sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

As "Posições Conjuntas".

Muito tenho ouvido e lido sobre o novo governo da República.
Muito se tem dito e escrito, sobre a legitimidade do governo do PS, que tem o apoio dos deputados do PCP, do BE e dos Verdes.
Inclusivamente,ontem foi dito no debate da moção de censura do PSD/CDS ao governo do PS, que o governo em funções foi feito nas costas do Povo.
Só que, desde o dia 4 de outubro muito se tem dito sobre a legitimidade de um governo do partido que teve o 2º melhor resultado, mas que conseguiu congregar a maioria de deputados em seu apoio. Sim, porque quando o Povo exerce o seu direito cívico de votar em eleições legislativas, o que está a fazer é a eleger os 230 deputados e não a eleger o primeiro ministro.
E isto é que faz toda a diferença, embora alguns não queiram.
Relembro que, em 2011, o PSD concorreu sozinho às eleições legislativas e após os resultados o CDS "pediu por favor" para se coligar com o PSD, criando assim uma maioria parlamentar de direita na Assembleia da República que nos transportou à situação actual. E nem o PSD nem o CDS antes das eleições disseram de forma apodíctica aos seus eleitores que se coligariam após o sufrágio...
Aqui chegados, a um governo do PS com o apoio parlamentar do PCP, do BE e dos Verdes, convém lembrar que ninguém pode pretender que se corrija todas as malfeitorias que o PSD e o CDS nos fizeram durante 4 anos, de um momento para o outro.
Há que ter paciência e aguardar que as posições conjuntas entre os partidos que apoiam este governo, dê os seus frutos.
Sobre a posição conjunta do PS com o PCP, que foi pública, pelo que li reparo que nenhum dos dois partidos esqueceu a sua génese nem a sua base ideológica.
O que PCP e PS assumiram através da Posição Conjunta foi assumirem que existem medidas levadas a cabo pelo anterior governo, que são por demais urgentes reverter para que se dê resposta aos direitos dos trabalhadores e do Povo por forma a que se consiga repor os salários e os rendimentos dos trabalhadores e na devolução de todos os direitos que foram alvo de esbulho nos últimos 4 anos.
Quanto ao que alguns têm dito sobre o facto de tanto o PS como o PCP, mais este, terem mandado para trás das costas ideias fortes da sua ideologia, lembrei-me de um princípio de Karl Marx segundo o qual são de concluir acordos para a acção contra o inimigo comum, leia-se adversário comum, mas nunca se deve «comerciar com os princípios».

Paulo «sopas» Amaral

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