quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Orçamento do Estado 2010

Volto a falar acerca do OE para este ano porque há duas coisas que têm sido ditas e que merecem a maior atenção da parte de todos os Portugueses que parece que andam um pouco distraídos para esta coisa da política, ou fazem para que andemos distraídos para assim não falarmos destas coisas, pois a política é o preço do pão, da electricidade, da água, do arroz, do peixe da carne, etc., e deve merecer da nossa parte a maior atenção e a nossa opinião crítica.
Por isso este meu blogue, que não é mais do que um espaço para dissertar acerca do que penso ser importante para a nossa vida.
Ora bem, voltando ao início deste meu texto, as duas coisas que têm sido repetidas quase até à exaustão são o exemplo da Irlanda que cortou uma parte dos salários dos funcionários públicos e a outra é uma frase que os economistas, aqueles que não conseguiram prever uma crise desta natureza, dizem até à exaustão e passo a citar "andamos a gastar acima das nossas possibilidades".
Vamos ao primeiro caso.
Tem havido muitos bons opinadores, comentadores e economistas dos quadrantes políticos que já conhecemos, que não seria de todo descabido seguirmos o exemplo da Irlanda que para combater a crise reduziu em parte os salários dos funcionários públicos.
Primeiro aparte: então quando a Irlanda era o País da UE que mais crescia, com níveis muito acima da média europeia, tendo sido essa subida motivada por políticas que defendiam o emprego com aumentos salariais para estimular o consumo e assim permitir que as empresas tivessem lucros com os bens que vendiam, pois se os irlandeses tinham dinheiro esse dinheiro servia em parte para consumir, a Irlanda, dizia eu, promoveu o investimento público quando nem sequer se falava em crise permitindo assim que tivesse níveis de crescimento muito superiores aos outros países da UE, dando assim melhor qualidade de vida aos seus habitantes, nessa altura não ouvi nenhum opinador, comentador ou economista afirmar convictamente que deveríamos adoptar as mesmas medidas que a Irlanda adoptou para assim permitir um melhor nível de vida a todos os Portugueses. Agora porque lhes convém, ou seja porque já mexe com os salários dos trabalhadores aqui-d'el Rei vamos a isso copiar o método Irlandês!
É preciso ter lata e descaramento.
O segundo caso do "andamos a gastar acima das nossas possibilidades", pergunto: Mas quem é que anda a gastar acima das possibilidades? Os trabalhadores que ganham o salário mínimo que mal chega para comer? Os mais de 600 mil desempregados? Os reformados e pensionistas cujas pensões nem dão para os medicamentos? Os trabalhadores que têm ordenados em atraso? Os que recebem o vencimento às pinguinhas?
Ou não serão antes os nababos da nossa sociedade que levam os milhões para os off-shores privando o País dos impostos inerentes a esses dinheiros? Ou serão os Belmiros, os Amorins ou os Salgados que gastam milhões e pagam mal aos seus empregados? Ou serão os Berardos da nossa praça, que sem produzirem nada ganham milhões na especulação financeira?
É preciso descaramento para estes omniscientes virem dizer estas mentiras ao povo português e depois ficarem-se a rir na nossa cara. A crise não é para todos!

Paulo «sopas» Amaral

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