Hoje está um daqueles dias que, numa situação normal, eu dizia: "Está bom é para estar em casa".
Como já passaram 33 dias de confinamento, com muito gosto, mesmo com este temporal, eu sairia para cheirar as ruas com odor a terra molhada, para ver as gotículas a caírem dos beirais dos prédios e desviar-me das poças de água.
Neste mês em que se comemora Abril, está a fazer-me falta a LIBERDADE.
Liberdade de poder sair quando e para onde quiser, Liberdade para ultrapassar estes dois metros de distanciamento social e dar abraços, beijos e apertos de mão.
Liberdade para escolher os meus movimentos!
quarta-feira, 15 de abril de 2020
terça-feira, 14 de abril de 2020
Nada vai ser como antes!
E passaram 32 dias
desde que me confinei. Ou me confinaram.
Nestes dias, que por
incrível que possa parecer até passaram depressa, tive tempo para muita coisa.
Passaram rápido mas os 32 dias tiveram fases. Umas melhores outras piores pois
ao início não foi fácil aperceber-me do que aí vinha…
Enfim.
Pensar, ler,
escrever, cozinhar, ver Netflix e, mais importante, redescobrir-me foram as
coisas que me aprouveram fazer neste 32 dias de cativeiro.
Uma das coisas que
mais me incomodou foram as teorias da conspiração que foram sendo difundidas no
Facebook.
Ora foram os
chineses que espalharam o vírus para depois saírem da crise como potência
mundial ultrapassando os EUA, ora foram os americanos que plantaram o vírus em Wuhan, ora o Universo
zangado connosco fez-nos esta maldade
para que tenhamos que repensar a nossa forma de estar numa sociedade
globalizada.
Sinceramente das
três viro-me mais para a última.
Porque a partir do
momento em que nos virmos livres deste vírus, e não deverá ser tão cedo quanto
pretendemos, as nossas vidas não irão ser como eram antes de 13 ou 14 de março
de 2020.
Este vírus, ou o
Universo, como queiram, está a indicar-nos como viveremos daqui para a frente.
Sem magotes
aglomerados em um único espaço, sem transportes públicos à pinha, enfim, sem
nada daquilo a que estávamos habituados e que fizeram de nós pessoas sem uma
perspetiva da vida (e não de vida) conforme deveríamos ter e que este vírus, ou
o Universo, nos quer fazer adotar.
Os Portugueses
sempre foram um Povo de extremos. Por um lado obedecendo quando as
circunstâncias assim obrigam mas por outro, furamos as regras porque sim.
Somos um povo
caloroso.
Custa-nos viver à
distância, sem abraços, sem apertos de mão e sem beijinhos. Somos assim; somos
latinos.
Por qualquer motivo,
fazemos almoços e jantares com amigos ou colegas de trabalho.
Será que vai
continuar a ser assim?
Já agora, como já
escrevi no meu blogue a 5 de abril, "Após
esta crise pandémica, será interessante saber se a nossa economia, ou seja os
nossos decisores económicos, continuará a apostar em serviços e turismo ou se
colocaremos o enfoque nos setores industriais e produtivos."
Esta pandemia terá
que trazer à discussão de quem manda e de quem temo poder económico no nosso
País se pretende continuar com a financeirização da nossa economia ou por outro
lado apostar mais nos setores primário e secundário que conseguem fazer face a
crises, como esta por exemplo, ou ficarmos reféns do turismo e serviços,
setores voláteis da economia, que quando se dá uma qualquer gripe desaparecem e deixam milhares no
desemprego.
No pós Covid-19
serão necessárias medidas consistentes, corajosas e determinadas a equacionar
um outro futuro.
segunda-feira, 6 de abril de 2020
Dialogar...
É estranho que ao fim de tantos anos de deixar a escola, tenha que fazer uma resenha do que aprendi na escola, nomeadamente na disciplina de Filosofia sobre o que é o diálogo; o que é dialogar.
Conforme o dicionário Priberam da Língua Portuguesa e a definição do
dicionário de Língua Portuguesa da Porto Editora na APP para android, diálogo é:
pôr em diálogo; conversa entre
duas ou mais pessoas; troca de ideias ou opiniões com o propósito de chegar a
um entendimento.
Muito bem.
Vou começar pelo final da definição.
"Troca de ideias ou opiniões com o propósito de chegar a um
entendimento."
Ninguém consegue chegar a qualquer entendimento, se houver atropelo de
discurso.
Quando em conversa um sobrepõe a sua por cima da conversa do outro, deixa
de ser diálogo e passa a ser monólogo: "discurso de um único locutor que não se dirige diretamente a um
interlocutor". Porto Editora, Dicionários.
Tudo isto vai passar.
Mas vai deixar marcas…
domingo, 5 de abril de 2020
Vamos ficar todos bem II
Continuamos em quarentena e em estado d emergência, agora alargado até dia 17 de abril.
Estou confiante que as medidas que foram tomadas desta vez, serão as acertadas para se tentar conter a proliferação do vírus.
É certo que isto irá passar.
