sexta-feira, 31 de julho de 2009

Inevitabilidades.

Como leitor atento de artigos de opinião em vários jornais, constato que existe uma palavra comum em vários artigos de opinião de variados opinion makers. Essa palavra é INEVITÁVEL.
Esta palavra, que significa “que não se pode evitar”, é utilizada muitas das vezes pelos fazedores de opinião para dizerem que temos que ficar impávidos e serenos à espera que outros façam por nós aquilo que pretendemos. E o que os outros podem fazer por nós é mais do mesmo. Menos direitos, mais precariedade no trabalho, menos salário e mais salários em atraso, etc.
Inevitável, para os fazedores de opinião, é os aumentos escandalosos dos lucros de empresas estratégicas, como a EDP e a GALP, sem que os Portugueses que pagam esses serviços que deveriam ser públicos, obtenham qualquer vantagem ou regalia desses lucros escandalosos.
Inevitável, para os fazedores de opinião, é as ajudas de milhões de euros para o sector financeiro, principal causador desta 1ª crise financeira do Século XXI, em detrimento do apoio ao sector produtivo.
Inevitável, para os fazedores de opinião, é os lucros astronómicos que a banca tem registado, mesmo em tempo de crise para a maioria das famílias portuguesas.
Inevitável, para os mesmos escribas, é existir reestruturações dos grandes grupos económicos onde a primeira das intervenções é o despedimento de trabalhadores.
Por isto, devo dizer que enquanto houver instituições bancárias com milhões de euros de lucros, enquanto houver empresas que fornecem serviços públicos, como o gás, a electricidade e as comunicações, a encaixarem milhões de euros para distribuírem por meia dúzia de accionistas, e quando os grandes grupos económicos despedem centenas e milhares de trabalhadores com a desculpa da reestruturação, inevitabilidade é o povo português insurgir-se contra este tipo de situações e indignarmo-nos e dar um grande safanão nesta Sociedade que é nossa, dos nossos filhos e será dos nossos netos.

Paulo «sopas» Amaral

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