo colocar em prática para, dizem as criaturas, podermos dar a volta a esta situação.
Entre todas as sugestões já difundidas a que obteve mais votos foi a petição para acabar com as touradas!
Isso mesmo, acabar com as touradas. Resta saber de quais touradas estes tugas se estão a referir.
Então e os ordenados em atraso?
Então e os desempregados, que cada dia que passa cada vez são mais?
E a crise do capitalismo que está a afundar os paises periféricos, sem ninguém se importar com isso?
As touradas?
É este o Portugal que queremos? Dizem-nos para nos preocuparmo-nos com as touradas, esquecendo o essencial?
Que m**** de portugueses são estas criaturas? Encomendados?
Eu não preconizo este tipo de pensamento!
A luta continua!

Paulo "sopas" Amaral

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

A Luta.

Os trabalhadores de terra da TAP estão em luta, reivindicando o que lhes é devido que são os subsídios de férias e de natal.
Esta reivindicação é legitima. Os referidos subsídios são inalienáveis.
Ora, mas esta luta destes trabalhadores faz sentido dentro de uma grande acção de lutas que deveria abranger uma grande camada da população. Do povo que se sente rouba
do pelos que nos governam.
Deveria haver uma grande convergência de diversas camadas da população em acções de luta reivindicativa de forma a fazer estremecer o edifício do Estado.
Não podemos ficar impávidos e serenos a assistir a roubos sistemáticos. E, em contraponto, vemos os mesmos de sempre bem sentados em poltronas de luxo, saltitando de uma para outra sempre bem remunerados.
Não sei o que mais é necessário para nos insurgirmos contra este tipo de coisas.
Sugiro que todos os trabalhadores sigam o exemplo dos funcionários da TAP que estão em luta. Todos deveremos juntar-nos à porta dos nossos trabalhos e exigir que nos paguem o que nos é devido. O que é nosso por direito constitucional.
Só com uma grande unidade, o povo trabalhador conseguirá que os seus direitos não sejam  retirados.
Não podemos permitir que uns quantos nababos nos venham dizer o que temos que fazer. Não podemos permitir que estes politicos de direita continuem o saque ao nosso País, em conjunto com os capitalistas das instituições europeias.
Por nós, mas também pelos nossos filhos.

Paulo "sopas" Amaral

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

A Islândia.

Em dezembro de 2011 falei neste assunto e agora com novas informações volto a ele.
Na Islândia, os responsáveis pela bancarrota do país estão a ser detidos pelas autoridades.
São ex-banqueiros, ex-primeiros ministros, responsáveis pelos grupos financeiros islandeses, todos foram condenados e detidos pelas autoridades. Mais de 125 personalidades ligadas àquelas àreas podem vir a ser detidas no âmbito deste caso.
Aqui está a diferença entre um verdadeiro país e outro como portugal que já foi apelidado de 'república das bananas'.
E a isto a comunicação social dominante e dominada nada disse!
Oculta-se este tipo de notícias por não interessarem aos poderes instituídos.
Na Islândia quem comete crimes contra a pátria é punido.
Em Portugal, os que cometem os mesmos crimes são recompensados.

PA

sábado, 14 de janeiro de 2012

As nomeações

Tudo isto é muito estranho.
Começo pelo mais óbvio.
Celeste Cardona. Esta criatura renasce sempre que o CDS chega ao poder. Quando da coligação com o Durão, a personaem foi para a administração da CGD.
Agora, e ironizando, como a área é a mesma, salta para a eléctrica nacional. Sai de um cargo dourado na banca, para um carg igualmente dourado na EDP. Porra, é muito estranho!
O que é que esta criatura já fez para merecer isto?
Quanto aos restantes, bom a coisa é mais ou menos o mesmo.
Catroga, Teixeira Pinto, Rocha Vieira, são todos pertença do mesmo. Dos partidos que nos conduziram a esta stuação!

Paulo Amaral