E passaram 32 dias
desde que me confinei. Ou me confinaram.
Nestes dias, que por
incrível que possa parecer até passaram depressa, tive tempo para muita coisa.
Passaram rápido mas os 32 dias tiveram fases. Umas melhores outras piores pois
ao início não foi fácil aperceber-me do que aí vinha…
Enfim.
Pensar, ler,
escrever, cozinhar, ver Netflix e, mais importante, redescobrir-me foram as
coisas que me aprouveram fazer neste 32 dias de cativeiro.
Uma das coisas que
mais me incomodou foram as teorias da conspiração que foram sendo difundidas no
Facebook.
Ora foram os
chineses que espalharam o vírus para depois saírem da crise como potência
mundial ultrapassando os EUA, ora foram os americanos que plantaram o vírus em Wuhan, ora o Universo
zangado connosco fez-nos esta maldade
para que tenhamos que repensar a nossa forma de estar numa sociedade
globalizada.
Sinceramente das
três viro-me mais para a última.
Porque a partir do
momento em que nos virmos livres deste vírus, e não deverá ser tão cedo quanto
pretendemos, as nossas vidas não irão ser como eram antes de 13 ou 14 de março
de 2020.
Este vírus, ou o
Universo, como queiram, está a indicar-nos como viveremos daqui para a frente.
Sem magotes
aglomerados em um único espaço, sem transportes públicos à pinha, enfim, sem
nada daquilo a que estávamos habituados e que fizeram de nós pessoas sem uma
perspetiva da vida (e não de vida) conforme deveríamos ter e que este vírus, ou
o Universo, nos quer fazer adotar.
Os Portugueses
sempre foram um Povo de extremos. Por um lado obedecendo quando as
circunstâncias assim obrigam mas por outro, furamos as regras porque sim.
Somos um povo
caloroso.
Custa-nos viver à
distância, sem abraços, sem apertos de mão e sem beijinhos. Somos assim; somos
latinos.
Por qualquer motivo,
fazemos almoços e jantares com amigos ou colegas de trabalho.
Será que vai
continuar a ser assim?
Já agora, como já
escrevi no meu blogue a 5 de abril, "Após
esta crise pandémica, será interessante saber se a nossa economia, ou seja os
nossos decisores económicos, continuará a apostar em serviços e turismo ou se
colocaremos o enfoque nos setores industriais e produtivos."
Esta pandemia terá
que trazer à discussão de quem manda e de quem temo poder económico no nosso
País se pretende continuar com a financeirização da nossa economia ou por outro
lado apostar mais nos setores primário e secundário que conseguem fazer face a
crises, como esta por exemplo, ou ficarmos reféns do turismo e serviços,
setores voláteis da economia, que quando se dá uma qualquer gripe desaparecem e deixam milhares no
desemprego.
No pós Covid-19
serão necessárias medidas consistentes, corajosas e determinadas a equacionar
um outro futuro.
Sem comentários:
Enviar um comentário