sexta-feira, 30 de abril de 2010

O subsídio de férias!

A SIC, a esta hora, está a transmitir uma reportagem sobre o que os Portugueses, os emigrantes incluídos, pensam acerca de "darem" o subsídio de férias para ajudar a combater a crise e principalmente este novo desígnio nacional que tem a ver com o facto de contradizermos o que as agências de rating dizem sobre a economia do nosso País.
Ora essas agências, que na sua maioria são dirigidas por grandes accionistas dos maiores bancos mundiais, têm todo o interesse que países como Portugal entrem em parafuso quando elas dizem algo. E, quer queiramos quer não, é o que está a acontecer neste momento. Portugal foi alvo do ataque dos maiores especuladores mundiais. E esse ataque tem por objectivo apenas uma coisa. O lucro!
Custe o que custar. Mesmo que seja à custa da sobrevivência de milhares, ou milhões, de trabalhadores. O que os especuladores pretendem, com a conivência da maioria dos Estados, é obter lucros sem olhar a meios.
Ora, a questão de os Portugueses poderem dispensar o seu subsídio de férias para ajudar Portugal a sair da crise, além de conter uma certa falácia significa que será um princípio para retrocedermos ao século XIX, onde os trabalhadores não tinham qualquer tipo de direitos.
Não podemos olvidar que na actual conjuntura, existem gestores de empresas públicas, ou semi-públicas, a ganhar vários milhões de euros por ano. Não podemos esquecer que existem empresas públicas ou semi-públicas que dão vários milhões de euros de lucro por ano. Inclusivamente, não podemos assobiar para o ar quando lemos nos jornais e ouvimos nos noticiários da rádio e da televisão, que a banca tem milhões de euros de lucro, trimestre após trimestre, e paga de IRC taxas inferiores a 15 por cento!
E vêm agora os nouvelle politiques da nossa praça, exigir ou sugerir que o comum do trabalhador, aquele que nada contribuiu para esta situação, voltar a pagar os devaneios intelecto-financeiros desta cambada de nababos da nossa sociedade.
É tempo de mudar!
E é tempo de mudar com a luta, sempre a luta, de quem trabalha!

Paulo «sopas» Amaral

quarta-feira, 28 de abril de 2010

O Sistema

Que raio de sistema é este que nos impuseram?
Quem se permite conviver com um sistema gerador de guerras e de abissais desigualdades e que olha o ser humano como fonte de lucro?
Como é possível que nos queiram impingir um sistema que os paladinos do mercado consideram a panaceia para tudo e que apenas cria mais desempregados, crises cíclicas e que após estas os ricos ficam mais ricos e os pobres mais pobres?
Como é possível que vejamos os especuladores financeiros de todo o mundo «atacarem» a nossa economia e apenas se exige esforços aos reformados e aos trabalhadores portugueses, que são os únicos que nunca contribuíram para esta situação?
Como é que os nossos governantes permitem que convivamos «paredes meias» com especuladores que apenas pretendem que a dívida pública portuguesa chega a níveis tão baixos que depois eles possam tirar dividendos com isso? Como é possível, isto? Quem nos salva destes nababos que apenas pretendem o seu bem, deixando na miséria o povo que trabalha?
Só existe uma resposta para isto.
A mudança de políticas, o caminho para o Socialismo, o verdadeiro, não este socialismo encapotado que não é mais que uma verdadeira afronta a todos os homens e mulheres de esquerda que lutaram para que a ditadura fosse derrubada e que pudéssemos viver em democracia.

Paulo «sopas» Amaral

terça-feira, 13 de abril de 2010

Mexia e os 3 milhões.

Muito se tem dito e escrito acerca do prémio que António Mexia recebeu pelo "bom desempenho, e altos lucros" como CEO da EDP.
Em resposta, António Mexia disse que o prémio era legal e justo por ter sido decidido e aprovado em assembleia geral de accionistas, logo, ele não se sentia mal com o facto de receber o equivalente ao salário mínimo nacional (SMN) de 500 trabalhadores.
Estes trabalhadores, os que recebem o SMN, ouviram há alguns meses as associações patronais dizerem que um aumento de 20 euros no SMN iria destruir as empresas. Quanto aos 3,3 milhões de euros que mexia recebeu de prémio as mesmas associações nada disseram a não ser que era justo pela aprovação em AG de accionistas da EDP.
Lapidar!
Voltemos ao início.
O prémio de Mexia deve-se ao facto da EDP ter apresentado lucros durante o ano de 2009, lucros esses que foram superiores aos previstos.
Duas considerações.
Qualquer um com «dois palmos de testa» conseguiria obter lucros numa empresa que funciona em monopólio. Para mais, uma empresa que vende um bem essencial como a electricidade e ao preço em que o faz.
A segunda consideração tem a ver com o facto de que para os lucros serem substancialmente ultrapassados basta anunciar os resultados por baixo...
Para finalizar apenas referir que a estes nababos da nossa sociedade pouco importa os mais de 700 mil desempregados, e destes os cerca de 350 mil que não auferem qualquer subsídio de desemprego, pouco se importam com os trabalhadores com ordenados em atraso, com os trabalhadores que exercem as suas funções de forma precária. Não se importam também que o sistema que eles tanto preconizam seja um sistema gerador de abissais desigualdades sociais e que olha o ser humano como fonte de lucro.
Nada disto lhes importa pois sabem que depois de saírem de um «tacho» haverá outro «job for the boy».

Paulo «sopas» Amaral