quarta-feira, 14 de outubro de 2015

O drama,a tragédia, o horror...

Nestes últimos dias recordei-me do Artur Albarran.
Na década de 90 do século passado, este jornalista terminava invariavelmente as suas reportagens com esta frase: "O drama, a tragédia, o horror".
E recordei esta frase depois de ler e ouvir a panóplia de "comentadores" e "opinadores" sobre a possibilidade de Portugal vir a ter um governo apoiado pelos partidos de esquerda.
Segundo estes "comentadores" e "opinadores" ter um governo do PS apoiado pelo Partido Comunista Português e pelo Bloco de Esquerda seria, para Portugal, um drama, uma tragédia e um horror.
Tenho que ser honesto.
Quem teve o maior número de votos foi a coligação PSD/CDS onde, se formos a ver bem os resultados, o CDS foi completamente absorvido pelo PSD.
Por outro lado, e segundo palavras do PR, este só estaria disposto a convidar para primeiro ministro aquele que conseguisse dar estabilidade parlamentar a esse mesmo governo.
Mas, continuando a ser honesto, reparo que seguindo a douta opinião do PR, penso, fundamentada na Constituição da República Portuguesa, este terá que levar a cabo a constituição de um governo com maioria parlamentar, seja ela de direita ou de esquerda.
Porque, os adjetivos enunciados no título deste texto, e parece-me que levados à letra pelos "comentadores", "opinadores" que nos intoxicam nas televisões, rádios e nos jornais não devem ser levados a sério neste paradigma. Explico porquê.
O drama foi termos tido nestes últimos quatro anos um retrocesso civilizacional, onde emigraram nestes últimos anos cerca de 500 mil portugueses e todos eles com nível de educação elevado, ao contrário do "boom" emigratório dos anos 60 do século XX, onde os menos preparados é que emigravam.
A tragédia, tem a ver com o aumento de desempregados, a diminuição do emprego, a precariedade no trabalho, a facilidade com que se despede, ver o relatório da OCDE publicado hoje, os baixos salários e a pobreza inerente a esses mesmos baixos salários.
O horror, deve ser tido em conta quando pensarmos que poderemos estar sujeitos a mais quatro anos da mesma política, de direita, que nos trouxe até aqui...
A economia definha...
O emprego é precário...
Os salários são baixos...
Trabalhamos mais horas do que os outros países...
O desemprego de longa duração está muito acima da média europeia...
Os impostos que pagamos são mais elevados...
O rendimento das famílias desceu 8,9%...
O Povo vive pior!
Veja-se o relatório da OCDE, publicado hoje nos órgãos de comunicação social.
A isto é que eu digo, o drama, a tragédia, o horror. Não a um suposto governo apoiado pela esquerda.
Contra o estigma de sermos governados pela Esquerda, devemos lutar!

ACORDAI, POVO, ACORDAI!

Paulo «sopas» Amaral


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