Como leitor atento de artigos de opinião em vários jornais, constato que existe uma palavra comum em vários artigos de opinião de variados opinion makers. Essa palavra é INEVITÁVEL.
Esta palavra, que significa “que não se pode evitar”, é utilizada muitas das vezes pelos fazedores de opinião para dizerem que temos que ficar impávidos e serenos à espera que outros façam por nós aquilo que pretendemos. E o que os outros podem fazer por nós é mais do mesmo. Menos direitos, mais precariedade no trabalho, menos salário e mais salários em atraso, etc.
Inevitável, para os fazedores de opinião, é os aumentos escandalosos dos lucros de empresas estratégicas, como a EDP e a GALP, sem que os Portugueses que pagam esses serviços que deveriam ser públicos, obtenham qualquer vantagem ou regalia desses lucros escandalosos.
Inevitável, para os fazedores de opinião, é as ajudas de milhões de euros para o sector financeiro, principal causador desta 1ª crise financeira do Século XXI, em detrimento do apoio ao sector produtivo.
Inevitável, para os fazedores de opinião, é os lucros astronómicos que a banca tem registado, mesmo em tempo de crise para a maioria das famílias portuguesas.
Inevitável, para os mesmos escribas, é existir reestruturações dos grandes grupos económicos onde a primeira das intervenções é o despedimento de trabalhadores.
Por isto, devo dizer que enquanto houver instituições bancárias com milhões de euros de lucros, enquanto houver empresas que fornecem serviços públicos, como o gás, a electricidade e as comunicações, a encaixarem milhões de euros para distribuírem por meia dúzia de accionistas, e quando os grandes grupos económicos despedem centenas e milhares de trabalhadores com a desculpa da reestruturação, inevitabilidade é o povo português insurgir-se contra este tipo de situações e indignarmo-nos e dar um grande safanão nesta Sociedade que é nossa, dos nossos filhos e será dos nossos netos.
Paulo «sopas» Amaral
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