quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Ano novo, novos aumentos

Ficámos hoje a saber que a ERSE autorizou a EDP a aumentar a tarifa eléctrica em 2,9% em 2010.
Nada de novo, pois já todos sabemos que assim que se inicia um ano há uma panóplia de aumentos de bens e serviços para os Portugueses suportarem. Só que ainda não percebi bem o porquê de se escolher sempre o início de cada ano para o fazerem, quando anos houve em que a meio sofríamos aumentos e, como é da praxe, no início do ano seguinte mais aumentos.
Bom mas vamos a este aumento.
A EDP, como todos sabem, tem lucros de milhões de euros todos os anos. A EDP é das empresas que mais e melhor paga aos seus administradores, o mesmo não se pode dizer dos seus empregados. A EDP é uma empresa que fornece um bem essencial, por isso dever ser público.
Ora, mas os nababos pertencentes à administração da empresa que fornece um bem essencial, acham que devem ainda ter mais lucros, para assim poderem reforçar ainda mais as suas chorudas contas bancárias e aqui vai disto, propõem um aumento de 2,9% para o Continente, porque para a Madeira e para os Açores os aumentos são menores, para os consumidores privados.
A ERSE, entidade que deveria regular o sector energético, autoriza esse aumento, aludindo ao facto de que o consumo baixou e que os encargos com a produção aumentaram.
Bom aqui há uma coisa que não entendo.
Então enchem-nos a cabeça com paradigmas de poupança, e depois dizem que o preço da electricidade tem que aumentar porque houve um abaixamento do consumo? Em que é que ficamos?
Senhores responsáveis do nosso País, para os salários os aumentos não podem ultrapassar o valor da inflação, que por acaso este anos até dizem que vai ser negativa, ou seja ainda vamos ter que pagar ao Estado para receber o vencimento, mas para tudo o resto os aumentos podem e são muito superiores aquele valor.
Então senhor Vítor Constâncio, onde pára o senhor agora? Apenas serve para vir para a televisão dizer que os impostos devem aumentar e que os salários nem por isso, e agora com este aumento e com os que se seguirão, não vem dizer que eles vêm sobrecarregar, ainda mais, os parcos orçamentos familiares de quem trabalha?
Fale agora ou cale-se para sempre!
Repartição da riqueza, já!

Paulo «sopas» Amaral

1 comentário:

  1. só o ponto da "redução do consumo", simplificando muito:

    a determinação da tarifa de venda a clientes finais (a que tem um aumento de 2,9% em 2010, no continente) leva em conta um conjunto de custos, reais ou estimados, e uma previsão de consumo total durante o ano, dividindo-se os custos totaos considerados pelo consumo total considerado para se achar o valor unitário, em € por kWh

    nesta equação simples, quanto maior for o consumo considerado (quanto maior a quantidade) mais diluído será o custo global, reduzindo o custo initário - e quanto menor o consumo, o mesmo custo vai ter que ser dividido por menos quantidade, aumentando o valor unitário

    é assim como dividir a gasolina, as portagens e o aluguer de um autocarro pelo número de excursionistas: se o autocarro for cheio, a excursão sai mais em conta a cada um; se o autocarro for meio, a viagem fica mais cara a cada um dos excursionistas

    ou seja, o custo global é o mesmo, se puder ser dividido por mais dá menos a cada um

    certo?

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