terça-feira, 14 de abril de 2020

Nada vai ser como antes!


E passaram 32 dias desde que me confinei. Ou me confinaram.
Nestes dias, que por incrível que possa parecer até passaram depressa, tive tempo para muita coisa. Passaram rápido mas os 32 dias tiveram fases. Umas melhores outras piores pois ao início não foi fácil aperceber-me do que aí vinha…
Enfim.
Pensar, ler, escrever, cozinhar, ver Netflix e, mais importante, redescobrir-me foram as coisas que me aprouveram fazer neste 32 dias de cativeiro.
Uma das coisas que mais me incomodou foram as teorias da conspiração que foram sendo difundidas no Facebook.
Ora foram os chineses que espalharam o vírus para depois saírem da crise como potência mundial ultrapassando os EUA, ora foram os americanos que plantaram o vírus em Wuhan, ora o Universo zangado connosco fez-nos esta maldade para que tenhamos que repensar a nossa forma de estar numa sociedade globalizada.
Sinceramente das três viro-me mais para a última.
Porque a partir do momento em que nos virmos livres deste vírus, e não deverá ser tão cedo quanto pretendemos, as nossas vidas não irão ser como eram antes de 13 ou 14 de março de 2020.
Este vírus, ou o Universo, como queiram, está a indicar-nos como viveremos daqui para a frente.
Sem magotes aglomerados em um único espaço, sem transportes públicos à pinha, enfim, sem nada daquilo a que estávamos habituados e que fizeram de nós pessoas sem uma perspetiva da vida (e não de vida) conforme deveríamos ter e que este vírus, ou o Universo, nos quer fazer adotar.
Os Portugueses sempre foram um Povo de extremos. Por um lado obedecendo quando as circunstâncias assim obrigam mas por outro, furamos as regras porque sim.
Somos um povo caloroso.
Custa-nos viver à distância, sem abraços, sem apertos de mão e sem beijinhos. Somos assim; somos latinos.
Por qualquer motivo, fazemos almoços e jantares com amigos ou colegas de trabalho.
Será que vai continuar a ser assim?
Já agora, como já escrevi no meu blogue a 5 de abril, "Após esta crise pandémica, será interessante saber se a nossa economia, ou seja os nossos decisores económicos, continuará a apostar em serviços e turismo ou se colocaremos o enfoque nos setores industriais e produtivos."
Esta pandemia terá que trazer à discussão de quem manda e de quem temo poder económico no nosso País se pretende continuar com a financeirização da nossa economia ou por outro lado apostar mais nos setores primário e secundário que conseguem fazer face a crises, como esta por exemplo, ou ficarmos reféns do turismo e serviços, setores voláteis da economia, que quando se dá uma qualquer gripe desaparecem e deixam milhares no desemprego.
No pós Covid-19 serão necessárias medidas consistentes, corajosas e determinadas a equacionar um outro futuro.

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