terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Portugal e o FMI.

Todos sabemos que o capitalismo cria crises sistémicas, para depois sair delas ainda mais forte e com mais poder.
Quem se dê ao trabalho de ler um pouco sobre o capitalismo e as suas crises, por si criadas, sabe que após uma crise capitalista, os ricos ficam mais ricos e os pobres mais pobres.
Nada de novo.
Ultimamente temos andando a ser bombardeados com notícias e comentários que é irreversível a entrada do FMI em Portugal, pois as medidas draconianas com que Sócrates nos implementou não são suficientes para que possamos sair da crise em que nos colocaram. Dizem os entendidos.
Pergunto eu, mas estas medidas que irão colocar no desemprego e na pobreza milhares de Portugueses não chegam?
Então o que falta fazer? Matar-nos à fome? Colocar os trabalhadores a pedir na rua? E quem é que lhes poderá dar uma esmola?
Estes senhores, serventuários do capitalismo e seus seguidores como Cavaco Silva, Durão Barroso, Guterres, Santana Lopes, Paulo Portas e Mário Soares «the last but not the least», foram os causadores da situação a que chegámos.
Venderam todo o nosso sector produtivo para que os grandes da Europa pudessem exportar para os mais pequenos como nós, permitiram que um país como Portugal com uma orla marítima como a nossa e com uma zona económica exclusiva tão grande, vendesse a sua frota pesqueira e deixasse de pescar, por outros interesses.
Ao contrário dos nossos vizinhos espanhóis, que ajudavam quem cultivasse as terras, os nossos governantes receberam dinheiro das instituições europeias para pagarem aos agricultores portugueses para não cultivarem as terras!
Assim como hoje, quando o FMI entrou em Portugal no final da década de 70 início da de 80, o desígnio que se coloca a Portugal é colocar o sector produtivo a funcionar. Colocar o sector produtivo com capacidade para satisfazer as necessidades dos portugueses, tanto em bens como em serviços.
Nenhuma economia consegue ser forte e imune aos ataques do exterior, se não tiver um sector produtivo forte!
Quando vemos o sector financeiro a sobrepor-se ao sector económico isso pressupõe custos elevados para o crescimento económico e para o emprego.
Parafraseando um discurso de Álvaro Cunhal de 1946, e substituindo a referência ao regime fascista que então se viva para os nossos dias, «Não é Portugal que é pobre. São os sucessivos governos desde o 25 de Abril, que têm sido incapazes de aproveitar as riquezas nacionais, e de encaminhar a economia nacional no sentido do progresso técnico, do aumento da produção, do maior bem estar das classes trabalhadoras».
Por isso, considero que o Socialismo é o caminho!
A construção do Socialismo permite que exista uma alternativa ao capitalismo. Que é possível, e imperioso, construir uma sociedade diferente que não se baseie na exploração da maioria do povo por classes exploradoras minoritárias.
Que sem grandes capitalistas, barões da finança, tubarões dos «mercados», um país pode desenvolver-se, tornar-se uma potência económica e ao mesmo tempo resolver os principais problemas da sociedade humana.
Foi o que aconteceu com a Revolução de Outubro na URSS. Os factos comprovam-no.

Paulo «sopas» Amaral

Porque não se calam!

O Presidente da República (PR) veio corroborar e até dar alvíssaras às palavras do fugitivo Durão Barroso, quando este disse que os estados deveriam estar calados perante a ofensiva dos "mercados" às dívidas soberanas desses mesmos Estados.
Ora, temos aqui a versão neoliberal do «por qué não te callas» do rei de Espanha a Hugo Chávez.
Segundo as palavras do PR e do seu benjamim, ou já ninguém se lembra que Cavaco Silva apelidou de seu seguidor o fugitivo e agora presidente da comissão europeia, todos devemos ficar impávidos, serenos e calados a ver os "mercados" a subtrair o nosso dinheiro!
Dizem estas sumidades do capitalismo, que devemos ficar calados, e bem caladinhos, perante o surripiar dos nossos salários, das nossas poupanças por parte de meia dúzia de nababos do capitalismo, perdoem-me a redundância, e nada fazer. Deixar roubar, e roubar e ficarmos calados.
Diz Cavaco Silva e o fugitivo seu seguidor, que é contra producente Portugal por interposta voz dos seus trabalhadores, falarem contra «os nossos credores que são as companhias de seguros, fundos soberanos, bancos internancionais e cidadãos espalhados por esse mundo fora», seja lá o que isso for, mas com isto também dizem que temos que nos calar perante o enriquecimento descomunal dos grandes grupos económicos e dos bancos enquanto a maioria dos trabalhadores vêm os seus ordenados baixarem.
Os Europeus deviam assumir como sua palavra de ordem, contra estes governantes que nada fazem a não ser encher os seus bolsos, a frase tão proclamada pelo rei de Espanha: "Por qué não se callam!"
Que sistema é este, que permite que poucos tenham muito e muitos tenham muito pouco?
Deixem-nos viver com dignidade!
Permitam que possamos dar aos nossos filhos, o mínimo de condições para que possam crescer naturalmente!

Paulo «sopas» Amaral

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Que raio!

Que moralidade existe nestes governantes?
Que coragem é que um primeiro-ministro tem quando retira à maioria das famílias o abono de família, até às que menos auferem, e depois se diz incapaz de impedir que um representante da República como é o Presidente do Governo Regional dos Açores, não cumpra uma lei da mesma República?
Será isto o governo e as políticas que precisamos?
Será isto um PM com capacidade para governar Portugal e os Portugueses?
NÃO! Nem este PM nem estas políticas são as necessárias para que possamos evoluir e aumentar a nossa produtividade!
Com governantes deste calibre, que olvidam o sector produtivo do nosso País, não iremos a lado nenhum.
Por isto, penso que apenas um partido poderá ajudar Portugal a sair deste marasmo em que nos encontramos.
Um partido coerente com os seus valores e princípios. Um partido que tenha como valor principal a defesa dos trabalhadores, e que não olvide os nossos agricultores, pescadores e industriais como têm sido esquecidos ao longo de 30 anos.
Um partido que coloque os interesses nacionais acima dos interesses da UE e dos seus seguidores que apenas olham para o seu umbigo e esquecem os outros Países.
Um partido que tenha em vista apenas um considerando: que Portugal produza, como já produziu, que os agricultores voltem a ter terras para cultivarem, que os pescadores voltem a ter barcos de pesca para irem ao mar e que os pequenos e médios industriais possam ter meios para fazer o que melhor sabem e querem!
Vamos dar uma oportunidade a um partido que sempre defendeu os valores de Abril, que sempre defendeu e lutou pelos que menos têm e podem!
Esse partido é o Partido Comunista Português!

Paulo «sopas» Amaral