segunda-feira, 9 de novembro de 2009

O bloqueio a Cuba

Já vão em 18 os anos consecutivos em que a Assembleia Geral da ONU aprova resoluções contra o bloqueio a Cuba.
Na última votação, acontecida há cerca de 2 semanas, a Assembleia Geral da ONU congregou o maior apoio de sempre contra o bloqueio a Cuba: 187 Estados votaram a favor do fim do bloqueio económico, comercial e financeiro a Cuba que os EUA teimam em manter, há cerca de 50 anos.
Em 192 países, apenas houve três que votaram contra: os EUA, Israel pelas razões que se sabe, e Palau (uma ilha no Pacífico), com o pormenor de esta ilha ser representada na Assembleia Geral da ONU por um advogado Norte-Americano de ascendência israelita.
Esta votação configura um isolamento dos EUA e dos seu imperialismo, que há muito não se via.
Mas, representa também, o desrespeito que os EUA têm pelas resolução da Assembleia Geral da ONU quando estas lhes são desfavoráveis.
A forma como Cuba tem sabido resistir e em certos casos superado, o bloqueio de que tem sido vítima representa uma das mais brilhantes páginas de resistência da parte de um Povo que abnegadamente tem lutado pela sua independência, pelos seus direitos e pelas suas opções. Porque quer se queira quer não, este é um bloqueio político e ideológico que demonstra o ódio e a intolerância de classe contra um poder revolucionário que ousou afirmar e defender a soberania e dignidade nacionais, como também assumir o objectivo do Socialismo.
E aqui convém lembrar aos mais incautos ou distraídos, o que tem sucedido a Cuba e ao seu Povo nestes 50 anos em que têm sido vítimas de um bloqueio a todos os níveis desumanos. Para os que pensavam que com a eleição de Barack Obama, o último galardoado com o prémio Nobel da Paz(?), a política dos EUA para com Cuba se alteraria, ficaram decepcionados. Nada mudou. O bloqueio comercial, económico e financeiro a Cuba, mantém-se inalterado.
O bloqueio a Cuba é absurdo, provoca escassez e sofrimento. Viola sistematicamente os direitos humanos. É eticamente inaceitável. É um crime. Digo mais, é um acto arrogante e praticado por ignorantes.
As crianças cubanas que sofrem de leucemia e rejeitam a medicação padrão, não podem ser tratadas com um medicamento norte-americano, o "Elspar" criado especificamente para os casos de intolerância a medicamentos. O resultado é uma expectativa de vida reduzida para estas crianças e o seu sofrimento aumenta. Isto porque o governo dos EUA proíbe a empresa Merck & Co. que produz o medicamento, de fornecer Cuba.
Outra empresa, a Applied Biosystems, está proibida de vender a Cuba um equipamento analisador de genes, essencial para o estudo da origem do cancro da mama, do cólon e da próstata.
O bloqueio restringe a banda larga e a conectividade em Cuba. Proíbe a conexão aos cabos submarinos de fibra óptica que passam ao lado da costa da ilha de Cuba.
A Hitachi não pode vender a Cuba um microscópio electrónico de transmissão que é essencial em estudos de anatomia patológica.
A Toshiba, diz o mesmo sobre a câmara-gama de equipamentos de ressonância magnética e ultra-som de alta precisão. Estas empresas, com sede no Japão, estão proibidas pelos EUA de negociarem com Cuba.
Esta ordem aplica-se a milhares de empresas dos mais diversos sectores, da alimentação à medicina, e com sede em vários países para que embarguem bens a Cuba.
E os que se atrevem a fazer negócios com Cuba sofrem pesadas multas como foi o caso do Nova Zelândia Bank Group (ANZ) com sede na Austrália que pagou uma multa milionária por isso.
Nos tempos que correm, de profunda crise económica e financeira, os empresários norte-americanos estão proibidos de utilizar o mercado cubano para os seus negócios. Estão proibidos de investir em Cuba.
Que mal faria ao mundo, e aos norte-americanos em particular, se estes tivessem acesso aos produtos cubanos?
Ninguém minimamente sério pode dizer que Cuba representa uma ameaça à segurança nacional dos EUA. Toda a força de Cuba é a do direito, da verdade e da razão!
E isto comprova-se pelo facto de Cuba ter aberto o seu espaço aéreo à aeronaves norte-americanas aquando do 11 de Setembro de 2001, oferecendo o seu pessoal de saúde, antibióticos e equipamentos contra o Antrax.
Aquando do furacão Katrina, Cuba voltou a fazer uma generosa oferta de pessoal médico.
Ao contrário de outras nações que exportam material de guerra e militares, Cuba gosta de exportar médicos, enfermeiros e material de saúde para os países necessitados.
Cuba é um País hospitaleiro.
Um País que clama pela cooperação a todos os níveis. Com TODOS!

Paulo «sopas» Amaral

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