É certo que iremos conseguir parar a proliferação deste vírus maldito, que nos obrigou a alterar a nossa forma de viver em sociedade, nos obrigou a ficar em casa e, mais importante que tudo isto, nos obrigou a estar afastados dos nossos filhos, dos nossos pais de todos os nossos familiares mais chegados.
E chegados a esse dia, ao dia em que conseguimos erradicar este maldito vírus, voltaremos à nossa vida, embora nada irá ser como antes.
Após esta crise pandémica, será interessante saber se a nossa economia, ou seja os nossos decisores económicos, continuará a apostar em serviços e turismo ou se colocaremos o enfoque nos setores industriais e produtivos.
Espero, e esperamos todos, que não se cometam os erros que foram sendo cometidos ao longo dos últimos anos. Quanto mais não seja, porque temos estado a ser alertados pelos especialistas, cientistas, médicos e investigadores, que isto pode muito bem voltar a acontecer, e seria trágico que passássemos de novo pela falta de material médico e de proteção conforme aconteceu desta vez.
É imperioso que Portugal volte a ter indústria, agricultura e pescas por forma a que possamos ser mais auto-sustentáveis e ficarmos menos dependentes das importações.
Não sou católico. Sou aquilo a que se convencionou chamar de "não católico".
Eu prefiro laico.
Mas impressionou-me ver o Papa Francisco, salvo erro no dia 27 de março, a falar para uma Praça de São Pedro totalmente despida de fiéis.
Como que a perguntar, "Deus, porque nos abandonaste?"
Impressionou-me!
Percebi que esta pandemia não terminará com a Fé muito presente nos Católicos.
Será a Ciência a debelar este vírus e a salvar o Mundo.
Os médicos, os enfermeiros, os investigadores e os cientistas.
Estou confiante que as medidas que foram tomadas desta vez, serão as acertadas para se tentar conter a proliferação do vírus.
É certo que isto irá passar.
É certo que iremos conseguir parar a proliferação deste vírus maldito, que nos obrigou a alterar a nossa forma de viver em sociedade, nos obrigou a ficar em casa e, mais importante que tudo isto, nos obrigou a estar afastados dos nossos filhos, dos nossos pais de todos os nossos familiares mais chegados.
E chegados a esse dia, ao dia em que conseguimos erradicar este maldito vírus, voltaremos à nossa vida, embora nada irá ser como antes.
Após esta crise pandémica, será interessante saber se a nossa economia, ou seja os nossos decisores económicos, continuará a apostar em serviços e turismo ou se colocaremos o enfoque nos setores industriais e produtivos.
Espero, e esperamos todos, que não se cometam os erros que foram sendo cometidos ao longo dos últimos anos. Quanto mais não seja, porque temos estado a ser alertados pelos especialistas, cientistas, médicos e investigadores, que isto pode muito bem voltar a acontecer, e seria trágico que passássemos de novo pela falta de material médico e de proteção conforme aconteceu desta vez.
É imperioso que Portugal volte a ter indústria, agricultura e pescas por forma a que possamos ser mais auto-sustentáveis e ficarmos menos dependentes das importações.
Não sou católico. Sou aquilo a que se convencionou chamar de "não católico".
Eu prefiro laico.
Mas impressionou-me ver o Papa Francisco, salvo erro no dia 27 de março, a falar para uma Praça de São Pedro totalmente despida de fiéis.
Como que a perguntar, "Deus, porque nos abandonaste?"
Impressionou-me!
Percebi que esta pandemia não terminará com a Fé muito presente nos Católicos.
Será a Ciência a debelar este vírus e a salvar o Mundo.
Os médicos, os enfermeiros, os investigadores e os cientistas.
quinta-feira, 2 de abril de 2020
Vamos ficar todos bem
Vai ficar tudo bem!
Esta é a frase que mais se lê e ouve em tempos
de pandemia.
Vai ficar tudo bem…
Sim, iremos ficar todos bem, à exceção
dos que morreram e das respetivas famílias que choram e chorarão os seus entes
queridos.
Eu acredito que iremos ultrapassar esta
pandemia, a quem já chamaram de guerra.
Mas, como em todas as guerras, haverá perdas.
Muitas perdas!
E estas perdas, humanas, sociais e económicas,
deverão levar a pensar-mos que qualquer coisa, e "qualquer coisa" não
é menosprezar qualquer inimigo, nos
leva para cenários dantescos,
cenários que só estávamos habituados a ver em filmes de ficção científica ou
filmes violentos.
Hospitais com médicos e enfermeiros vestidos
com fatos quase espaciais, hospitais a abarrotar com serviços e camas cheias,
famílias inteiras em casa, lojas fechadas, ruas desertas.
Vivemos em estado de emergência.
Há décadas que a comunidade científica
vinha alertando para o aparecimento de uma pandemia e por conseguinte a
necessidade de se tomar medidas preventivas a nível mundial.
Porque razão, estes alertas não foram
levados em conta?
Porque razão foi o mundo apanhado
desprevenido nesta questão?
A que se deveu e deve, a notória falta
de solidariedade e de cooperação a nível europeu e mundial, que fez agravar a
situação pandémica?
Vamos ficar todos bem. Certo.
Mas não iremos voltar a ser os mesmos!
Humana, social e economicamente!
Dá que pensar.
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