segunda-feira, 2 de novembro de 2009

A Face Oculta

Parece o nome de um filme de suspense, mas na realidade não passa de mais um episódio de uns quantos "senhores", as aspas serve apenas para não ofender os verdadeiros Senhores, orquestraram um esquema de favores e de pagamentos desses mesmos favores para um sucateiro ganhar concursos atrás de concursos para o tratamento de lixo das mais variadas proveniências e encher os bolsos e parece que também as garagens de uns quantos nababos.
Um dos principais arguidos, e permitam que o adjective de maior nababo neste caso, notável do PS onde já foi secretário de Estado e até ministro tendo deixado esta função também envolto em suspeitas de corrupção, embora se tenha "provado" que estava inocente, quando fundou a fundação para a prevenção e segurança que obtinha dinheiro do estado com origem no ministério em que o próprio Vara era o máximo responsável.
Ora esta mesma criatura, após um breve repouso fora da vida política, é nomeado pelo seu grande amigo de longa data para a administração da CGD, onde já tinha sido um simples funcionário numa dependência em Trás-os-Montes. Que ascensão meteórica!
Pena que este tipo de promoções apenas aconteçam sempre aos mesmos e pela mão dos mesmos de sempre.
Se houvesse vergonha, se este tipo de gente se regesse por princípios morais, por valores de igualdade esta gentinha demitiria-se dos cargos que ocupa até se apurar toda a verdade. Se de facto após o apuramento da verdade se provasse que Vara não tinha nada a ver com este assunto e não tinha sido corrompido nem corruptor então voltaria para as funções que desempenhava e voltaria, seguramente, pela porta grande.
A CGD é uma instituição bancária do Estado, e por consequência quem deve estar à frente de uma instituição destas deve ser impoluto, ou seja, como se diz em bom português não ter telhados de vidro.
No que toca ao cargo que neste momento Vara desempenha no BCP a questão aqui coloca-se de outra forma. Devem ser os accionistas a decidirem se pretendem ter um administrador que foi constituído arguido num caso de corrupção, a gerir os seus dinheiros.
Por mim, se tivesse algum dinheiro no BCP retiraria-o imediatamente pois não queria estar a pactuar com uma situação que vai contra todos os meus princípios.

Paulo «sopas» Amaral

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