terça-feira, 10 de novembro de 2009

Serviço público de televisão?

O programa da RTP Prós e Contras já não me surpreende. E quando no genérico de apresentação de cada programa se anuncia que é o "maior debate da televisão portuguesa" aqui a direcção de informação da televisão do Estado está a fazer publicidade enganadora.
Há cerca de dois anos a RTP decidiu fazer um programa acerca do estado da esquerda, política bem entenda-se, em Portugal. Este pretenso debate tinha como objectivo que os convidados do programa falassem e analisassem a esquerda no País.
Só que os convidados que a direcção de informação da RTP convidou para tal programa muito pouco tinham a ver com a referida esquerda. Et voilá, o Partido Comunista Português não foi convidado para o tal debate.
Este assunto não foi alvo de nenhum comunicado da parte da administração da RTP, que relembro é paga com o dinheiro dos contribuintes, e na sua pose autista como sempre nada disse acerca da ausência do maior partido da esquerda em Portugal naquele debate.
Ontem o mesmo programa, o maior programa de debate na televisão portuguesa, promoveu um debate acerca do programa de governo recentemente aprovado na Assembleia da República.
Convidados: O ministro da Presidência, o clone do José Sócrates, Pedro Silva Pereira, o representante do PSD seu vice-presidente Aguiar Branco, Basílio Horta que penso estava no programa como presidente da agência de investimento externo portuguesa, penso que é assim que se chama, e o novel líder parlamentar do bloco de esquerda José Pureza que de pureza não deve ter nada outrossim de ex-qualquer coisa.
Representantes do PCP nada!
Para um serviço público de televisão, para uma administração que é paga com o nosso dinheiro esta ostracização de um partido político não fica nada bem. Pelo contrário, indicia um claro favorecimento de uns em detrimento de outros partidos políticos.
Não estranharei a presença de um representante do omnisciente Louçã e ninguém do PCP pois este tratamento vem no caminho do que tem sido o tratamento dado às diversas iniciativas levadas a cabo pelo PCP e pelo BE, em que os acontecimentos destes eram sempre sobre valorizados e os do PCP eram sempre colocados em fim de reportagem ou apenas passava uma pequena informação em rodapé, e nas campanhas eleitorais onde o PCP era sempre prejudicado nas sondagens e nos estudos de opinião por parte da televisão pública, em relação ao BE.
Penso que é hora dos responsáveis pela RTP reverem os seus critérios editoriais e darem igual tratamento a todos os partidos políticos, principalmente os representados na AR.

Paulo «sopas» Amaral

Sem comentários:

Enviar um comentário